33. Tremendo na base

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Era um novo dia. Quarta-feira, meio de semana. Pela manhã, Santana tomou um banho um pouquinho mais demorado que o normal e saiu de lá muito melhor do que no dia anterior. Ainda não estava cem por cento bem, mas o sentimento ruim que Sugar Motta havia deixado falando todas aquelas coisas para Brittany em sua presença (no que era para ser uma simples volta na praia) tinha se aquietado um pouco. E, no intuito de não pensar muito sobre isso, ela decidiu que o melhor dali em diante era seguir com sua rotina normalmente e foi o que fez.

Antes de se vestir, a Lopez se encarou nua no espelho podendo perceber as pequenas mudanças que seu corpo ia tendo dia após dia, estas que, se tornavam mudanças consideráveis no final de cada semana e mês, portanto era importante o fazer todo dia se possível, para o impacto não ser tanto a longo prazo. Ela ainda se lembrava muito bem como costumava ser o seu corpo antes da gestação, e, às vezes, sua autoestima se abalava um pouco com isso, mas, de tudo que englobava essa nova fase de sua vida, essa nem de longe era uma questão, ao contrário de seu emocional irritantemente sensível e o dinheiro gasto com roupas, consultas e afins.

Se antes a morena não deixava nada passar por ela, agora Santana mal se reconhecia. E não porque ouvia tudo de boca fechada, porque nem todas as vezes foram assim, havia conseguido responder Elaine à altura por exemplo, fora alguns fregueses intrometidos do Breadstix, e, bem, não diria que quando conheceu Brittany foi a pessoa mais amigável também, aliás, bem longe disso. Então, por que com Sugar era diferente? Simples: ela fazia parte das piores exceções que, quando abria a boca, o ódio gerado era tanto que chegava a petrificar a latina no lugar, por medo mesmo do que pudesse ser capaz de fazer caso resolvesse responder a infeliz.

E por que Santana não se reconhecia? Bom, primeiro, porque nunca foi de se abalar tão facilmente antes da gravidez. Segundo, porque não fazia ideia de como uma situação iria a afetar até propriamente viver aquilo. E terceiro, porque não dava mais para pensar só em si mesma, tinha que pensar por dois agora, afinal de contas tudo que dizia respeito a sua saúde física e mental estava estritamente interligado com o bem estar da bebê que carregava no ventre. Mas, não era hora de pensar nisso. O melhor que podia fazer era arranjar alguma forma de superar tais sentimentos negativos, Santana já havia visto onde o estresse podia a levar e a última coisa que ela queria era botar Elizabeth em risco novamente.

A jovem logo colocou uma roupa e foi tomar café com Rachel e Kurt, depois, olhou o celular. Abaixo das mensagens de bom dia de sempre, Sebastian avisou que estava lá embaixo a esperando. Sem entender muito bem o motivo ela enviou um "ok" e terminou de se arrumar. Antes de sair porta afora, sua prima e o Hummel vieram agarrá-la cheios de amor.

— Tchau, gente... Boa aula pra vocês. — Ela acenou, saindo de casa. Ao chegar na calçada, fitou o ex-namorado meio sem graça e os dois se cumprimentaram com um rápido abraço. — Sebastian, tudo bem?

— Tudo e com você?

— Também.

— Que bom! — O Smythe sorriu, afundando as mãos no bolso. — Ahn, então, será que eu posso te acompanhar até o trabalho hoje, San? Mal tenho te visto ultimamente... E agora sem o carro do vovô e com a volta das aulas, acho que a tendência é piorar.

— Tá... Vamos.

Eles começaram a andar até o ponto de ônibus mais próximo, enquanto conversavam.

— Sei que não gostou muito de me ver perto da Brittany segunda, mas se te serve de consolo eu conheci uma garota semana passada.

— Sério? — Santana riu. — Isso é ótimo... Olha, eu nem me incomodei tanto assim, só fiquei surpresa com a intimidade de vocês na verdade.

— Claro... — Sebastian se divertiu, assentindo. — É que ela é muito legal, aí fica fácil.

— Eu sei. A Britt é incrível... — E era nisso que tinha que se apegar, não nas palavras de Sugar. — Mas, e a tal garota que conheceu? Como ela é?

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