07:40
Sangue para todo o lado, antes ouvia gritos mas foram silenciados apropriadamente. Já se acostumou com as cenas mórbidas.
-Chefe, eu não acho seguro estarmos fora das suas terras.
-Silêncio, Kurogiri. Não só viram demais, são uma ameaça para minha coisa mais preciosa! Queime todos e os que saírem vivos levem para a tortura.
O homem vestido de roupas escuras fez uns poucos sinais, e logo um garoto com cicatrizes veio com um sorriso enorme. Sabe do seu amor obsessivo por fogo, esse incendiário.
-É só fazer Kaboom, já vai servir de aviso.
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08:07
-Mãe? - sabe que sua mãe acorda cedo, o que é estranho já que não faz sentido, ela diz que é para fazer seu café, mas ele não acorda tão cedo e demora até entender o que está acontecendo.
-Bom dia querido, dormiu bem?
-Não muito, o lado bom é que eu consegui ver um bom apartamento. - se viu no espelho e estava com olheiras enormes, quase rivalizando com seu chefe.
Mas o apartamento que viu tem benefícios, é quase como tivesse caído do céu. Foi meio do nada que o anúncio apareceu, mas como apareceu em todos os sites que entrou, não tem muita base para suspeitas desnecessárias.
-Isso é ótimo! Eu posso te ajudar com os móveis se necessário, quer levar uns daqui? Os do seu quarto?
-Está tudo bem mãe, eu vou levar os do meu quarto, e também procurar alguns outros quando eu receber. - mas não sabe nada sobre isso, se tem marcas boas ou ruins, já que para si são a mesma coisa, se tal coisa é melhor que outra, ou se precisa de certos volts em uma tomada. Precisa ver isso tudo depois, mas por hora: - Você pode me dar conselhos?
-Mas é claro! Agora vamos tomar café e eu te digo as marcas que você precisa ficar longe.
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09:03
-Midoriya! O uniforme novo já chegou! - disse Yamada passando um braço pelo ombros de Midoriya, um meio abraço enquanto estava quase brilhando.
-Isso é ótimo senhor Yamada. - será que no lugar de comer, pode puxar um ronco no horário para descanso?
-Disseram que não tem nenhuma mudança brusca, e eu achando que seria um uniforme mais cool. - dizia Hizashi indo até o vestiário, quase guiando(arrastando) Midoriya por aí.
-O avental não é mais apenas na cintura, deve ser só isso. - Nemuri apareceu atrás de Midoriya que pulou de susto, e quase caiu se não fosse Hizashi com bons reflexos e o braço já por perto.
-Você está bem Midoriya? - conferiu rapidamente. - Nemuri! Não apareça atrás das pessoas assim, quase nos deu um ataque cardíaco.
-Vocês apenas não estavam prestando atenção. - ela subiu os ombros enquanto o colega loiro a olhava incrédulo, Midoriya não se importa mais com sustos, já que é verdade que anda distraído o tempo todo.
-Você nos quer mortos por acaso?! Se o garoto aqui tivesse problemas no coração, ele iria bater as botas por sua causa, e eu iria junto pelo choque!
-Vocês são muito dramáticos. - muito cedo para ouvir Hizashi sem que seja fofoca. Por falar em fofoca, descobriu que a vizinha dela está grávida, mas o marido fez vasectomia dois anos atrás, e que o irmão do marido está desempregado e vivendo com eles até achar um emprego já faz quatro meses. Quer saber o que Hizashi pensa disso.
-Vocês chegaram, o uniforme de vocês é tipo esse só que com avental bege. - dava as boas vindas Yagi, saindo do vestiário com uma roupa escura e avental preto, provavelmente para o diferenciar já que é gerente.
Dava para ver, pelo menos, as calças de uma cor preta forte e a camisa cinza escuro
-Que sem graça. - Hizashi parecia deprimido, com toda a expectativa de antes indo direto para o ralo.
-Eu adorei! - gosta mais de cores escuras, o que o uniforme antigo não tinha, e achava que não fazia sentido. Não foi Aizawa que escolheu o velho uniforme, já veio pronto, mas mesmo assim poderia ter sido um pouco melhor.
