12. Ajudinha imparcial

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Brittany pôs as mãos na cintura e olhou ao entorno, sem saber muito bem por onde começar. Era domingo e estava disposta a iniciar o processo de mudança, pois quanto antes saísse daquele apartamento, mais rápido se livraria da "dívida" que tinha com Liza e Frank. Não podia negar, estava ansiando por essa parte... Mas, só essa mesmo. Embalar e empacotar os pertences estava longe de ser algo legal do seu ponto de vista, foi desconfortável quando o fez da casa dos pais para o dormitório da faculdade anos antes, se repetiu quando viera para esse apartamento e agora não seria diferente.

Sua mente implorava-a para procrastinar um pouquinho, pelo menos uma ou duas semanas, é verdade. Mas, não daria certo. Primeiro, porque estaria se estagnando outra vez e isso não podia acontecer em hipótese nenhuma. E depois, porque não se sentia em casa há muito tempo e isso provocava-a um sentimento de fuga tremendo. Afinal, não era só Marley que tinha o poder de espantá-la de lá. Mesmo sem sua ex por perto, batendo portas ou o que quer que fosse, a necessidade que Brittany sentia em sair correndo daquele lugar continuava vindo, descontrolada.

Bom, logo resolveria tudo.

Horas mais tarde, a Pierce se deu um intervalo de toda aquela arrumação, pois já era praticamente fim de tarde e seu estômago fez questão de firmar que precisava comer algo antes que tivesse um treco. Então, assim que terminou a refeição que tanto tardou a fazer, abriu a porta de casa e subiu sem pressa as escadas do edifício, indo até o terraço do mesmo, como periodicamente o fazia. Próxima ao parapeito do lugar, ela caçou o celular no bolso de sua calça e viu todas as notificações, atualizações e aleatoriedades que pôde na internet, antes de reabrir o diálogo que havia começado com Santana por SMS no dia anterior. Queria continuar a conversa, mandar qualquer coisa, mas o medo de parecer inconveniente continuava a invadindo, por mais que a outra tivesse dito que não havia problema.

O que queria falar, afinal? Nem sabia ao certo...

Será que suas últimas mensagens haviam soado estranhas?

Quer dizer, não dá para ler muito bem as pessoas por mensagem de texto. Pode-se imaginar, deduzir, mas saber com exatidão o que está se passando do outro lado? Não mesmo. Cada um tem sua própria maneira de interpretar as coisas, essa talvez fosse a maior barreira de conversas assim... Aliás, da escrita num geral. Enquanto se ocupava de pensar em tudo isso, girava o celular distraidamente, sem perceber que a tela ainda estava desbloqueada e a caixinha de mensagem sendo preenchida por letras desconexas em função de seus dedos encostando no touch repetidas vezes. Só se deu conta mesmo, quando o aparelho vibrou em sua mão com uma resposta.

Brittany

Dfgtyxc

vdsa

lihbv

gft

(5:47 p.m.)

Santana

?

(5:47 p.m.)

Olhos azuis se arregalaram, e a loira sentiu o coração querer pular para fora. Belo jeito de puxar assunto, incrível. Agora a morena iria achar que ela era uma idiota... Um segundo depois, mais mensagens chegaram antes que Brittany sequer pudesse pensar em como se explicar.

Santana

Que isso? Um código?

haha, vou ficar te devendo

(5:48 p.m.)

Brittany

Poxa, que pena

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