Dupla Identidade (Readaptação)

Epílogo

Charlie

A sensação da leve brisa tocando o meu rosto, foi o bastante para confortar meu coração. Não que ele esteja aflito, mas eu precisava me sentir protegida, segura. Sentir os braços de Nathan ao redor da minha cintura também foi o bastante para que eu me sentisse feliz. Tê-lo perto de mim, fez com que um sentimento diferente surgisse. Um sentimento que eu tinha certeza de que ninguém poderia compreendê-lo.

- O que essa cabecinha está pensando? - ele perguntou, beijando o meu ombro.

- Eu só estou feliz. - me estremeci, arrepiando-me.

- É só isso mesmo?

- Sim. - fechei os olhos e dei um sorriso - Estou feliz.

- Bem, eu também estou. - escondeu seu rosto assim que o sol surgiu, em plena aurora - Mas o que acha de voltarmos para cama?

Essa noite, não foi uma das melhores pra mim. Acordei de madrugada por causa de um pesadelo, onde Nathan estava sendo novamente torturado. Desde então, não consegui mais pregar o olho. Estou visivelmente exausta, mas o sono não vem.

- Pode indo, eu já vou. - virei-me para ele - Você precisa dormir.

- Pelo visto, não sou apenas eu. - roubou-me um beijo e começou a se distanciar.

Abri um sorriso bobo e ajeitei meu cabelo, caminhando de volta para o quarto. Tirei o hobby e o pendurei no guarda roupa. Nathan já estava deitado quando eu escutei um barulho na porta e um pequeno serzinho surgiu logo em seguida.

Lorena estava agarrada ao seu "cheirinho" e com sua chupeta na boca. Ela ergueu seus olhinhos para mim e ficou me encarando, levando sua mão a boca e tirando a chupeta.

- Sonho luim mamãe. - coçou os olhos

- Foi apenas um sonho, meu amor. - me abaixei para pegar ela no colo - Vem, vamos deitar. - caminhei de volta para cama e a coloquei no canto

Nathan virou-se para mim e sorriu ao ver ela. Deitei-me ao seu lado e comecei a acariciar seus rosto, fazendo com que ela pegasse no sono rapidinho. Nathan passou seu braço pelo meu quadril e encaixou seu rosto no meu pescoço, não demorando muito para pegar no sono também.

Mas eu não estava com sono. Fiquei a observando dormir, o que me fez esquecer o pesadelo. Ela era tão parecida com ele. O formato do nariz, os olhos e até o cabelo era de um loiro mais claro, assim como o dele. Apenas a boca e o tipo sanguíneo eram meus. Apenas isso. Ela deu um sorriso breve, indicando que estava tendo um sonho bom.

Tentei me levantar, já que não conseguiria dormir mesmo, mas Nathan não deixou. Ele jogou todo o peso do seu corpo pra cima de mim, não me dando a mínima chance de sair dali.

- Amor? - o chamei, acariciando sua nuca

- Tô dormindo. - ele falou

- Verdade? E quem está falando comigo?

- Um poder divino.

- Poder divino? Sei! - dei uma mordida na sua bochecha - Então eu posso começar a pedir as coisas pra esse poder divino. Quem saiba eu não ganhe algo?