-Ah! Você adora tudo Nemuri. - Hizashi respondeu com uma aura deprimente, Midoriya estava quase ficando triste com ele mesmo gostando, e não sabendo como opinar, desse novo uniforme.
-Vistam-se de uma vez e vão trabalhar. - atrás de Yagi, com o mesmo uniforme mais jogado pelo corpo do que vestido, Aizawa veio com uma caixa, dizendo que o uniforme femenino dela em específico está ali, mas que esqueceu qual é o armário que Nemuri usa.
-Grosso e cabeça de vento. - ela disse ao ar pegando a caixa, nem olhando para Aizawa.
-É, claro, eu sou grosso. - não vai admitir que ficou um pouco ofendido com Nemuri, mas é verdade que foi rude. Não está de humor com o acontecido no prédio ao lado, justamente onde mora, em qualquer dia isso não seria justificativa, mas o acontecimento foi um assassinato em massa enquanto dormia. E não sabe o porque aconteceu.
-Foi você que fez o modelo? - Hizashi acredita no ditado, "a esperança é a última que morre", mesmo não sabendo de onde vem, ou se é igual o ditado do gato curioso e tem uma parte extra que ninguém diz. Então pode ter algo que faz o uniforme único de uma maneira que os olhos não veem.
Mesmo isso sendo impossível.
-Não, foi Yagi.
-Sim! O uniforme vai ser cool! - de um momento ao outro a animação foi renovada. A Esperança é a última que morre.
-O problema é comigo?
-Não, não, é que você tem um senso de moda muito deprimente.
Hizashi não está errado, Aizawa algumas vezes vem com outra coisa além de uma calça moletom e uma camisa, ou moletom, e isso só acontece quando tem uma reunião entre os donos. Ele aluga um terno e só isso, algumas vezes está de bom humor e prende o cabelo, outras, acha que a barba está demais e decide barbear, mas normalmente só acorda joga o terno e foda-se. Aizawa se importa um pouco mais com o pijama, já que se recusa a dormir com o mínimo desconforto que seja.
-Midoriya? - Aizawa ignorou Hizashi, prestando atenção em Midoriya que parecia estar dormindo em pé. - O que há?
-Ah? Senhor Aizawa?
-Jovem Midoriya, você parece pior que Aizawa, aconteceu alguma coisa? - disse Yagi fingindo não perceber o olhar que Aizawa direcionou a si.
-Não, não, eu estou de... de mudança. - Midoriya bocejava entre palavras, enquanto parecia ainda menor com os ombros baixos, e parecia estar tendo dificuldade em ficar em pé e falar ao mesmo tempo.
-Tão cedo? Os jovens de hoje em dia. - Hizashi deu um afago nos cachos de Midoriya e saiu vestiário a dentro, dizendo que dentre eles apenas Aizawa que deu o fora cedo assim.
-Vai se trocar, garoto problema. Resolveremos isso depois. - isso pode ou não ser ilegal, mas vai dar um "jeitinho" no salário de Midoriya depois.
-Certo, eu já "estoino". - disse num bocejo, juntando duas palavras sem querer. Foi quase caindo mas a passos rápidos para vestiário.
-Meninos~ Como eu estou? - Nemuri voltou, depois de muito tempo, fazendo pose colocando a mão na cintura.
-Demorou. - Aizawa não gosta de demora ou atrasos, tanto, que ninguém se lembra de uma única vez que ele chegou tarde.
-Aizawa, não seja assim. Como eu estou? - não desistiu de receber um elogio sequer, por não ter muito tempo para si mesma agora, não fez muitos cuidados com sua pele ou aparência no geral, então quer apenas se sentir bonita já que já sabe que é.
-Muito bonita, Nemuri.
-Yagi é o único que me entende.
O uniforme de Nemuri é uma saia preta simples parecendo tubinho até os joelhos, uma camisa cinza com alguns dos botões dourados abertos fazendo decote, meia-calça um marrom escuro e um avental bege.
Ela estava certa, o avental não é apenas na cintura, agora é um avental de cozinha sem detalhes.
-Só tem cores escuras, você é muito careta Aizawa. - Hizashi veio logo atrás de Nemuri, com o uniforme masculino, já reclamando do modelo.
-Como se o último fosse colorido. - rebateu Aizawa.
