folga de merda

462 55 4
                                    

Midoriya aproveitou a folga.

Pediu para sua mãe o deixar dormir até tarde, e ela deixou. Depois saiu dar uma volta, e por coincidência, se encontrou com a menina que estava rindo como hiena quando deu um tapa no tal Giran.
Primeiro foi uma curta e casual conversa, a que se tem com um desconhecido, sobre o clima, logo ela mencionou um livro que conhece muito bem. Foi o primeiro romance que já leu, um pouco obsessivo, mas gostou dos personagens e jura que se apaixonou pelo interesse amoroso, numa forma de admiração, claro, por que se apaixonaria por um homem? Ha ha.

E de imediato ficou confortável com a menina, até mesmo trocaram contatos para conversar sobre livros. Ela se chama Himiko Toga, e trabalha numa biblioteca. Ficou com inveja na hora! Trabalhar numa biblioteca tem sido seu sonho desde que começou a ler, não o fazendo por outras necessidades, entre o salário estupidamente alto do café e um salário mínimo de uma biblioteca, e escolha é óbvia. Mas se imaginar cercado por diversos livros parece ser algo que não sai de sua mente.

Apenas pararam de conversar quando Toga recebeu uma mensagem, supôs que era de um parente pela cara de preocupação.

-Me desculpa Mido-chan! - ela suplicou com as mãos juntas. - Amanhã podemos nos ver de novo? Nunca tive alguém para falar de livros.

Por simpatia e felicidade, concordou, feliz de ter feito uma amiga.

-Podemos nos encontrar aqui? É um bom ponto de encontro. - disse apontando para a loja de conveniência, num ponto estratégico, já que é perto de tudo, até mesmo de um hotel de luxo.

-Sim! Sim! Eu te trago um livro que li recentemente!

E assim foi marcado, iriam continuar a discutir por mensagem, mas Midoriya falou o que queria falar, opiniões e recomendações, assim como ouviu as de Himiko, que difere do seu gosto pelo terror, Midoriya gostando de sustos e Himiko romance.

Viu Himiko até ela desaparecer virando para a próxima rua, estava feliz que iria vê-la outra vez. Fez seu caminho até a loja de conveniência, passos leves, tomando seu tempo, quase saltitando.

Sua felicidade não passou até mesmo quando um carro preto parou do seu lado, uma moça vestida de preto assim como os outros do carro o perguntaram se conhecesse Mashirao Ojiro, ainda dentro de seu mundo feliz, disse que sim. Ouviu uma desculpa que pareceu esfarrapada, e logo uma pergunta sobre o endereço, na sua mente apareceu flashes de câmera, e os números simplesmente formaram em sua cabeça e caíram de sua boca, como uma cachoeira de informações que não deveria dizer.

O grupo agradeceu e foi embora.

Entrou na loja, se lembrando de Himiko e ficando feliz novamente, mas não durou muito, seu recente ato o deixando imóvel na frente da gôndola que sequer sabe de qual produto.

Isso é culpa? Se perguntou, sentindo um peso no peito, coração batendo forte. Foi um erro dizer isso?

Não pensou muito, realmente, sequer passou por sua cabeça que teria possíveis consequências, apenas disse o que sabia. Mas o que sabia não era suspeito? Um endereço.

Mashirao Ojiro, o que você fez?

O que ele fez para ter um grupo muito suspeito o procurando? Carro preto, janelas escuras, roupas pretas, muito longe do estilo de Ojiro para serem conhecidos.
Eles o perguntaram onde Ojiro mora, e ele disse, rua, e casa. Não deveria ter dito? Que pergunta besta, obviamente não.

Sequer tem algo contra ele, Ojiro nunca fez nada de mal a si, mas não ajudou também, não riu mas assistiu, não bateu mas fugiu... O que Ojiro fez por si, que o faz merecer ajuda?
Ora, que pergunta, o que fez não se faz, entregar um endereço para um desconhecido? Deveria ser ilegal. Mas se fosse seria duas vezes mais culpado, não deveria ter dito nada, agora apenas espera que Ojiro não esteja em casa.

CofeeOnde histórias criam vida. Descubra agora