Capítulo 9

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Kwon Ji Yong

Enquanto caminhava, o homem tentou manter a postura séria e retirar dentro de seu corpo toda a tensão de minutos atrás. Sabia que mais tarde precisaria de uma das melhores garrafas de vinho do mundo se quisesse dormir, pois sua mente estaria uma bagunça.

Virando-se brevemente, ele observou Kamélia ser acompanhada um tanto desconfortável por sua funcionária e se permitiu respirar, soltando todo o ar em seguida.

Era estressante, pensou, agora observando seu segurança, que permanecia ao lado do advogado. Lidar com uma outra pessoa que não fosse apenas ele mesmo era extremamente estressante.

Mas não podia mais voltar atrás e seja lá o que ocorresse com essa garota daqui pra frente, era de total responsabilidade dele se ainda quisesse as respostas de Tyron. E estava óbvio que ele queria.

— Por que me chamou de volta? — o advogado perguntou com um semblante confuso. — E ainda pediu que eu ligasse as sirenes? Você sabe, o carro é do meu pai, não meu. Poderiam me prender por algo assim.

— Então quer dizer que fumar drogas ilícitas tudo bem, entretanto, ser preso com o carro do papai não? — Kang provocou, desfrutando de sua reação frustrada. — Pode até não parecer, mas você acabou de me ajudar. Ou melhor, a sirene do seu pai.

Dong-soo cruzou os braços, irritado.

— Não estou entendendo onde quer chegar, Kang.

— Um maníaco entrou na boate — ele explicou, fazendo uma pausa. — Mas eu o enganei afirmando ter ligado para polícia e o filho da puta foi embora quando ouviu as sirenes.

— Ótimo saber, mas por que não chamou a droga da polícia de verdade? Não sou o seu capacho e tenho coisas mais importantes pra fazer ao invés de realizar favores.

— Me diga, há quantos anos você trabalha? — indagou o traficante.

— Cinco anos.

— Muito tempo... — Jiyong murmurou.

— De fato. Mas qual a necessidade disso?

— Só estou curioso.

— Em?

— Por acaso você já presenciou casos em que homens ricos se dão mal por causa de uma acusação de estupro em uma boate qualquer? — ele indagou.

Seu maior azar era estar envolto de grandes pessoas poderosas, porque mesmo que estivesse no mesmo nível de todos aqueles malditos seres egoístas e algumas vezes mais acima, ele continuava sendo um bandido caminhando no escuro, despercebido. E se meter em assunto dos ricos, embora que tentador, significava se colocar ainda mais em perigo.

Ele não queria isso. Jiyong queria jogar por baixo. Entre os bueiros escuros que ninguém além dele tinha coragem de entrar e as confusões estridentes que todos eram incapazes de desvendar.

— Não pego esse tipo de caso — ele disse, deixando no ar a resposta escondida entre as suas palavras. — Mas não é impossível. Alguns devem ter sido presos, obviamente.

— E soltos logo em seguida por causa de suas contas bancárias — expôs o homem. — Se eu realmente tivesse chamado a polícia, tudo o que fariam era levá-lo para delegacia antes de aceitar o suborno e então o deixarem ir, fingindo que toda a merda não iria acontecer caso ele tivesse concluído o plano.

De certa forma, Dong-soo pareceu entender onde Jiyong queria chegar com aquele papo amigável. O homem não deixava as pessoas se safar tão fácil assim, então havia um motivo. E nesse ponto de visão exclusivamente, Wojin estava certo. Tudo o que ele fazia era por causa de algo dentro de seu interesse.

The Demon:  heaven or hell? ❄ Kwon JiyongOnde histórias criam vida. Descubra agora