26 - Crying In The Club

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Stéfani POV

Eu não sabia para onde eu estava indo e muito menos o que eu iria fazer lá, eu só sabia que eu precisava esquecer tudo aquilo, nem que fosse apenas por uma noite.

Depois de alguns minutos andando pela cidade, avistei uma das boates mais populares de Miami. Estacionei o carro e peguei minha bolsa que eu sempre deixava no porta luvas. Abri a porta e saí, trancando o carro logo em seguida.

- Só não faça besteira, okay? - falei para mim mesma antes de começar a caminhar até a boate. Quando entrei, a música alta tomou conta dos meus ouvidos, assim como as luzes piscantes dos meus olhos. Haviam inúmeras pessoas dançando e se divertindo, enquanto outras se agarravam pelos cantos da boate. Caminhei até o bar e sentei-me em um dos bancos vagos. Levantei a mão e o barman veio até mim. - Eu quero a bebida mais forte que você tiver aí.

- Detesto bancar o chato, mas você não parece ter idade para isso. - apontou para as bebidas. - Identidade, por favor. - pediu e eu apenas sorri antes de entregar minha identidade falsa em suas mãos. - Ham... tudo bem... - me devolveu. - A mais forte, certo? - assenti. Eu observava o movimento enquanto a minha bebida era preparada. Homens e mulheres dançavam loucamente músicas aleatórias, as quais eram muito agradáveis aos ouvidos dos jovens. - Aqui está. - voltei minha atenção ao barman.

- Obrigada. - sorri antes de virar o copo e sentir aquele líquido queimar em minha garganta.

- Uou, vai com calma aí, Bays. - falou.

- Como sabe o meu nome?

- Sua identidade, lembra? Vai me dizer que já fez efeito? - perguntou rindo.

- Ah, sim. - sorri. - Prefiro Stéfani.

- Prazer, Lucas. - estendeu a mão e eu o cumprimentei. - Já posso fechar a conta ou...

- Mais uma. - o interrompi. Eu já sentia o álcool fazer efeito.

- Você é quem manda. - me preparou mais uma bebida e eu virei o copo mais uma vez. - Sei que acabamos de nos conhecer, mas se quiser pode me contar o que está acontecendo.

- Do que está falando? - perguntei já com um pouco de dificuldade.

- Está na cara que você está com problemas, e eu estou disposto a ouvir.

- Sério? - assentiu. - Tudo bem, mas antes eu quero mais uma.

- Daqui a pouco você não vai lembrar nem o seu nome. - riu ao me entregar duas garrafas. - É só por um pouco das duas no copo. - foi o que fiz.

- Mirella Fernandez é o meu problema. - suspirei. - Ela vai embora.

- Ela é sua... namorada?

- Quem me dera. - Abaixei a cabeça. - A gente já ficou algumas vezes, mas eu não tive coragem de pedir ela em namoro, meu pai nunca aceitaria uma filha lésbica. - deixei que uma lágrima caísse.

- Foda-se o seu pai, siga o seu coração, o que importa é a sua felicidade, não a sua sexualidade. - segurou em meu queixo e me fez erguer a cabeça. - Vá atrás da sua garota antes que alguém chegue primeiro. - secou minha lágrima com o polegar.

- Tarde de mais, ela está namorando com o idiota do Biel. - bebi mais uma dose. - E eu estou namorando com o idiota do JP.

- Está com esse tal JP para manter a pose de hétero? - assenti. - Acredite, as pessoas não vão acreditar por muito tempo. Eu também já tentei fazer isso antes de me assumir, mas não deu muito certo.

- Você é? - assentiu. - Acho que o meu gaydar quebrou. - ele riu.

- Você precisa conversar com ela. Faça ela mudar de ideia. Se vira, gata. - pegou um papel, uma caneta e anotou algo. - Quando precisar de um amigo gay para desabafar, me liga. - me entregou o papel. - Agora tenho que trabalhar, caso contrário, vou acabar sendo demitido. - assim que ele saiu para atender outro cliente, respirei fundo e bebi mais uma, duas, três, quatro doses.

Cheerleader - SterellaOnde histórias criam vida. Descubra agora