Charlotte
Não demorou muito para que o sujeito aparecesse e o sei reflexo foi um pouco mais rápido do que eu, tendo como consequência um ferimento no meu quadril. Acertei seu peito duas vezes, respirando fundo quando a dor percorreu meu abdômen. Meus joelhos beijaram o chão, mas antes que eu pudesse de vez apagar, fui socorrida por Nathan que veio até mim.
- Vai ficar tudo bem. - ele falou, deitando-me de barriga para cima - Não se preocupe, eu vou ligar para emergência.
- Não! - falei baixo quando ele pressionou o ferimento - Por favor, não envolva a polícia e os médicos nisso.
Mesmo falando as coisas para ele, Nathan seguia discando o telefone da emergência, mas parou quando a porta principal fora aberta e seu irmão e alguns homens passaram por ela. Tyler se posicionou ao meu lado, tirando sua camiseta e colocando em cima do meu machucado. Com um pouco de dificuldade eles me colocaram deitada em cima da mesa, cortando um pouco da minha camiseta para dar espaço para eles trabalharem.
- Eu faço isso. - a voz de Jay soou, vindo até mim - Eu sei retirar uma bala e costurar um ferimento.
- Certo, do que precisa? - ele perguntou.
- Agulha, linha, pinça, álcool e toalhas secas. - ele falou - Além disso, preciso que mantenha ela parada.
Meus olhos começaram a pesar e a minha visão embaçar, fazendo com que eu tivesse mais vontade de dormir. As vozes agora estavam desconexas, não conseguia mais identificar quem estava falando comigo. Novamente eu senti aquela mesma dor e mesmo não enxergando quase nada, eu pude ver Jay retirando do meu quadril uma bala.
Abri os olhos, tentando identificar onde eu estava. Apesar de estar tudo escuro o que dificultava muito, eu cheguei a conclusão de que estava no quarto de Nathan. Tentei me levantar com delicadeza, mas uma dor percorreu todo o meu corpo, indicando que eu precisava ficar deitada. Passei a minha mão pelo meu quadril, sentindo a gaze que estava cobrindo meu machucado.
A porta foi aberta, revelando um Nathan assustado e aliviado ao me ver acordada. Ele caminhou até mim e sentou-se ao meu lado, enchendo um copo de água e me ajudando a beber.- Como está se sentindo? - ele perguntou, passando a mão no meu rosto e tirando o meu cabelo do mesmo.
- Eu estou bem. - tentei sorrir, mas até isso fazia com que o meu corpo doesse - O que aconteceu depois que eu fui baleada?
- Meu irmão chegou bem na hora e um de seus homens ajudou a retirar a bala. - comentou, passando as mãos pelo cabelo - Eu só passei para ver se você estava bem e já que eu tive a confirmação, estarei no quarto ao lado se precisar.
Ele levantou-se e caminhou até a porta, parando quando eu o chamei.
- Obrigada.
Nathan
Quando eu vi Charlie pela primeira vez eu simplesmente me encantei com roda a sua rapidez e beleza. Pode parecer loucura, mas alguma coisa em mim dizia que ela não estava ali apenas para me proteger, mas sim porque tínhamos um propósito maior juntos. Depois do nosso beijo na balada e sua saída repentina, eu passei diversas noites em claro tentando identificar quais eram os meus sentimentos por ela. Apesar de ter sido apenas um só beijo, ele foi marcante e seria quase impossível esquece-lo. Depois de muito refletir, eu achei que a melhor solução era ir conversar com ela e ver se sentia a mesma coisa, mas Charlie estava na defensiva e me tratou da pior maneira possível. Daquele dia em diante eu disse que só falaria com ela o necessário e parece que deu certo, assim eu conseguia evitar o contato.
Eu tinha tido uma noite maravilhosa, a mulher ao meu lado era linda e eu esperava dormir tranquilamente, mas parece que as pessoas não gostam de ver a felicidade alheia. Acordar com Charlie falando que tinha gente em casa foi o suficiente para que eu ficasse um pouco apavorado, principalmente porque Morgan estava ao meu lado e eu não queria que nada de ruim acontecesse com ela. Como eu nunca imaginei que fosse acontecer, Charlie foi incrível e cuidou de tudo com tanta maestria, mas o tiro que ela levou deixou-me desesperado.
Eu realmente esperava que ela não morresse em meus braços e que tudo ficasse bem, mas ela não quis ir para um hospital. Durante todo o tempo em que ela esteve sendo "operada" em cima da minha mesa de jantar eu fiquei apreensivo e confesso que também com um pouco de medo. Nunca invadiram minha casa desse jeito e pelo o que eu percebi, aqueles caras estavam atrás de mim. Se não fosse por ela, com certeza eu estaria morto uma hora dessas.
Eu até que tentei dormir, mas foi muito difícil sabendo que tinha uma mulher baleada no quarto ao lado. Sentia que o meu dever era permanecer ao seu lado e ela perceber que eu estava lá o tempo todo, mas isso não saiu como planejado.Então eu decidi levar até ela algo para que pudesse comer, assim ela provaria o delicioso café da manhã de Ana, minha governanta.
- Posso entrar? - perguntei, abrindo uma fresta da porta.
- Claro, na verdade o quarto é seu. - ela falou.
- Tecnicamente, você ficará nele por um tempinho. - dei um sorriso, mostrando a ela a bandeja - Isso é para você.
Ela olhou todas aquelas coisas e sorriu, sentando-se devagar.
- Cuidado ou eu vou ficar mal acostumada. - brincou, tocando na salada de frutas quando eu a coloquei na sua frente.
- Você salvou minha vida Charlie, isso é o mínimo que eu posso fazer para retribuir.
Ela não disse nada, apenas voltou sua atenção para as guloseimas que tinha ali. Durante todo o tempo em que ela se alimentava, eu pensava em como gostaria de fazer isso pelo resto da minha vida e acabei sorrindo melancolicamente para o nada. Parece esquisito dizer uma coisas dessas, mas não custa nada sonhar. Nunca saberei se de fato irei encontrar alguém que passa meu coração bater diferente.
Mas de uma coisa eu sei, Charlie está começando a causar efeitos em mim.
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Dupla Identidade (Readaptação)
General FictionESTE LIVRO ENCONTRA-SE EM PROCESSO DE READAPTAÇÃO PARA QUE AS VISUALIZAÇÕES NÃO FOSSEM PERDIDAS, OPTEI POR NÃO RETIRAR A PUBLICAÇÃO DO MESMO, OU SEJA, MUITOS CAPÍTULOS ESTÃO DESCONEXOS E FORA DE ORDEM. Charlotte Davis, uma renomada agente secreta q...