Capítulo 24_Os Falsos também amam

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Confesso! Dani tinha razão! Demorei bastante tempo para me recuperar da Tânia. Eu não sofria desesperadamente, mas simplesmente, não conseguia esquecer. Não que eu pensasse nela todo tempo, mas muita coisa me lembrava ela.

Abrir meu coração para outras garotas era ainda mais complicado. Não só porque eu não queria me magoar, mas é que muita coisa me fazia lembra-la, me fazia comparar as garotas com ela, e vamos combinar que a nível de charme, uma mulher, adulta, e cheia de poder e sensualidade como era Tânia, ganha disparado de uma garotinha, que está dando seus primeiros passos na arte de seduzir.

As garotas não exerciam mais poder sobre mim, não me arrebatavam ferozmente como antigamente, meu coração estava fechado e minha cama totalmente seletiva, e parecia que nenhuma candidata servia.

Além disso, quando eu me interessava por uma garota da minha idade, coisa que aconteceu uma ou duas vezes, simplesmente eu começava a jogar aquele jogo, e exercia poder sobre ela tão rápido! E neste momento, sentia-me tão parecida com Tânia, e se o poder que ela exercia sobre mim lhe era apetitoso, o poder que eu exercia sobre as garotas me fazia perder o interesse rapidamente, como se não fosse desafiador.

Não sei qual o meu problema! Se uma garota se apresentava difícil demais, ao invés disto me desafiar, era como se eu pensasse: "Que droga! Porque vou insistir também! Nem queria nada com essa garota!" Desta forma eu não queria as fáceis, não queria as difíceis, e não queria as medianas, que pra mim pareciam muito em cima do muro, e estavam loucas pra pular na sua cama, mas ficavam fazendo charminho igual criança de birra!

Resumindo, eu transava, raramente, quando estava muito de porre pra lembrar depois. Mas fazia bastante tempo que eu não ficava de porre naquela ocasião, que era um sábado, e Dani chegou em casa dez da noite, ligando o som e me acordando me sacudindo igual um boneco. Ela me segurou por baixo dos braços e me sacudia com os braços pendurados, como se estivesse dançando com uma boneca de pano.

–Acorda "Pêpa Pópi sei lá, acorda "boneca come e dorme"! Hoje vou te dar corda e você vai dançar e trocar essa pilha! – Respondi choramingando.

--Para Dani, para! E se eu sou de corda não posso ser de pilha! – Ela levou uma das mãos ao meu rosto e abriu à força um dos meus olhos.

--Não, você não é nem de corda nem de pilha! É feita de gelatina, e de restos de gente velha! Levanta garota, ou vou te enfiar embaixo do chuveiro! Nós vamos pra balada! – Sentei na beira da cama esfregando os olhos.

--Eu não quero ir pra balada nenhuma! Eu quero dormir! – Ela abriu meus dois olhos com os polegares.

--Vamos! Você acabou de fazer dezoito anos! É cedo pra aposentar! Depois quando estiver velha, seus netos vão perguntar o que você fazia quando era jovem e você vai dizer – Ela fez uma voz engraçada de velha – "Porra nenhuma meu netinho, quando eu era jovem eu já era velha!" – Comecei a rir dela.

--Nem vem Dani, não vou sair de casa pra ficar sozinha enquanto você se agarra com o Dell, da ultima vez que... – Ela me interrompeu.

--Cala a boca! Cala a boca logo e vai pro banho que vou fazer alguma merda pra gente beber, e correu pro balcão da cozinha. De lá gritou. – Eu chutei o Dell! Prefere côco ou abacaxi? – Fui atrás dela. Sentei no banco alto em frente à bancada, enquanto ela preparava a bebida no liquidificador.

--Você tá legal? – Ela me olhou como se não entendesse.

--O que? Ah tô sim! Eu não aguentava mais ele com aquela coisa de saga e trilogia, e robits, e elfos, e o anel, e o torneio do quatrobruxo ou algo assim, magos, e varinhas, gollum e sei lá que diabo! Ele tava chato demais! Na verdade durou até demais! Mas não me conversa, vai pro banho! – Olhei-a desanimada.

Ataque das Ex Namoradas Zumbí (não ficção)Onde histórias criam vida. Descubra agora