Capítulo 7 - O Monstro do Banheiro

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Senti palmadinhas no rosto, mas não acordei do pesadelo:

-- Te sentes bem filhinha? Oh! Vejo que te emocionas com minha surpresa! Ângelo, leva-a e deixa como uma princesa sim!

Eu já nem reagia, era como um vegetal, um corpo vazio que uma biba tamanho GG conduzia através da sala. Tudo parecia tão maluco que eu devia estar tendo um pesadelo.

O tal Ângelo era enorme e vestia uma roupa tipo um dançarino de conga em cores arco-íris. Em um lapso de lucidez tentei sair correndo, mas vi minha mãe próximo à porta então corri na direção oposta e me tranquei no banheiro, a única parte da casa que tinha paredes e uma porta. Precisava de algo sólido que pudesse ficar entre eu e minha mãe.

Me tranquei à chave no banheiro, e com olhos arregalados ouvia a "bigbicha" e minha mãe divagando do outro lado da porta: "Oh o que aconteceu?" "Oh eu não sei!"

-- Vamos filhinha deixa de tolices, o Ângelo precisa maquiar-te, teus convidados não tardam chegar!

Eu estava tão assustada que não conseguia responder, mas dentro de mim eu gritava: "Nem fodendo! Vai embora! Você está me assustando sua maluca!"

Foi então que fiquei mais assustada, atrás de mim um barulho enorme, como se algo despencasse dentro do box do banheiro. Abri o armarinho da pia e me armei de um aparelho de barbear.( O que é? Era isso ou cotonetes!) Apontado as lâminas do aparelho pra frente me aproximei do box e abri a porta:

--AAAAH! – Eu gritei e "AAAHH" a Dani respondeu -- Sua Maluca! Quer me matar! – Eu dizia enquanto a estapeava.

-- Eu não! Cheguei em casa dei de cara com uma maluquice rosa. Não sabia o que você aprontou então resolvi entrar pela janela do banheiro! Porque tá me apontando essa Gilete?

-- Eu pensei que fosse sei lá, um monstro, um assassino, um ladrão!

-- Ah tá, e você ia barbear ele? Nossa casa parece a casa das coelhinhas playboy, o que você aprontou?

-- Eu nada! Foi minha mãe! Como você entrou?

-- Pela escada de incêndio. Sua mãe tá aqui?!

--É isso! Tô salva! Posso fugir pela escada de incêndio!

--Esquece! Despencou lá embaixo quando eu entrei. O que a gente faz agora? Eu preciso sair daqui, e você, porque tá se escondendo da sua mãe? -- Enquanto isso minha mãe chamava na porta tagarelando que eu devia me arrumar.

-- Vou resumir, ela quer que eu me arrume porque ela tá dando uma festa pra mim com convidados que querem me matar e destruiu nossa casa e sumiu com todas as nossas coisas.

-- O QUE!? DIZ PROS CONVIDADOS SE POUPAREM EU MESMA VOU TE MATAR! ONDE ESTÃO MINHAS COISAS PENÉLOPE?

-- EU NÃO FIZ NADA TÁ LEGAL!? QUANDO EU CHEGUEI TAVA ASSIM! – Parei de gritar e comecei a chorar – Eu tive um dia péssimo, tô suja, machucada, e ela destruiu minha vida! Eu só queria a droga de um banho, alguns band-aids e algo pra comer! – Nesta hora parece que a Dani parou e viu meu estado. Limpou minhas lágrimas e me abraçou.

-- Oh me desculpe! Você está horrível! Vamos, não é tão ruim assim! Vamos sair lá, enfrentar sua mãe e dizer que você não quer essa festa certo? – concordei com a cabeça fungando no ombro dela – E que queremos todas as nossas coisas como estavam certo? – Concordei novamente e ela me afastou me encarando – Afinal somos duas adultas e não vamos ter medo de uma velha que...—Nesse momento a porta veio abaixo e lá estava minha mãe em pé na frente da porta, e a biba de Itu com uma chave de fenda na mão.

Então a Dani mostrou sua coragem. Soltou-me de seus braços. Olhou minha mãe nos olhos, deu um passo à frente e... Saiu correndo passando como um raio por entre os dois! Esta é minha melhor amiga, pensem nos piores!

Depois disso até tentei fingir que estava tendo um treco, mas a bibona marceneira, depois de recolocar a porta, sugeriu que devia ser efeito de drogas e os dois juntos me enfiaram vestida no chuveiro. Aleguei que estava melhor, que era só nervoso, e pedi privacidade ao menos pra um banho, no que graças a deus fui atendida. E quando sai daquele reconfortante banho, me esperavam mais surpresas desagradáveis. Infelizmente, eu não estava só naquele banheiro, e a presença que ali estava não era nada agradável. Pula pro outro capítulo!

Ataque das Ex Namoradas Zumbí (não ficção)Onde histórias criam vida. Descubra agora