-Ao menos não era tudo cinza e preto. - Hizashi estava pensando em algo como o uniforme do restaurante da outra rua, sofisticado mas em tons de azul que se complementam. Não uma coisa tão escura que o faz parecer o void.
-Onde está o Midoriya? - interrompeu Nemuri, preocupada com o paradeiro do garoto bonito. E internamente, lamentou que não vai ver a roupa curta em Midoriya novamente. Ou talvez sim...
-É verdade, eu achei que ele foi logo atrás de mim.
-Ele foi, mas enrolou um pouco. - comentou Yagi.
-Eu espero que ele não seja igual você Nemuri, ficar horas na frente de um espelho não é muito normal. - disse o garçom usando a chance rara de poder fazer piada com Nemuri, já que normalmente é ela quem faz as tirações de sarro, enquanto ele é apenas o cara que ajuda a concluir pegadinhas inofensivas.
-Ele morreu ali? Que demora. - Nemuri ignorou a tentativa de Hizashi, sendo hipócrita e não querendo entrar na brincadeira.
-É bem possível. - Aizawa percebeu o jeito morto-vivo que o garoto estava andando, e essa não é a única indicação sobre o cansaço dele, Midoriya pode muito bem ter apagado dentro do vestiário
-Vocês parecem ter tirado o dia para me ignorar, que coisa. - reclamou Hizashi, mas ninguém prestou muita atenção nele.
Quando chegaram tinha a segunda cabine fechada, Yagi bateu na porta e já tirou a chave mestra, mas como não ouviu som algum, simplesmente girou a maçaneta para confirmar se estava trancada, mas Midoriya deve ter esquecido de trancar, já que o garoto estava praticamente esparramado no chão, dormindo com o uniforme já posto.
-E agora, a gente faz o que? - Nemuri não esperava encontrar Midoriya assim, e ela é a segunda pessoa que mais vê o garoto como vulnerável. Estando apenas atrás de Aizawa que, ao contrário dos presentes, já preveu isso.
-Eu vou levar ele na sala de descanso. - Aizawa se ofereceu, mais bem decretou, que iria tirar Midoriya do vestiário. Não vai ter problema se tiver uma razão para adiar os papéis chatos, já que Midoriya é uma ótima desculpa para usar contra Yagi.
-E como você pretende fazer isso? - duvidou Hizashi.
-Como uma pessoa normal faria. - Aizawa se abaixou na altura de Midoriya e o pegou no colo, sem nenhuma dificuldade como se fosse uma criança, em resposta Midoriya bocejou e se aconchegou em Aizawa, totalmente alheio a situação que se encontra.
Mentalmente, Aizawa fez a nota que dormindo Midoriya é mais desprotegido.
-Você ajudando alguém sem receber nada em troca, essa eu nunca vi. - Hizashi tem motivo para pensar assim, quando ainda estavam na escola, precisava subornar Aizawa para não falar para professora que foi ele que jogou estalinho no pátio e acendeu uma vela fedida na sala dos professores. O pior que havia feito tudo aquilo a mando de Nemuri.
-Você vai acordar ele Hizashi. - Nemuri pisou com todas as forças e seu sapato com salto no pé Hizashi, e viu com sadismo ele se contorcer para não soltar um grito digno de um animal a beira da morte.
Aizawa os ignorou até precisar pedir para Yagi abrir a porta, logo pediu para fecha-lá, Yagi o olhou estranho e Nemuri o viu como se tivesse perdido a sanidade, não se importou até o momento que Nemuri resolveu tirar uma foto, ai ele quase parou o que estava fazendo para dar um soco no rosto daquela mulher, se não fosse por Midoriya abraçando ele durante o sono.
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10:02
-Mais cinco minutos. - Midoriya murmurou ainda meio sonolento, se perguntando desde quando sua cama é tão dura mas seu travesseiro tão macio.
-Eu não acho que você tenha mais cinco minutos, Midoriya.
Midoriya despertou de imediato, totalmente vermelho ao notar que estava dormindo no trabalho.
-Me_ am.. me desculpe senhor Aizawa. - só se lembra de fechar os olhos por um segundo enquanto recolocava os sapatos, como que parou nessa situação?
Não deveria estar com a cabeça no colo de seu chefe! Como que isso, de todas as coisas, pôde acontecer?! O pior que mesmo já de pé, seu corpo ainda protesta contra cada movimento, se sente todo mole.
