Kamélia Sorthur
Ela estava contente com aquilo quando entrou em casa.
Um pouco apreensiva, é claro, afinal de contas ele não parecia o melhor cuidador do mundo para aquele gatinho preto, mas sentia que ao menos, tirá-lo da rua e lhe dar um teto temporário, naquela situação de desespero, era melhor que nada.
Além do mais, mesmo que não recebesse todo o carinho necessário, não lhe faltaria comida, poderia garantir. Principalmente se fosse Marta a responsável pela sua alimentação.
Agora, tudo o que precisava fazer era encontrar um lar que lhe acolhesse definitivamente. E essa era a parte mais difícil.
— Definitivamente não — Hajun falou, negando com a cabeça.
Ele passou por ela apressadamente, segurando algumas tintas em tons pastéis e indo em direção ao seu próprio quadro inacabado.
— Fala sério! — Kamélia o acompanhou apressada, subindo as escadas com cuidado para não tropeçar. — Não foi você quem disse que precisava de companhia na semana passada?
Por ser segunda- feira, a galeria estava fechada para visitas, entretanto, os pintores, como ela e Hajun, recém contratados, podiam entrar e pintar seus quadros tranquilamente no segundo andar.
Era um ambiente completamente claro, com incontáveis janelas e poucos móveis, mas incontáveis pinturas em seus processos criativos. Alguns no chão, outros encostados na parede, em cima de bancos, mesas.
Nas primeiras semanas, a jovem costumava pintar ali. Observava a vista e deixava a imaginação inspirar-lhe. Com o tempo, começou a levar suas artes para casa e entregá-las somente quando terminadas, igual ao dia da inauguração.
Hoje em específico, como sabia que Hajun estava aqui e queria muito conversar com ele, ela apareceu, fingindo não ter segundas intenções.
Mas ele não era idiota, ele sabia disso.
— Sim — concordou. — Mas eu me referia ao calor humano.
— Um animal é bem melhor que isso.
— Um animal dá muito trabalho.
— Mas compensa, no final.
Hajun a encarou desconfiado enquanto sentava-se em um banco frente a tela rabiscada. O cabelo desgrenhado recém platinado, mas a raiz marrom clara aos poucos se tornavam visíveis.
Aquele tom sereno combinava bastante com ele. Com a sua essência iluminada.
— Por que está tão interessada em me fazer adotar um gato? — ele indagou curioso.
Cruzando os braços, Kamélia procurou uma frase que fosse capaz de convencê-lo.
— Porque encontrei um na rua ontem.
— E?
— E eu ainda não conheço muitas pessoas por aqui. Um amigo meu se disponibilizou para cuidar temporariamente, mas se eu não conseguir alguém para ficar com ele em menos de um mês, o gato vai parar na rua.
Ele pareceu pensativo, quase como se fosse capaz de ceder e isso deu à jovem um pouco de esperanças. Porém, virando-se para o seu próprio trabalho, seu amigo soltou:
— Bem, boa sorte na sua busca, então.
— Hajun! — Kamélia soltou uma cara triste. — Você não sabe de ninguém que queira adotar um bichinho de estimação?
— Ultimamente não.
— Caramba.
— Mas posso te avisar se eu souber.
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The Demon: heaven or hell? ❄ Kwon Jiyong
FanficO demônio. É assim que um dos maiores traficantes da Coréia do Sul é chamado pelos policiais e detetives que o procuram. Ninguém sabe quem ele é. Ninguém sabe onde ele se esconde. Ninguém sabe como tudo verdadeiramente começou. A única coisa que de...