The Demon: heaven or hell? ❄ Kwon Jiyong

Capítulo 1

Kwon Ji Yong

— Isso não parece uma colagem? — Jiyong indagou, irônico.

— Não sei, senhor, parece? — seu segurança retrucou.

Estava disfarçado e no momento se assemelhava mais com um colega próximo no qual o mesmo confiava bastante, ao invés de seu protetor pessoal.

— Não sei... — murmurou, o homem, levando a cabeça para o lado lentamente.

O vinho em sua mão direita era de uma excelente qualidade, mas ainda assim, quando o colocou na boca após alguns segundos tentando interpretar aquele quadro, não foi capaz de evitar sentir o gosto amargo do incômodo.

Era belo, mas parecia haver algo além.

E Jiyong sempre soube interpretar quadros pois era um amante fiel a arte. 

— Talvez seja apenas uma simples colagem mesmo — voltou a falar, com desdém.

— Então por que quer comprar o quadro, senhor?

— Boa pergunta.

Ele adorava coisas estranhas, talvez fosse por isso.

Mas sabia que não era o único motivo por sua compra.

Jiyong nunca havia visto tamanha delicadeza em toda a sua vida. Tamanho talento escondido entre pinceladas suaves e cores escuras.

Mesmo que sem querer, sua alma acabou se conectando com aquilo.

E ele sabia que era uma droga, já que não poderia se deixar ter apegos pessoais.

Ainda assim, era diferente quando se tratava de arte.

Para Jiyong, arte era a única coisa capaz de prendê-lo. A única coisa capaz de fazê-lo querer desvendar algo. Querer se aproximar e se interligar a uma imagem qualquer. Até mesmo se permitir machucar.

É por isso que ele as amava.

— Como está indo o plano? — perguntou, pondo sua mão direita no bolso da calça social preta.

Se vestir formalmente era uma merda, mas todas as pessoas ao seu redor assimilava aquilo como status. E o homem tinha tudo, menos uma boa reputação.

Vestir uma roupa dessas era o mínimo que poderia fazer para se juntar a todos os loucos da sociedade, mesmo que ninguém soubesse quem ele de fato era.

— Aparentemente ele acabou de ser preso, senhor — seu segurança informou.

Sem evitar, ainda encarando ao quadro com uma pose ereta e pensativa, Jiyong sorriu.

— Ótimo. E o compromisso de hoje?

— Vamos assim que anunciarem a prisão.

— Os repórteres já chegaram na delegacia?

— Sim senhor.

— Então é questão de segundos. Isso é bom.

— Tem certeza que deseja fazer isso?

— Prendê-lo é o mínimo. Eu deveria matá-lo.

— Eu sei, senhor, mas...

— Por acaso está me contradizendo? — Jiyong ergueu uma sobrancelha, olhando para o lado pela primeira vez desde que encarou o quadro excêntrico.

Notou o olhar sério de seu segurança. Não sentia medo de suas atitudes ameaçadoras diferentes dos demais e fora exatamente por isso que estava sempre ao seu lado.