-Se ainda estiver com sono pode voltar a dormir, eu estava aqui para ter certeza que você não iria se machucar, mas vou sair agora.
-Eu já estou bem. - Midoriya tentava não dar voltas na situação constrangedora, tentativa que foi para o ralo assim que sentiu um cansaço esmagador e quase dormiu em pé ali mesmo.
-Midoriya, eu vou te mandar para casa agora, não se preocupe, você pode voltar amanhã.
-Não é bem assim Senhor Aizawa, meu problema já foi resolvido, eu posso trabalhar hoje. - nem fudendo que vai arriscar perder o emprego.
Desconhecido para Midoriya, era a seringa vazia que Aizawa chutou para baixo do sofá pequeno que Midoriya outrora estava encolhido porém o mais confortável que o colo de Aizawa poderia ser.
Aizawa disse que pode ficar sentado ali, descansando, e se precisar vai dar meia hora para ele dormir, já que ele sabe como mudança pode ser cansativo e estressante a primeira vez. É algo realmente tentador, e ele ainda disse que simpatiza consigo, não tem razão nenhuma para recusar, agora que está quase Tonto de sono.
Aceitou e se sentou, decidiu encostar a cabeça apenas por luxo e sem querer apagou.
Aizawa foi completamente imoral e definitivamente fora da lei, mas quem se importa? É seu psicológico que está em jogo aqui, como? Não faz faz mínima ideia, mas está com um sentimento horrível de perigo e não tem motivo para tal. Especialmente com o fato de Midoriya estar dopado, se ele for uma ameaça assim, vai aplaudir as habilidades dignas de filmes de ação.
Ainda está ansioso, então precisa de alguma outra forma de fazer Midoriya ficar ainda mais desprotegido.
Ele estava dormindo despreocupadamente em seu colo antes...
Ele não teria como ser uma ameaça assim.
-Você viu isso Nemuri? - Hizashi decidiu checar nos dois depois que se passou uma hora, Nemuri veio atrás como boa fofoqueira, e viram a interação dos dois. Viram Aizawa pegar Midoriya e colocá-lo em seu colo, viram Aizawa convencer Midoriya, mas não chegaram a tempo de ver nada além disso.
-Com toda certeza. - aproveitaram o estabelecimento vazio para não serem discretos, Nemuri não precisa importar de estar agachada a frente de uma porta semi-aberta e ter gente a olhando como se fosse uma daquelas velhas que ficam na varanda para descobrir sobre a vida dos outros. Quer dizer...
-E você tirou as fotos?
-Mas é claro, está duvidando de mim Hizashi? - ela tecnicamente é fofoqueira, e fica na varanda algumas vezes, mas ainda não é velha.
-Isso vai ser um ótimo jeito de chantagear Aizawa.
-Vamos poder finalmente comer aqueles bolinhos. - fantaseou Nemuri, já se preparando para usar argumentos que Aizawa vai discordar e ter muitas objeções, mas que não pode negar.
-Eu não entendo o porque Aizawa não deixa a gente comer os bolinhos, não estão bons para vender de qualquer forma. - não é sempre que uma fornada sai perfeita, por exemplo, Aizawa deu permissão para acontecer experimentos na cozinha do estabelecimento com a condição de que, tudo que for bom deverá ser comercializado.
Mas muitas vezes, os experimentos são comestíveis mas não bons para serem comercializados, só que Aizawa se recusa a dar para eles!
-Deixando nossa inevitável vitoria de lado, como nos vamos fazer para encarar esses dois? Eu não vou sentar naquela poltrona de novo.
-Meu deus Hizashi, os dois estão dormindo, não fazendo sexo. - infelizmente, Nemuri vai ter que pensar a fundo sobre Midoriya Izuku, e em breve precisa fazer uma opinião sólida como se sente ao garoto de olhos verdes.
-Era brincadeira, depois me manda as fotos.
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Cofee
Ficção AdolescenteUm garoto que não sabe de nada. Um homem que se esconde do passado do qual não se arrepende. O passado de uma família perigosa. Desconfiança vinda do sangue derramado. Isso já é uma confusão. ---------- Atenção: em alguns capítulos vai ter gatilho d...