Conseguiu um emprego

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-Izuku? Onde você está indo? - uma mulher baixa de cabelos verdes lisos, e olhos da mesma cor, perguntava, secando as mãos no avental logo após de terminar com a louça.

-Mãe. Eu vou procurar um emprego. - um pouco receoso com a reação da mãe, o garoto de cabelos esverdeados respondia.

-Como? - um sentimento confuso de instalou no coração da pobre mulher, seu bebê está ficando crescido e era o esperado isso acontecer, mas queria ser ela quem iria chutar o filho de casa dizendo que já estava velho o suficiente. Jamais faria isso e o cuidaria até mesmo com os cabelos já platinados de tão brancos.

O menino ficou nervoso, brincou com as mãos e tentou organizar as palavras perfeitamente em sua cabeça, logo se sentiu digno de levantar a cabeça e enfrentar sua mãe no que encarou como uma batalha perdida.

-Eu não quero te incomodar mais.. e também que eu quero ter experiência em um ambiente de trabalho, ou no mercado de trabalho em geral. Gosto muito do cursinho de economia que a senhora me colocou, - respirou fundo, buscando coragem. - mas até agora não está me levando a lugar algum. - tentou, apenas com os olhos verdes, passar que está seguro da decisão, mesmo com sua determinação abalada, quer fazer igual seus amigos e achar um emprego que também pague contas. Não é apenas para falar que consegue.

-Izuku? - já ela, a mulher que mesmo estando casada no papel criou o filho como mãe solteira, não sabe o que fazer mesmo se preparando para esse dia que seu filho iria querer deixar o ninho, ficou todos os dezessete anos martelando nessa coisa de mandar os filhos mundo a fora vendo as outras mãe que conhece fazendo. - Venha cá, meu filho, preciso conversar com você. - até treinou o que falar em frente o espelho, foi um treino árduo não chorar apenas com o pensamento que seu bebê iria virar adulto. Mas agora com a conversa, precisa organizar as palavras.

O nome da mulher é Inko Midoriya, mãe de Izuku Midoriya. Nem mesmo o próprio filho tem conhecimento do passado completamente emaranhado que tem, isso não a incomoda, de fato, trás conforto saber que ela é a única guardando segredos.

Puxou o filho para o sofá, respirando fundo procurando a forma de organizar o que quer dizer.

-Izuku, - começou, já fazendo seu filho quase explodir de preocupação. - você sabe que eu não quero te prender aqui em casa, assim como eu não quero que você saía daqui e fique exposto aos perigos do mundo.

-Mãe? - se estava confuso antes, agora está como cego em meio ao tiroteio.

-Eu acho que está na hora de você ter seu próprio apartamento. - não quer dizer para seu filho sair e nunca mais ter contato, mas privacidade é algo que imagina ser importante para os jovens, desde que andou no seu filho tirando a calça para revelar uma saia, nunca mais entrou naquele quarto sem bater.

Quer que seu filho tenha mais privacidade para fazer qualquer esquisitice que pensar, acha que seria difícil com ela na mesma casa.

-Como?

-Eu quero que você seja um adulto responsável, não que fique desempregado e more junto com mãe aos quarenta e sete anos. - mentira, mesmo que já passaria os oitenta com seu filho nessa idade não iria deixar de cuidar dele.

-Isso é uma coisa que eu queria conversar mais pra frente. - comentou com um suspiro. - Eu não tinha pensado em me mudar tão cedo, então não vi nenhum apartamento ainda. - se sente despreparado para começar qualquer coisa assim, mas se sua mãe decidir que deve ir, vai.

-Sem problema, primeiro ache um emprego depois procure um apartamento. - em sua mente parece o plano perfeito.

-Certo!

-É melhor você ir agora. - deu uma olhada no relógio e notou que está perto do toque de recolher, nada depois das dez pode funcionar além de bares, delegacias e hospitais. Ninguém em sã consciência iria arriscar, exceto, claro, os ricaços que colocaram os filhos no turno da noite que a Yuuei oferece.

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