Ataque das Ex Namoradas Zumbí (não ficção)

Capítulo 28_Nós somos Campeões

Chegamos ao Aeroporto Salgado Filho e um representante do site já nos aguardava. Além de nós mais quatro pessoas e quatro acompanhantes haviam ganho a promoção. Algumas delas aguardavam, e quando estávamos todos os dez sortudos na van fomos levados ao hotel, que ficava cerca de um quilômetro do estádio. No quarto que eu e Dani dividiríamos haviam dois kits com camiseta autografada, boné e outras coisas do clube, além de um título de membro honorário da torcida Super FICO, da Nação Independente e da Camisa 12. Estávamos ansiosas, e aquela noite mal dormimos.

Acordei pela manhã e vi que Dani dormia de lado quase caindo da cama, enquanto eu estava toda esparramada. Sempre que dormíamos juntas era assim.

Naquela manhã levaram-nos a uma excursão pelo estádio, e faltando algumas horas pra partida, estávamos na varanda do Restaurante Bah. Eu olhava o pôr do sol nas margens do Guaiba quando Dani passou o braço nos meus ombros.

--Não acredito que a gente tá aqui! – Eu disse sorrindo sem tirar os olhos daquele céu em tons de rosa e laranja. Ela puxou o celular do bolso e tirou uma foto minha. Nossos olhos se encontraram.

--Linda demais! – Ela disse passando a ponta dos dedos de leve em meu rosto. E meu coração acelerou. Ficamos abraçadas olhando a paisagem.

A hora da partida chegou. É uma sensação impossível de explicar aquela de entrar no estádio de mãos dadas com Dani, sentindo o coração pulsar junto ao som dos tambores e o grito da torcida! Tudo tão vermelho e pulsante, como um coração gigante e vivo, Explosivo, apaixonado! Pulávamos abraçadas, cantando as músicas junto à torcida. O coração batia nervoso quando o jogo começou.

Cada vez que o Inter quase marcava nossa emoção ia aumentando. A cada minuto de partida que passava a espera pelo gol crescia. O grito de gol, cada vez mais preso na garganta, queria sair, explodir, ganhar vida! Mas no final do primeiro tempo, nossa agonia aumentou quando o Chivas marcou!

Veio o intervalo. Não parávamos de cantar e incentivar o time, todos unidos por amor ao futebol, demonstrando nosso apoio e respeito àqueles onze homens que carregavam a camisa e representavam as cores da nossa bandeira.

O segundo tempo começou. O Inter pressionava e o grito de gol preso em nossa garganta foi crescendo. E com uns quinze minutos de partida Rafael Sobis marcou o gol para a nossa alegria. O grito de gol ecoou em todas as gargantas e corações! Eu e Dani gritávamos abraçadas, e de repente, aquela emoção cresceu.

A partir daquela comemoração, o calor do corpo dela, o toque das suas mãos, o seu cheiro e seu sorriso, passaram a mexer comigo, de uma maneira especial. "Só a emoção da partida" eu repetia pra mim mesma. Mas cada vez que a gente se abraçava, cada vez que eu a olhava cantar sorrindo, as batidas do meu coração aceleravam mais! Não existia nada mais lindo que aquela alegria que eu via nela!

Mais algum tempo de jogo passou. Aos trinta minutos Leandro Damião que entrou no jogo fazia pouco tempo saiu correndo conduzindo aquela bola como se tivesse o vento nos pés e estufou a rede, pra pularmos mais uma vez abraçadas com a virada de 2X1. – Dani gritou em meu ouvido.

--É o dia mais feliz da minha vida! Não seria sem você! – E beijou meu rosto. E eu sentia a emoção do gol, e misturava com a emoção de estar abraçada a ela.

o jogo continuou. A torcida enlouquecida cantava, e cantávamos junto, experimentando aquela emoção incrível. A taça a um passo de nossas mãos. O estádio balançava no ritmo em que pulávamos saindo do chão, vibrando pulsante como um coração poderoso! Meu coração batia mais descompassado ainda. Quando aos 44 minutos, Juliano marcou o gol que definia nossa vitória de uma vez por todas, a torcida explodiu em vibração, e vibrando junto, nossos olhos se encontraram, e nos beijamos. A boca dela era um mundo novo onde mergulhei de cabeça. Nossos corpos suados e quentes de tanto pular, unidos, fundidos, quase um só. Ela colou a testa na minha. Gritou.