11 - Aquele da estreia...

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O coração de Hande pareceu congelar ao chegar na locação bem cedo no dia seguinte e dar de cara com vários repórteres.

A primeira coisa que veio a sua mente foi que o término vazara.

Não tinha muito tempo para pensar, então juntou meia dúzias de frases clichês e se preparou para pior.

Reporter: — Hande como esta?

Hande: — Trabalhando muito, mas bem e vocês? — Tentou manter o melhor sorriso que pode.

Reporter: — Muito bem! Como andam as gravações? Ansiosa para a estreia?

Hande: — As gravações andam corridas, mas é normal da rotina apesar do cansaço estou muito feliz, e sim não vejo a hora da estreia, faltam só alguns dias, nem posso acreditar. — Disse sincera, ainda esperando o pior, já os conhecia o suficiente para saber que começavam sempre com uma pergunta normal e acabavam em algum absurdo.

Reporter: — Como anda sua relação com Kerem?

Hande: — Normal, continuamos muito amigos, ele é um ótimo companheiro de cena. — Respondeu óbvia como sempre em que faziam essas perguntas.

Reporter: — É verdade que essa proximidade está afetando sua relação com Murat?

Hande teve que se controlar para não revirar os olhos, qualquer reação podia indicar o oposto do que precisava dizer agora.

Hande: — Não tem porque afetar, é trabalho, eu e Kerem somos amigos. — Negou mantendo a feição e o tom neutros.

Reporter: — Certo, e Murat aprova essa relação tão próxima?

Hande segurou a segunda revirada de olho, mas não sabia se aguentaria uma terceira insinuação ridícula.

Hande: — Murat não precisa aprovar minhas relações de trabalho, elas são o que são, relações de trabalho preciso ir me trocar para iniciar as gravações, até a próxima, obrigada. — Finalizou e entrou depressa no estúdio.

O dia mal começara e ela já estava estressada, odiava essas perguntas, não aguentava mais respondê-las. Na caravana, por sorte como sempre não demorou muito a começar a rir com Serhat e Nilay com algum meme.

Antes que pudesse se gabar por chegar primeiro, Kerem entrou na caravana já pronto, enquanto Hande ainda se arrumava.

Nilay: — Kerem pronto no horário? Te derrubaram da cama? — Perguntou encarando confusa.

Kerem: — Quase isso, dormi mal essa noite. — Admitiu sério demais para o humor que chegava sempre no estúdio de manhã.

Hande: — O que aconteceu? — Perguntou preocupada.

Kerem: — Nada, tive um pesadelo horrível. — Confessou, agora parecia mais chateado do que mal-humorado.

Hande: — O que era? — Perguntou curiosa

Kerem: — Não foi nada, deixa para lá. — Respondeu desviando do assunto, como contaria que o que tirara seu sono era ela, fosse nos sonhos ou fosse nos pesadelos.

A resposta deixou Hande pensando no que assustaria tanto Kerem ao ponto de não deixá-lo dormir, mas achou melhor não insistir no assunto.

O dia mesmo longo passou voando, Hande parecia mais cansada do que nunca, assim que foi liberada das cenas foi correndo descansar na caravana e juntar energia suficiente para ir para casa.

Pouco tempo após ter se jogado no sofá, ouviu a porta se abrir e começou a rezar baixinho para que não precisasse voltar e regravar alguma cena.

Esperou que Ender, Burak ou Altan que assumiu a direção no lugar de Yusulf chamassem, estranhou quando não ouviu nada.

Alin Yazisi - HankerOnde histórias criam vida. Descubra agora