capítulo 12

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Karen, Zach e Gray voltariam para casa hoje.

Tudo já estava pronto, estávamos esperando o táxi que iria levá-los ao aeroporto.

Uma parte de mim queria que eles ficassem, mas a outra sabia que isso não era possível.

- Venham me visitar nas próximas férias. Não se esqueçam da titia aqui. - Falei, num tom engraçado, o que fez Gray rir.

- Não iremos, tia Claire. - Zach falou, me abraçando.

Ele realmente estava mudado. Estava mais feliz e andava sempre com um sorriso no rosto. E eu não poderia estar mais contente por isso.

- Com certeza viremos. E espero que quando voltarmos, você esteja melhor, Claire. Te amamos muito. - Karen falou ao meu ouvido, para que apenas eu pudesse ouvir. - Certo garotos, precisamos ir. Antes que eu chore. Prometo que vamos nos ver mais. Aos fins de semana vamos fazer vídeos chamadas. - Ela continuou, agora falando alto o suficiente para que todos prestassem atenção.

- Eu ficarei aqui, esperando. Também amo vocês. Cuidem bem da sua mãe por mim. - Disse, vendo eles sairem aos poucos de casa com suas malas, levando-as até o táxi, que chegará a pouco.

Debrucei-me sobre o batente da porta e vi Zach sorrir de lado para mim, acenando já dentro do carro. Espero que a relação deles mude, assim podendo viver em um lugar feliz e com paz.

Karen não me contou se iria ou não comprar outra casa, mas deduzi que não. Talvez ela só ficaria na casa de nossos pais com os meninos até conseguir um lugar melhor.

Não acho que isso importe, contanto que eles tenham onde dormir já posso viver tranquila.

Entrei para dentro de casa (agora totalmente silenciosa e sem os brinquedos de Gray espalhados por tudo quanto é lado), e suspirei lentamente.

Claire, não aja como se nunca tivesse vivido sozinha, eles só passaram um mês aqui e iriam embora em algum momento, você sabia disso. Não aja com como se fosse o fim do mundo.

Falei para mim mesma, tentando me convencer de que eu conseguiria.

Me joguei no sofá, ainda sem ideia do que fazer pelo resto do dia. Era um sábado, então eu não tinha trabalho algum para fazer. Masrani me ligara todos os dias para saber se eu estava bem, e sempre respondia que sim. Não era muito verdade, mas eu também não estava péssima. Gosto de como meu chefe me trata como uma filha mais velha, só não acho que ele precise se preocupar tanto comigo.

Eu tô legal. Sério.

Eu não poderia ficar jogada no sofá o dia inteiro, então criei coragem para me levantar, pegar um material de limpeza na cozinha e subir até os quartos (agora vazios) onde meus sobrinhos e irmã ficaram para fazer uma faxina.

Minha casa era grande demais para apenas uma pessoa. Acho que comprei ela, sabendo do seu tamanho, apenas por que sabia que em algum momento Karen iria vir para cá passar um tempo. Ou talvez porquê estava barata demais para um local tão grande e "moderno".

A casa tinha 5 quartos, 2 sendo suítes, 2 banheiros (um na parte de cima e um na parte de baixo), um escritório, uma cozinha consideravelmente grande e uma sala de jantar e outra de estar.

Ela se localizava próxima ao Central Park, por isso sempre gostei de ir lá alimentar os patos.

Quando acabei de varrer e passar o pano nos três quartos, os tranquei, já que ninguém iria ocupá-los tão cedo.

Desci as escadas, voltando novamente a posição anterior: jogada no sofá.

Ainda era cedo, provavelmente não passava das 10 da manhã.

Eu havia acordado às 7 para ajudar Karen a arrumar o restante das malas, e também para ajudar Gray a procurar seu dinossauro de pelúcia preferido (o mesmo recusara a ir sem ele). Achamos debaixo da minha cama, provavelmente ele deixou cair lá no dia que fomos na sorveteria.

Me dei conta de que ainda não comi nada, desde de a hora que acordei. Bom, eu até tentei, mas foi bem na hora que Gray me puxou para ajudá-lo a procurar sua pelúcia.

Decidi então oque faria no resto do dia.

Passarei no Starbucks (fica um pouco longe de minha casa, mas o melhor café da região é o de lá, o meu não é um dos melhores, se não eu ficaria aqui e fazia eu mesma), logo após vou ao Central Park alimentar os patos e depois ligo para Regina, talvez ela tenha alguma ideia do que fazer para se divertir em Nova York.

Tomei um banho de menos de 15 minutos e vesti uma blusa branca, cujo único detalhe era a frase " Chaos is what killed the dinosaurs, darling " e uma calça jeans comum.

Essa blusa é minha favorita. Ganhei de presente de Owen (ainda éramos apenas amigos), quando fiz aniversário a alguns anos. No começo ela era um pouco grande demais para mim, usava-a como roupa de dormir, mas agora se encaixa perfeitamente em meu corpo.

Juntei minhas chaves, celular e carteira para sair e logo já estava a caminho da cafeteria.

!! × !!

Quando eu estava a menos de dez passos da porta principal do Starbucks, senti meu celular vibrar no bolso da calça, o que me fez puxá-lo para ver o que era.

Me deparei com uma mensagem de Regina, falando que um novo clube inaugurava hoje, a mesma perguntou se eu toparia ir com ela.

Não pude recusar. Continuei andando, com o olhar fixo no celular para responder Regina.

Falha minha, esbarrei em alguém, e esse alguém estava com café quente na mão. Esse café foi parar direto na minha blusa preferida, me queimando e sujando-a inteira.

- Meu deus, desculpa eu... - O homem que esbarrou em mim (ou que eu esbarrei nele, tanto faz), se apressou em dizer, levantei o olhar para dizer que não tinha problema, e me surpreendi ao ver quem era.

- Owen... - Falei, suspirando.

- Claire... - O mesmo respondeu, no mesmo tom.

Que ótima hora para ele aparecer.

All I Want (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora