Kwon Jiyong
Kwon Jiyong perdeu a conta de quantas pessoas havia cumprimentado desde que chegou na galeria. Homens e mulheres de grande poder aquisitivo chamavam-lhe sua atenção, com conversas fiadas e assuntos significativamente toscos para ele.
E eles falavam de tudo, menos arte;
Falavam de suas mansões caríssimas no melhor bairro de Seul, a última viagem rápida para França, bolsas de valores, como não conseguiam descansar em seus iates caríssimos por causa dos filhos recém nascidos...
Apesar do tédio e banalidade, o traficante tentou se enturmar, pois sabia que em parte, estar no meio deles era importante para os negócios.
— O que fez durante essas semanas, Sr. Kang? — Tiffany, uma mulher astuta de quase cinquenta anos, perguntou-lhe.
Seu marido estava ao lado dela, conversando com um dos maiores empresários da Coreia. Conhecia-os pouco, mas tinha suas suspeitas em relação a onde o dinheiro dos três realmente vinha. E não era de seus contratos duradouros, trabalhos reconhecidos e honestidade.
— Eu? Bem, infelizmente, afundado em negócios.
E não era uma manteria. Suas últimas semanas têm sido malucas.
— Por isso não apareceu mais por aqui? Tivemos outros eventos fora esse.
Ela bebeu um gole do espumante em sua mão, analisando-o. Por mais difícil que fosse acreditar, o homem elegante não segurava nada em seus dedos.
Nenhuma bebida alcoólica, nenhum vinho oferecido pelos funcionários. Ele queria estar sóbrio para o que estava por vir. Queria ter seu corpo completamente acordado, embora sentisse que o álcool fosse sim, relaxá-lo um pouco mais.
— Fiquei sabendo. A diretora me informou. Fico feliz que nossa galeria esteja crescendo cada vez mais. Infelizmente, minha agenda se encontrava muito ocupada e não pude comparecer a eles.
— Um belo garoto como você faz falta aqui, acredite no que eu digo. Deveria tentar abrir sua agenda um pouco mais aos nossos eventos. Você instiga a curiosidade dos visitantes.
Ele tentou sorrir, cansado da conversa fiada.
— Grato pelo elogio, Tiffany — falou. — Mas sou apenas um fiel admirador da arte. Por isso, ao contrário do que disse, minha presença aqui não faz diferença, realmente. Frequento apenas quando posso. Assim como ajudo.
Tiffany poderia parecer uma mulher amigável frente a todas aquelas pessoas, frente a ele, mas Jiyong era consciente que o caso normalmente não era esse. E agradecia, um pouco, ter mudado tanto sua aparência desde criança, até hoje.
Ela não se lembrava dele. Nem o que fez com ele.
— Deveria aproveitar mais sua juventude, rapaz. A vida passa rápido. Se pensar apenas em trabalhar, quando irá conseguir formar uma família?
— Eu sou minha própria família no momento. Isso é mais que suficiente. — a frase saiu ríspida demais e ele curvou-se para a mulher, continuando com mais leveza, antes de encerrar a conversa e perambular para outro canto: — Se me der licença, preciso cumprimentar outros conhecidos.
Ela piscou, surpresa.
— Claro, fique à vontade.
E, enquanto se afastava, a frase dela martelou na mente do traficante.
Definitivamente, não queria uma família. Uma esposa e um filho não estavam em seus planos. Deixar seu legado desgraçado para um outro alguém que provavelmente cresceria de forma errada como ele, era tudo o que mais lhe perturbava imaginar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Demon: heaven or hell? ❄ Kwon Jiyong
FanfictionO demônio. É assim que um dos maiores traficantes da Coréia do Sul é chamado pelos policiais e detetives que o procuram. Ninguém sabe quem ele é. Ninguém sabe onde ele se esconde. Ninguém sabe como tudo verdadeiramente começou. A única coisa que de...