Capítulo 15

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Kwon Ji Yong

Não, definitivamente, Kwon Ji Yong não gostava de gatos. Na verdade, o homem tinha uma aversão notória a qualquer animal, principalmente os domésticos.

Eles eram frágeis e se apegavam fácil demais, características cujo o homem nunca gostou, nem mesmo em pessoas.

Mas fingir se importar com uma criatura minúscula e esquelética como aquela era uma forma inteligente de ganhar ainda mais a confiança da pintora.

E se a consequência de sua inocente mentira fosse alguns pêlos pretos dentro de seu carro milionário, ele suportaria sem a menor dificuldade. Era fácil. Poderia apenas limpá-lo depois.

O traficante sentiu as mãos trêmulas de Kamélia ao ouvir suas palavras. Os olhos castanhos fixos nele, causaram-lhe uma impressão diferente. Ela piscou algumas vezes, acenando com a cabeça e olhando para frente.

Era possível que ainda estivesse pensando em ontem?

Que estivesse com medo dele?

Se esse fosse o caso, não teria aceitado sua ajuda. Também não caminharia com ele, de mãos dadas, entre o salão. Tão pouco agradeceria pela falsa bondade.

Mas havia algo estranho.

Ele soube. E quis comentar.

Os lábios do traficante até chegaram a se abrir, na intenção de perguntar o motivo rápido da mudança de humor dela, mas foi impedido; Pelos olhares, as pessoas observando-os adentrar o salão, o silêncio que logo transformou-se em cochichos, o rosto surpreso de Kamélia e toda aquela atenção falsa.

Ambos pareciam estar no centro dos holofotes, mesmo aquela não sendo a intenção de nenhum dos dois.

Em parte, ele entendia o motivo.

Um colaborador antigo de mão dadas com uma recém artista talentosa. Um homem sobre o qual ninguém sabia muito detalhes sobre sua vida pessoal ao lado de uma mulher belíssima como Kamélia.

Kwon Jiyong nunca tinha trago nenhuma mulher aqui antes. Nunca tinha trago uma acompanhante para admirar as obras junto a ele. Fora seu guarda costas, era apenas o demônio e seus pensamentos. Todos tinham ciência disso.

Era possível que achassem que já eles se conheciam. Que fossem próximos de algum modo.

Normalmente, ele evitaria que pensassem isso, desmentindo qualquer suposição que ouvisse, como já ocorreu antes. Mas, pela primeira vez na vida, não se importou.

Era bom que achassem isso. Traria um pouco mais de respeito à novata.

— Parece que todos os homens deste salão acabaram de se apaixonar por você, garotinha — Jiyong deixou a frase provocativa sair dos lábios.

— Por mim? Tem certeza?

— Por que não teria?

— Porque na verdade, se você observar bem, acho que estão olhando pra você — Kamélia tentou brincar.

Ele manteve os olhos nela, nada ofendido com o comentário.

— Impossível.

— Você acha?

— Caso não tenha notado, não sou eu o centro das atenções essa noite.

O sorriso dela se abriu, brevemente, deixando uma parcela de seu nervosismo para trás. Mesmo assim, a jovem ainda disse:

— Eu não tenho nada de especial, Kang.

— Na verdade, Kamélia, você não se acha especial. Existe uma grande diferença.

The Demon:  heaven or hell? ❄ Kwon JiyongOnde histórias criam vida. Descubra agora