Capítulo 34

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Surpresa:

{S/n}

Encarei meu reflexo admirando o lindo vestido, era curto e justo demostrando minhas voltas, preto com um decote que favorecia meus seios e as mangas eram soltas dando um toque mais formal. Meu cabelo estava solto e a maquiagem era leve, algo simples, só para esconder a olheira por ter ficado a noite toda acordada por culpa de ter desafiado o Kuroo.

Escuto batidas na porta e falei um "pode entrar", a porta se abre e pude ver pelo espelho que era o Kuroo. Me virei na direção dele juntando as mãos, seus olhos percorriam meu corpo silenciosamente, demostrava um olhar de admiração que me deixava um pouco envergonhada.

- Você está maravilhosa- Murmurou se aproximando, quando ele para na minha frente, ergue sua mão para acariciar meu rosto delicadamente- Como sempre.

- Você também- Cedi a meu coração em vez de discutir como minha mente mandava- Já está na hora?

- Todos estão esperando no jardim- Kuroo sorriu descendo suas mãos até meus ombros e depois me deu um selinho, ele permanece próximo do meu rosto analisando minha expressão- Você não precisa ir.

- Kuroo...- Murmurei desviando o olhar cansada daquele assunto- Se nem ontem a noite eu neguei de ir, não será agora que isso vai acontecer.

- Você pode ficar mais segura aqui- Kuroo insiste e mostrei uma expressão de raiva para ele.

- Chega- Disse me afastando- Eu já me decidi- Caminhei até a porta e me virei em sua direção- Vou ajudar a descobrir quem é o traidor essa noite.

- Você quer dizer que será a isca dele- Kuroo me corrige se aproximando.

- Como tem tanta certeza que é "ele"?- Perguntei confusa pelo seu jeito de falar.

- Uma mulher não teria coragem de matar um chefe da máfia- Rosnei com seu comentário machista e sai andando com ele me seguindo.

- Kuroo, uma mulher pode facilmente matar um homem, ate um chefe da máfia- Parei na metade do corredor sorrindo para ele que para do meu lado- Com a motivação certa, claro.

- Então, por que não me matou até agora?- Kuroo pergunta e me virei para ele.

- Não sei...- Murmurei sem entender.

- Bom, chega desse assunto- Kuroo segurou minha cintura colando nossos corpos e logo voltou a caminhar comigo- Já que insiste, não posso proibi-la de se divertir nessa casa.

- Obrigado- Disse sorrindo quando chegamos nas escadas- Mas esse assunto sobre machismo vai ser resolvido mais tarde.

- O que vai fazer?- Kuroo pergunto confuso e acabei soltando uma risada nasal.

- O que uma mulher deve fazer quando um homem é machista?- Perguntei notando sua confusão no olhar- Destruir qualquer comentário que sai da sua boca, pelo menos para mim.

- E como faria isso?- Ele pergunta caminhando até a porta que levava ao jardim.

- Só posso dizer que será a quatro paredes- Respondi notando seu sorriso crescer.

- Isso parece divertido...- Ele murmura apertando com mais força minha cintura assim que passamos pela porta.

Havia varias pessoas no jardim, alguns bebiam champanhe de suas taças enquanto outras conversavam animadas, um garçom para na nossa frente com uma bandeja, peguei uma taça e Kuroo outro, o garçom se afasta calmo. Sou puxada para o lado pelo Kuroo que me leva até um grupo de homens familiares, parei do seu lado bebendo um gole do meu champanhe enquanto Kuroo o cumprimentava eles.

- Vejo que cedeu ao pedido da S/n e a trouxe- Daichi comenta sorrindo ao me olhar.

- A festa é na casa onde estou, como não iria vir?- Perguntei notando que eles se divertiram com meu comentário.

- Sua futura esposa é muito engraçada- Daichi diz e olhei para o lado respirando fundo.

- Ela só tem uma língua afiada- Kuroo disse sorrindo enquanto passava seus dedos calmamente um pouco para baixo da minha cintura me deixando arrepiada.

- Notamos- Um rapaz de cabelo cinza se aproxima, ele estende a mão para mim e logo a apertei sorrindo- Já deve saber quem sou, Sugawara Koshi.

- S/n- Disse soltando sua mão, ele sorria gentilmente quando uma mulher se aproxima.

- Daichi, eu a Kiyoko vamos resolver um assunto- Sugawara diz e Daichi sorriu.

- Podem ir- Daichi diz olhando para a Kiyoko.

- Tchau- Sugawara diz sorrindo e depois se afasta, Kuroo se inclina na minha direção sorrindo.

- Fique atenta- Ele sussurra próximo da minha orelha.

- Sim, chefe- Disse sorrindo, tirei sua mão da minha cintura e sai de perto deles.

Caminhei até a mesa com alguns petiscos e peguei um para comer, deixei que meus olhos percorressem por todos ali presentes, queria notar qualquer comportamento que pudesse relatar para o Kuroo. Exausta, parei de olhar para as pessoas e suspirei, estava cansada demais para ficar focada nos detalhes, ainda mais num local como aqueles.

Quando voltei a olhar, notei que Bokuto e Akaashi conversavam perto do banco que sentei na última vez que vim aqui, eles pareciam estar discutindo algo sério. Virei o conteúdo da minha taca tomando tudo de uma vez só, peguei outra e caminhei até eles, assim que notaram que me aproximava eles ficaram em silêncio.

- Podem continuar o assunto- Disse bebendo um gole do champanhe.

- É sobre o motivo da festa- Bokuto confessa em voz baixa, quase como um sussurro.

- Não podemos falar agora- Akaashi diz sério enquanto o olhava.

- Tanto faz- Disse sentando no banco- Ate agora não notei nada estranho no comportamento das pessoas.

- Também não vimos nada- Bokuto diz sentando do meu lado.

- Só o do Sugawara deixando a festa mais cedo, mas eles realmente saíram do local- Akaashi mostra a tela do telefone onde havia uma mensagem dos seguranças do portão confirmando a saída deles- Então, eles estão suspensos da nossas suspeitas.

- Deveríamos ficar atentos a cada detalhe por mais pequeno que sej-

Sou interrompida pelo som de gritos, olhei na direção deles e vi o Kuroo deitado no chão. Levantei rapidamente do banco e corri na sua direção, me abaixei do seu lado e notei que ele havia levado um tiro, ergui meu rosto observando as pessoas ao meu redor observando.

- Liguem para o hospital!- Gritei chamando atenção de todos- Agora!

Algumas pessoas pegam os celulares ligando para o hospital, voltei a olhar para o Kuroo que estava com os olhos levemente abertos me encarando. Coloquei minha mão no local do tiro estancando o sangramento, Asahi para do meu lado falando palavras que não conseguia entender, na verdade, não queria ouvir, só queria que ele ficasse bem.

Escuto o som abafado de vozes gritando perto da minha orelha, alguém agarra meus ombros me chacoalhando, virei meu rosto para o lado notando que era o Bokuto. Ele me puxa para o lado deitando meu rosto em seu peito, senti sua camiseta social ficar úmida perto do meu rosto, e só agora notei que estava chorando.

As lágrimas desciam sem parar pelas minhas bochechas enquanto tentava virar meu rosto na direção do Kuroo, mas Bokuto me impedia. Quando consegui olhar para ele novamente, notei que ainda estava me olhando com um sorriso fraco nos lábios, Asahi conversava com ele e estancava o sangramento.

- Tudo vai ficar bem- Bokuto sussurra perto d aminha orelha tentando me acalmar.

Mas mesmo assim, as lágrimas não pararam de descer, e não iriam parar...

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