Larissa Albuquerque entra em depressão profunda depois de perder seu irmão gêmeo em um acidente de carro. Não fala , não sai de casa , não quer comer e não quer viver há sete meses. Os pais da garota não sabem mais o que fazer. Depois de tantos psi...
Tainá queria descer correndo a escada e contar pra Lara e sua família, mas ficou quieta esperando acabar. A assistente social, vulgo mãe da Pamela, não estava muito interessada nas perguntas, ela já sabia o que ia fazer, mesmo sendo ilegal e podendo perder o trabalho. Ninguém bate em sua filha, ela não iria deixar barato. Fez algumas perguntas básicas e anotou tudo em seu caderno, era mais pra fingir que estava fazendo direito seu trabalho.
- Lara, você pode sair da sala um instante?- Perguntou, fazendo a ruiva olhar estranho.- Preciso falar com seus pais. - Tudo bem...- Disse cautelosa.
Tainá saiu correndo pro quarto, não queria que a ruiva visse ela espiando, então sentou na cama rapidamente.
- Amor, eu tenho que contar uma coisa.- A morena disse quando a namorada entrou no quarto. -O que foi?- Perguntou sentando ao seu lado. - Essa assistente social é mãe da Pamela e o polícia "drudi" é o pai dela.- Lara arregalou os olhos.- Loma contou por mensagem que ontem a Pamela falou que você ia pagar pelo que fez. - Merda!- Falou alto.- Pamela estava tramando pra mim? Aquela puta do inferno. - Calma, isso é muito sério.- Tainá disse firme.- A mãe dela pode fazer com que você vá internada.- Olhou nos olhos da sua namorada.
Enquanto isso, na sala, Rachel fazia uma lavagem cerebral nos pais da ruiva.
- Vocês já pensaram em internar Lara?- Perguntou entregando um panfleto de um internato.- Esse lugar transforma a vida das pessoas. -Eu não vou jogar minha filha em um lugar de loucos! Miguel falou incrédulo, a mulher quase revirou os olhos mas manteve a pose. - Não é um lugar de loucos, veja...- Apontou para uma foto do panfleto, onde havia uma piscina enorme, várias árvores ao redor, pessoas sorrindo e se divertindo.- É como se fosse uma casa de repouso, existe vários casos de pessoas com depressão que voltaram curadas de lá. - Eu não sei, acho que Lara não iria gostar.- Karla falou pensativa.- Mas não seria má ideia se ela voltar melhor. - O que?!- Miguel quase gritou.- Claro que não! Eles machucam as pessoas em lugares assim, torturam e tudo mais. Eu não quero a Lara em um lugar desses.- Levantou furioso e foi até a porta.- Desculpa, Rachel, mas vá embora. - Lamento informar mas se a Lara tiver outro surto, vocês serão praticamente obrigados a assinar um contrato de 1 ano com esse lugar do panfleto.- A mulher disse fria e passou pela porta.- Não teremos mais entrevistas, essa está de bom tamanho. Mas se algo acontecer de novo, Lara será internada e não sou eu que estou falando isso... é a lei.- Deu um meio sorriso.
Quando a mulher saiu da casa, Miguel bateu forte a porta e olhou Karla.
- Como pode cogitar a idéia da Lara em um lugar desses? -Querido, calma.- Disse cautelosa.- Eu faria qualquer coisa pra Lara ficar bem de novo, é só isso.- Falou baixo.
Lara estava chorando nos braços da namorada, chorava como um bebê encolhido em seu colo. Molhava o pescoço da morena com suas lágrimas grossas, mas Tainá a abraçava forte e dizia que ia ficar tudo bem. Dizia que ela não iria ser internada e que nada de mal ia acontecer, mas nem ela tinha confiança em suas palavras. As duas estavam deitadas na cama e Tainá agarrava forte o corpo da namorada em seu colo, como se ela fosse fugir dali a qualquer momento.
- Meu amor, não chore.- Disse baixinho, fazendo carinho em suas costas.- Assim vai me fazer chorar também. Meu core não aguenta. - Mas...- Soluçou.- Eu...- Outro soluço.- Eu não, eu não quero ser internada, amor. Eu não quero!- Falou de forma desesperada contra seu pescoço. - amor, olhe pra mim.- Pediu cautelosa e a namorada a olhou com os olhos vermelhos.- Nada vai acontecer com você, tá bem?- Limpou suas lágrimas.- Nadinha...- Beijou delicadamente seus lábios, fazendo Lara dar um pequeno sorriso.- Não acha melhor contar aos seus pais o que Pamela fez? - Eu quero ficar aqui com você.- Falou manhosa voltando a esconder o rosto em seu pescoço.- Não quero sair daqui, amor. Nunca. -Tudo bem...- Tainá disse fazendo cafuné nela, que suspirou fechando os olhos.- Quer dormir um pouquinho? A ruiva assentiu murmurando, fechando os olhos contra seu corpo.
A morena começou a afagar seu cabelo macio e deu um pequeno beijo em no topo de sua cabeça. Não demorou muito pra Lara pegar no sono, aquele carinho estava maravilhoso. Quando Tainá teve certeza que a namorada dormiu, tentou não se mexer ao máximo pra sair da cama, praticamente escorregou lentamente pro lado e Lara ficou de bruços sobre o colchão. A morena tapou ela até os ombros e deixou um pequeno beijo em sua nuca. Tainá calçou o tênis e deu um jeito no cabelo, abriu a porta do quarto e desligou a luz. Enquanto ela descia a escada, mandou mensagem pra Loma.
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A morena viu Miguel e Karla sentados no sofá, foi até eles e parou na frente da televisão.
- Tainá, o que foi?- Karla perguntou preocupada. - Eu preciso falar uma coisa pra vocês.- Tainá disse sentando na poltrona. - Pode dizer, fique a vontade. - Vocês lembram quando a Lara apareceu com um curativo na testa e o rosto machucado?- Eles assentiram.- A verdade é que ela não caiu da escada, Pamela apareceu aqui e fez aquilo com ela. - O que?!- Miguel perguntou espantado.- Quem é essa Pamela? - Eu vou explicar tudo, tá bem? Pamela é uma garota que eu sai uma vez, nós nos beijamos e ela acha que virei noiva dela só com um beijo. Mas eu não estava tão aí pra ela, queria mesmo a Lara. Lara e eu fomos num campo, lá a Pamela apareceu e provocou a Lara, então ela se irritou e espancou a Pamela no chão. Foi aí que tudo começou. - Eu não sabia que a Lara era agressiva.- Karla disse. - Ela é e eu percebo que não consegue se controlar. Tainá falou preocupada.- Mas enfim, depois desse dia, Pamela resolveu aparecer aqui pra espancar a Lara também e assim ela fez. Bateu a cabeça da Lara inúmeras vezes na parede.- Os dois arregalaram os olhos.- eu cheguei depois, expulsei a Pamela. Ontem, na festa, essa garota me beijou a força e a Lara viu, ficou irritada. Por isso chegou aqui chorando aquela hora, mas acalmei e ela resolveu ir atras da Pamela.- Deu uma pausa.- A princípio pensei que só ia rolar uns tapas, mas quando cheguei a Pamela estava coberta de sangue no chão enquanto a Lara a espancava com uma pedra. - E se Pamela fez isso de propósito?- Miguel perguntou.- Ela pode ter feito só para provocar raiva na Lara e contar pra polícia. -Eu acho que você tem total razão, até porque a assistente social que estava aqui é mãe dela. E ontem, um dos policiais era o pai. - E agora, o que vamos fazer?- karla perguntou quase desesperada.- Lara não pode ter mais ataque de raiva, se não vai ser internada quase a força. - Não!!!- Tainá praticamente gritou.- Isso NÃO pode acontecer. Você marcou a consulta pra ela, Miguel?- Ele assentiu rapidamente.- Meu Deus, tomara que dê tudo certo...- Seus olhos começaram a marejar.- Não vamos deixar que nada aconteça com ela, não é?- Perguntou com a voz embargada. - Nada vai acontecer, Tainá...- Karla disse levantando e a abraçando apertado.- Fique calma, ela precisa de você. Tainá se recompôs e assentiu com a cabeça. - Se a Lara acordar, digam que eu precisei sair, tá bem? Vou resolver as coisas com a Pamela. - Não faça nada de cabeça quente.
