capítulo 18

86 9 9
                                    

No dia seguinte, Regina se apressou em ir até sua casa e me trazer aquele violão, de tempos atrás.

Não era de se admirar que ela ainda o guardasse, pois foi um presente de alguém especial, pelo menos foi isso que ela me disse quando eu a questionei sobre o porquê de ela andar para lá e para cá com ele nos braços na época da faculdade.

E, meio que foi graças a ele e a habilidade de Regina em tocá-lo que eu a conheci. Se não fosse por isso, provavelmente nem trocaria palavras além de "Olá, bom dia, boa tarde, boa noite, como está? Tenha uma boa semana de aulas!" durante todos os anos na faculdade, seríamos apenas duas colegas de quarto, que nem colegas seriam.

Quando me entregou, estava um pouco empoeirada, então supus que ela não o tocava a algum tempo.

Sua melodia ainda soava como a mesma, e agradeci mentalmente a Regina por ela ter me ensinado como usá-lo alguns anos atrás.

Suavemente, toquei suas cordas, o que fez sair um barulho bem fraco, mas ainda sim gentil.

– Tem certeza que quer que eu não vá com você? – Regina perguntou, pela terceira vez. Eu iria até o estúdio onde Owen disse que estaria (que apenas stalkeando ele nas redes sociais pude descobrir onde ficava) hoje, tentar surpreendê-lo de alguma forma e esclarecer de uma vez tudo isso.

– Tenho. Vou ficar bem. Se tudo der certo, eu te mando um joinha, se não, mando um dedão para baixo, assim... – Digo, fazendo o gesto com minha mão, o que faz minha amiga rir.

– Ok, mas tome cuidado. Estou torcendo por vocês, eu te amo, Claire. Se ele te der um pé na bunda pode me ligar que eu vou imediante dar um na dele. – Riu novamente, o que me fez rir também.

A abracei com forte, agradecendo aos céus por ter uma amiga tão maravilhosa assim.

Me despedi brevemente dela e entrei no táxi que havia chamado, com o violão em meu colo.

Eu estava nervosa. Parecia que meu coração iria sair pela minha boca, ou até pior.

Não havia como saber como Owen poderia reagir. Talvez ele ficasse com raiva e me chutasse de lá, ou ficaria chateado, talvez ele chorasse... mas eu só quero uma única coisa, uma única.

Seu perdão, e um pedido de desculpas.

Perdida em meus pensamentos, não fui capaz de perceber quando o táxi estacionou na frente de um prédio de apenas um andar preto, com janelas compostas de vidro fumê (porta com o mesmo material( e algumas plantas na parte da frente.

Eu peguei o motorista e saí, suspirando fundo.

Por favor, me escute.

A porta do estúdio dizia "Aberto", e imaginei que talvez ele ainda não ouvesse chegado, mas consegui ver seu reflexo pelo vidro fumê da porta (e foi bem difícil, até, pois pensei em desistir).

Eu abri a porta e entrei devagar, implorando para não ser notada tão rápido.

Owen estava dentro de uma sala, daquelas em que se vê nos filmes, com fones de ouvidos e um microfone próximo de sua boca. Estava preparado para cantar algo, pois olhou rapidamente para Barry e alguém que julguei ser o amigo dele, dono do estúdio.

Ele colocou os fones em sua cabeça, eu não conseguia vê-lo bem por causa que estava de costas, mas menos mal, assim eu poderia apenas observar por um tempo.

Barry percebeu minha presença e me lançou um sorriso, eu acenei fraco para ele e o vi sussurrar para seu amigo. Eu não consegui entender o que ele disse, mas em segundos, o que aparentemente Owen iria cantar, pode se alastrar pelos meus ouvidos.

All I Want (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora