capítulo 17

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Não ficamos por muito mais tempo.

Regina, Owen e eu saímos do clube e eu havia esquecido completamente que não tínhamos um meio de transporte para voltar para casa, já que Owen não estava em condições de dirigir.

- Então vamos no carro dele ué. Não podemos deixar aqui. - Ela falou quando perguntei o que faríamos com Owen. Regina iria dormir na minha casa, pois a convidei já que não estava muito afim se dormir sozinha.

- Mas ele está bêbado, eu não sei dirigir e você também bebeu, não bebeu? - Falei, suspirando.

- Eu não ingeri álcool algum, senhorita Claire. Sabia que vocês dois iriam acabar bebendo juntos, e eu tenho que ser responsável em algum momento, e esse momento é agora. Eu sei dirigir, então levamos ele até ao prédio dele e depois pedimos um Uber. - Explicou, o que me fez arregalar os olhos.

Um dia repleto de emoções, eu diria.

- Tá bom... - Digo, ainda recebendo a informação.

Fomos até o carinha que Owen havia entregado as chaves e ele nos levou até o carro.

Eu entrei no banco da frente, depois de colocar Owen no de trás com muito esforço (ele não estava afim de ir embora). Regina correu com delicadeza até a porta da frente e se colocou em frente ao volante.

Não duvidava de sua capacidade de dirigir, mas confesso que estava com um pouco de medo.

O medo passou quando, com todo cuidado, Regina dirigiu até o condomínio de Owen, sempre olhando para as ruas e não ultrapassando os sinais.

Durante todo o caminho Owen ficou cantarolando algo que não consegui identificar, pois não soava familiar.

~ !! ~

Entramos no grande apartamento com dificuldade, Owen havia dormido e não tinhamos forças o suficiente para carregá-lo até seu andar sem cair.

Precisamos dar mais de cinco tapas na cara dele para que, ao menos, ele ficasse sã e não precisássemos carregar peso.

Eu o observei ficar rindo para o nada, e o chamaria de maluco se às vezes eu não fizesse o mesmo.

O tempo passava cada vez mais rápido e eu não queria ter que passar anos sem o vê-lo novamente.

- Hm, Owen? - Perguntei, mandando embora o silêncio que pairava dentro do elevador.

Regina estava em um canto, com o celular em mãos já preparada para chamar um Uber, Owen estava sentado no canto oposto ao dela, com a cabeça nos joelhos, e eu apenas fiquei em pé, me apoiando nas barras da parte de trás do elevador.

Ele levantou a cabeça para olhar para mim, com uma cara cansada e olhos vermelhos (acontecia quando não dormia o suficiente ou ficava com muito sono, aprendi isso depois de surtar achando que ele havia fumado alguma droga).

- A onde você planeja ir amanhã? - Perguntei, evitando o olhar diretamente nos olhos. - Não que seja da minha conta, claro. Só estou curiosa. - Falei, me corrigindo rapidamente. Regina deu um riso de soslaio, e revirou os olhos brincalhona para mim.

- Acho que vou para a gravadora daquele amigo do Barry, lembra? Onde eu gravei All I Want. - Respondeu, dando uma risada sem graça.

Ele fez uma nova música? Ou melhor, copiou alguma nova música?

Perguntas como essa flutuavam em minha mente, me fazendo pensar que talvez ele realmente estivesse interessado nessa carreira de cantor.

O jogamos na cama e ele não trocou palavras, se não um mero "obrigado" estendido e depois caiu no sono.

O nosso Uber já havia chegado, então fechamos tudo direitinho por lá e voltamos para casa.

~ !! ~

Eu precisava conversar com Regina sobre minha situação, então contei para ela como eu havia vindo me sentindo desde que eu me reencontrei com Owen.

Falei sobre como me senti mal ao ouvir aquela música na primeira vez no rádio, como eu quis matar Owen por ter sido um cretino, a culpa que senti por ter dado o primeiro passo em nosso término e mais ainda quando eu descobri a verdade sobre a música (contei tudo que Owen me disse mais cedo no clube, claro).

Ela me abraçou, pois viu que eu ameaça ter uma crise de choro.

- Claire, meu amor, minha vida, minha melhor amiga desde que eu me entendo por gente... você é incrível! E não precisa se sentir assim, você não tem culpa de nada. Alguns relacionamentos acabam, outros sobrevivem, mas com brigas. Afinal, um relacionamento 100% sem discussões é raro de se ver hoje em dia. Você claramente ainda ama aquele cara. E ele claramente ainda ama você, do mesmo jeito que você o ama. Deu para notar no olhar dele, enquanto vocês dois dançavam como se só existisse vocês naquela pista de dança. Aquilo me lembrou de quando ele te pediu em namoro e você aceitou sem hesitar. E eu nunca confiei muito no Owen, você sabe disso. Mas eu confio em você. E sei que, você não vai se sentir feliz enquanto não acertar as contas com ele. Então, minha doce e querida amiga, o que você quer fazer? - Regina falou, me fazendo derramar lágrimas de emoção.

Eu sempre soube que poderia confiar nela para tudo. Desde quando entrei pela porta daquele dormitório e a vi tocando suas músicas favoritas no seu violão, quando me juntei a ela e cantei, fazendo a voz da sua melodia.

Eu a olhei no fundo dos olhos, e me senti acolhida, protegida, segura.

- Você ainda tem aquele violão...? - A respondi, abrindo um mini sorriso para ela.

All I Want (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora