𝐑𝐢𝐝𝐞 𝐎𝐫 𝐃𝐢𝐞 - 𝐉. 𝐓𝐮𝐫𝐧𝐞𝐫 [1]

Quinze

— Isso sempre acontece! Mas só acontece comigo. — Reclama Jamal enquanto acompanha Kali até em casa como ela prometeu a mãe. — Eu não fiz absolutamente nada de errado, muito pelo contrário ele me contou um segredo e eu consegui guardar. Mas a culpa caiu em cima de quem: Jamal, como sempre. — Finaliza com um suspiro e Kali abraça o amigo de lado que coloca um braço sobre os ombros dela. 

 Depois que Monse revelou que César tinha beijado Olivia o clima na casa ficou péssimo, principalmente quando ele saiu novamente e o grupo colocou a culpa da briga em cima de Jamal, já que ele sabia sobre o ocorrido e não tinha comentado com ninguém. 

— Pelo o que eu entendi o César é o único culpado nessa história toda, certo? — Indaga Kali e Jamal resmunga um "sim". — Tipo ele não deveria ter beijado a Olivia por causa do que ele e a… por causa do Ruby. — Corrige antes de revelar sobre o lance entre César e Monse. — Mas já que ele tinha feito a merda, ele devia ter sido homem o suficiente para arcar com as consequências. — Finaliza enraivada. 

— Fala isso para a Monse e o Ruby, porque aparentemente isso não importa. — Rebate cabisbaixo. 

— A Monse é uma idiota, amanhã ela já vai ter perdoado César de novo. — Destaca e repara que a porta da sua casa está escancarada. — Isso é estranho. — Pontua e Jamal concorda com a cabeça. 

— Isso é verdade, o cara é a única pessoa que consegue dobrar a Monse… — Mas é cortado por Kali que para de andar e olha para ele. 

— Não, a porta da minha casa está escancarada, isso é estranho. — Diz Kali confusa. — Não deve ser nada demais. — E se afasta de Jamal que a segura pelo braço. 

— Nós estamos em Freeridge Kali, tem certeza que é seguro entrar lá? — Pergunta Jamal receoso e a garota sorri com a preocupação do garoto. 

— Está tudo bem J, a tranca da porta deve ter dado problema de novo. — Declara Kali torcendo para ser verdade. — Eu vou entrar antes que fechem a rua de novo, por favor quando chegar em casa me avisa. — Pede e o garoto acena com a cabeça. 

 Eles se abraçam e quando ela vira o rosto para dar um beijo em sua bochecha, ele mexe a cabeça e o beijo acaba pegando no canto de sua boca, fazendo a garota rir e ele ficar estático. 

— Tchau J. — Se afasta apertado o nariz dele. 

— Tchau Kali. — Responde chacoalhando a cabeça. 

 Então ela ultrapassa os limites do jardim e escuta alguns gritos baixos vindos da casa, olha para trás e percebe que Jamal já tinha ido embora. 

— Por favor, que os pais não estejam transando. — Pede fechando os olhos e fazendo uma careta. 

 Ela adentra a casa e encontra tudo silencioso, então fecha a porta e começa a chamar pelos pais. 

— Mãe? Pai? Vocês estão aqui? — Diz quando chega na sala e não encontra ninguém, indo para a cozinha. — Mãe? Pa… AAAAAAAAHHH! — Grita quando encontra o pai sangrando deitado em cima da mesa da cozinha, ele cai no chão com o susto e pega uma arma apontando para a filha. 

— PARA! É A NOSSA FILHA! — Grita Leila se pondo rapidamente em frente a ele com as mãos sujas de sangue e Kali olha para a mesa cheia de materiais para curativo. 

— Me desculpa meu amor eu… — Começa Julius abaixando a arma mas para de falar quando Leila o ajuda a levantar, soltando um grunhido de dor. — Eu não te vi entrando, pensei que eram... — Não termina a fala porque Leila tenta colocá-lo novamente em cima da mesa, mas não consegue sustentar seu peso, o fazendo soltar um gemido de dor.