27. Coisas boas

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Tudo começou com uma HQ. Ou melhor, a sua HQ. Brittany tinha terminado a primeira edição daquela história em quadrinhos no dia anterior e, agora, estava mostrando-a em formato digital aos colegas de trabalho. Não era bem o seu plano a princípio, já que só pretendia mostrar a obra para Mike Chang, mas uma coisa levou a outra e quando menos percebeu, uma rodinha de gente curiosa – e, aparentemente, desocupada; se formou em volta dela e do amigo em algum lugar do pequeno estúdio de quadrinhos em que trabalhavam.

Tratava-se do dia 31 de Agosto e a última semana havia sido extremamente inspiradora para a desenhista, o que a serviu de grande impulso para concluir a primeira unidade de 'Codinome Snixx', a sua super-heroína baseada em ninguém mais, ninguém menos que: Santana Lopez. Não por acaso, o namoro da Pierce com a latina completava uma semana aquele dia. Estava sendo muito bom, os melhores dias desde muito tempo se Brittany tivesse que dizer.

A primeira pessoa para quem ela mostrou a HQ finalizada foi Santana, seguida de Sam, Kitty, Blaine e Jane, e até agora não acreditava no potencial de seu desempenho em ter concluído a obra em pouco menos de dois meses. Era impressionante, jamais pensou que seria capaz... É claro que a história nem de perto se encerrava exatamente ali, no ponto final da edição inicial da HQ, mas não precisava necessariamente de continuação, pois, se auto-bastava em si mesma caso nada desse certo e Brittany não fosse continuar a série, o que não queria pensar no momento, já que estava confiante e otimista. E os feedbacks que recebia? Só a ajudavam a ter ainda mais certeza de que aquela história tinha futuro.

— Tá muito louco, Britt! — Mike elogiou, sendo acompanhado dos demais em volta deles. — Sério, não mudaria nada...

— Nem eu!

— É, também não.

— A Snixx é incrível!

— Né?

— Valeu, gente... — Brittany sorriu, um pouco sem jeito. — Mesmo.

— Deixa eu te fazer uma perguntinha, Brittany. — Tina chegou mais perto dela, curiosa. — Foi você que criou esse código dos Quimeras?

— Não. — Ela riu. — Foi a Santana, minha namorada. Ela estuda Linguística.

— Ah! Que legal... Será que ela toparia fazer parte de outros projetos? Eu tava querendo criar uma língua pros aliens da minha HQ, mas tô travada até agora e eu amei o trabalho. De verdade.

— Também tô querendo saber! — Rory revelou, risonho. Já que perguntaram por ele, era bom aproveitar a chance. — Conheço pelo menos umas quinze pessoas que não tem um pingo de criatividade nessa área, contando comigo e com o Artie!

— Ei! — O garoto protestou. — Eu tentei... Só não deu certo. Então... É, acho que vou querer ajuda da sua namorada também, Brittany.

Todos eles riram, pois era a mais pura verdade. Criar códigos, alfabetos e línguas não era para qualquer um. Era muito mais complexo do que parecia. Santana tinha a habilidade de poucos.

— Olha... Eu posso ver hoje mesmo a possibilidade com ela, aí retorno vocês mais tarde. — Brittany sugeriu. — Ok?

— Show!

— O que tá acontecendo aqui? — William Schuester, o dono do estúdio, apareceu atrás dos jovens, tentando entender aquele tumulto em meio ao expediente dos mesmos. — Posso saber?

Eles petrificaram, olhando uns para os outros, sem saber o que fazer. Mike resolveu abrir a boca. Era uma ótima oportunidade.

— Então, é que a Britt tava mostrando pra gente a HQ autoral dela...

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