25. O começo

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Brittany e Santana afastaram suas cabeças aos poucos, encerando aquele beijo não mais com a incerteza do que viria depois, mas com plena convicção e contentamento por saberem que, a partir dele, iriam desfrutar disso mais vezes, quantas vezes fossem necessárias. Quer dizer, a loira nem tanto... Ainda precisava encarar olhos castanhos, para entender melhor o ocorrido. Era quase uma necessidade o fazer.

No seu coração, o beijo era o sinal verde que a Lopez tinha ficado de te dar, quando estivesse mais confortável em embarcar numa relação para além da amizade que tinham. Mas, na sua mente, Brittany ainda achava obstáculos... Inseguranças. Nada melhor então que uma confirmação verbal, sim? Abriu os olhos com calma, sem sair do lugar.

— Isso quer dizer, o que eu acho que quer dizer?

— Por quê? — Santana riu da confusão dela, enquanto contornava os fios loiros com os dedos indicador e médio. — Não parece?

— Só confirmando...

— É, Britt. — Ela assentiu, tocando a pontinha da língua atrás dos dentes em um sorriso cativante. Covinhas fizeram-se presentes. — É sim.

— Que bom... — Brittany suspirou. Todavia, no segundo seguinte, voltou a se preocupar. — Mas, você tem certeza... Né?

— Tenho, boba!

A morena puxou a Pierce para outro beijo, na intenção de deixar ainda mais claro sua resposta... Se é que isso fosse possível. O beijo de antes já explicava muito, mas era sempre bom reafirmar quando o negócio era gostoso daquele jeito. Santana não fazia ideia da saudade absurda que tinha de beijar na boca, até conhecer a desenhista. Talvez, fossem os hormônios aflorados pela gravidez lhe dizendo isso... Mas, pouco importava agora. Só queria trazer Brittany para mais perto, e, o fato de sentir a mesma vontade vindo da outra mulher, só triplicava o sentimento.

Conforme as mãos da loira subiram até o rosto de Santana, ela deixou que Brittany controlasse o beijo. E, ao passo que lábios finos e carnudos se atritavam um pouco mais rápido que antes, suas línguas voltaram a se encontrar no ritmo que só elas sabiam tão bem. Seus corações passaram a bater com mais força, a cada toque... Cada suspiro. Seus narizes perpassando um no outro, toda vez que trocavam de posição. Seus dedos explorando bochecha, nuca e pescoço. O escuro viciante de seus olhos, de novo e de novo.

Brittany começou a descer os lábios para o pescoço de Santana, e a morena, mesmo sem querer, parecia a própria carência em pessoa implorando para que a dos olhos azuis continuasse, não com palavras, mas com toda a sua linguagem corporal nada discreta... Era tão injusto. Santana conteve um gemido ou, pelo menos, tentou conter, e a Pierce percebeu na hora, preferindo deixar passar batido, para o próprio bem. Pois, se dependesse dela, avançaria mais e mais, até onde a tentação a levasse... Mas, não podia se aproveitar disso a seu favor. Nunca. Dar ouvidos aos seus sentidos, naquela hora, seria a mesma coisa que um tiro no pé, ainda mais quando os mesmos se achavam tão desvairados e sedentos de carinho.

Como estariam os de Santana, então?

A jovem precisava se afastar, urgentemente. Então, foi o que fez... Aliás, não sabia muito bem se tinha partido dela primeiro ou da Lopez, já que a garçonete teve a mesma ideia, na mesma hora. Mas, estava valendo. Esse era o caminho. Seus rostos queimavam em timidez e a sensação ia descendo para o resto de seus corpos como se fosse água, não sabiam muito bem pra onde olhar... E acabaram rindo com isso, o que foi um alívio e tanto. A última coisa que elas queriam era transformar a ocasião num enterro.

— Então... — Santana recolheu os papéis de rascunho espalhados pelo sofá e se levantou rapidamente, quase perdendo o equilíbrio por conta da instabilidade que sua barriga de quase 7 meses de gestação a proporcionava. Disfarçou. — Tá ficando calor aqui, né?

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