Capítulo 22_"Dani The Kid" and "Pat Tânia Garret" em: O último duelo

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Uma semana se passou desde aquela noite em que Tânia e Dani se enfrentaram na minha casa. Eu estava ficando maluca com meus pensamentos. Vi Tânia umas vezes, e ela tentou me ignorar, sem muito sucesso, acabava me olhando. Eu estava confusa. Era bem claro que ela não ia levar a sério um relacionamento comigo, e ao mesmo tempo, meu corpo pedia por ela. Eu não fazia nada além de pensar nela, e se eu estava realmente disposta a me envolver mais nisso.

De repente um burburinho na sala de aula tirou-me dos meus pensamentos. O professor não estava na sala. O Hugo, um garoto gordão e enorme metido a valentão segurava um moleque magrelo que eu nunca tinha visto pelos colarinhos.

--Novato tem que pagar pedágio! Se você é tão pobre que não tem lanche nem grana, vai pagar sendo saco de porrada! – Tentei virar pra frente e ignorar. Aquilo não era comigo! Mas então pensei: Que merda de mundo injusto era esse, em que nossas melhores amigas e mulheres gostosas com quem a gente transava se odiavam, em que diretoras de trinta e alunas de dezesseis não conseguiam ter um relacionamento, e em que fracotes sem dinheiro apanhavam de valentões ricos?! Levantei.

--Ei Hugordão! Larga ele! – Ele ficava realmente muito puto da vida quando o chamavam de Hugordão! Largou o moleque e veio na minha direção, eu sem nada mais para fazer que pudesse me defender, catei uma cadeira, levantei atrás das costas e desmanchei ela na cara do Hugordão! Então alguém me segurou por trás, e já esperneei lhe metendo uma cotovelada, só que quem me segurou era o Professor Júlio que havia voltado pra sala a tempo de ver minha cena da cadeira.

Daí por diante tudo virou uma bagunça. O professor estava roxo de raiva. O Hugo chorava com a cara moída, o garoto que o Hugordão tinha jogado num canto também chorava. Todo mundo falava ao mesmo tempo, e o professor me levou pra secretaria. Confesso que a confusão e a explosão de raiva foram tão fortes que mal me toquei que eu ia vê-la outra vez.

Professor Júlio entrou na sala da Tânia me carregando pelo braço.

--Outra vez! Tenho que levar um garoto pra enfermaria! Se não for controlada essa garota vai espancar a sala inteira! – E saiu furioso batendo a porta. Tânia levantou e trancou-a. sentei em uma cadeira em frente à sua mesa, e ela ocupou seu lugar atrás desta.

--Penélope, eu não disse para não arrumar mais esses motivos para vir à minha sala? – Ela estava zangada. Mas eu também estava. Ainda em pura adrenalina. Em verdade eu quase nunca havia dito nada àquela mulher, mas ia dizer agora. Olhei em seus olhos.

--Eu bati num garoto de quase cem quilos que estava estrangulando um garoto que parecia um graveto! Acha mesmo que fiz isso pra vir aqui? Que tipo de garota pensa que sou?! Pensa que eu vou mesmo correr atrás de alguém que pula na minha cama, na minha casa, e depois passa por mim e me ignora, como se nada tivesse acontecido?! Como se não tivesse nada pra me dizer?! – Ela me olhou séria.

--Não te procurarei mais. Não posso alimentar isso. O que aconteceu entre a gente foi um grande erro da minha parte. Não pode se repetir. – O que ela dizia não me dizia nada. Ela não dizia quero, não dizia não quero, não dizia quis, mas não quero mais. Apenas me jogava aquilo que repetiu bem claramente. – Não pode mais acontecer entende? – Olhei pra ela com tristeza e uma certa raiva.

--Quem liga! – Levantei e caminhei rapidamente em direção à porta. E antes que eu a abrisse ela me alcançou. Colou minhas costas contra a porta, sua testa na minha, segurando-me o rosto firmemente com as duas mãos, de olhos fechados colada a mim, ela respirava pesado, ofegante.

--A quem eu quero enganar! – Aspirou-me ainda de olhos fechados. Suas palavras saíam difíceis. – Nossa! Eu te quero tanto! Sei que isso é tão errado, mas é tão mais forte que eu! - E me beijou com desespero, da mesma forma que eu retribuí.

Ataque das Ex Namoradas Zumbí (não ficção)Onde histórias criam vida. Descubra agora