Capítulo Vinte & Oito

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Quando deduzi que a pessoa já estava no corredor, sai do meu esconderijo e apontei para fora, fazendo o sujeito levantar as mãos.

- Calma, sou eu. - disse

Continuei com as duas armas miradas para sua direção e atirei, acertando um homem que estava se aproximando.
Ele me olhou espantado e olhou para trás, vendo a figura falecida no chão. Caminhou em minha direção e me envolveu em um abraço.

- Nathan, você está ferido? - olhei para as duas manchas de sangue em sua camiseta branca. - Você foi baleado?

- Não foi nada. - fez um careta quando encostei meus dedos Bo ferimento.

- Não foi nada? - passei o braço por sua cintura e o ajudei entrar na sala, colocando ele de encosto na parede. - Não se levante escutou?

Ele concordou e encostou a cabeça na parede, fechando os olhos. Soltei os filhos de Reece e os coloquei ao lado do pai, fazendo o mesmo com Susanne.

- Charlie? - Ela falou sonolenta

- Sou eu. - passei a mão pelo seu rosto - Está tudo bem agora.
- Graças a Deus. - me puxou para um abraço - Graças a Deus. - repetiu

- Não se preocupe. - dei um sorriso - A ambulância está a caminho.

Ela concordou e acariciou Jake, que estava dormindo ao seu lado.
Um homem todo de preto e três vezes maior que eu entrou na sala, apontando uma arma para mim.
Olhei ao redor procurando uma solução, mas não a encontrei. Nathan havia tentado levantar, mas a dor na sua barriga era insuportável. O medo aparou nos olhos de Susanne e foi naquele momento que eu soube, o desgraçado havia feito algo a ela.
O homem disparou em minha direção acertando o meu ombro. Uma dor lancinante correu por todo o meu braço e uma raiva subiu pelo meu estômago. Corri em sua direção, chutando a arma de sua mãos para longe e dei um soco no seu rosto, mas não teve resultado nenhum pois o cara nem saiu do lugar. Ele me pegou pelos ombros e me lançou para o outro lado do quarto, correndo em direção a mim e me prensando no chão. A centímetros de distância, estava minha faca, que havia voado do meu bolso quando fui jogada. Com uma mão em cima da mãos do homem que estava em minha garganta me sufocando, a outra foi de encontro a faca, logo em seguida, cortando o tendão de Aquiles do sujeito. Ele rugiu de dor e se afastou, dando chance para que eu levantasse. Com o meu pulmão enchendo de ar novamente, me joguei no chão e cortei o do pé esquerdo, fazendo o desgraçado cair de joelhos. Peguei a arma que estava no chão e atirei em seu peito, deixando o corpo morto pra trás. Rasguei um pedaço do lençol que estava na cama e amarrei no meu ombro, fazendo ameaça coisa nos ferimentos de Nathan.

- Você está pálido. - passei minha mão pelo seu rosto - Está realmente pálido. Talvez seja pelo fato de estar perdendo muito sangue. - estanquei os ferimentos - Vou ficar conversando com você para que não perca a consciência okay?

- Eu amo você Charlie. - sorriu - Eu te amei a partir do momento em que abri a porta de minha casa naquele dia. - tossiu
- Calma. - uma lágrima brotou nos meus olhos - Por favor, fique falando comigo.

Neste momento, os paramédicos entraram pela sala e me afastaram de Nathan, colocando-o em um maca e o levando para fora dali. Eles conduziram Reece que ainda estava dopado e sua família para o hospital, me levando junto.

Nathan Lewis

Acordei e estava em um quarto totalmente branco, cheio de aparelhos conectados em meu corpo. Um mulher entrou pela porta e sorriu ao me ver, se aproximou e me deu um pouco de água.

- Senhor Lewis. - sorriu - Como esta se sentindo?

- Estou bem. - falei - Estou no hospital?

- Sim. - anotou algo em uma prancheta - Pois bem, logo eu irei trazer sua refeição e jájá, o doutor McBee irá ve-lo.

Concordei e me encostei na cama, ficando sozinho após alguns minutos.

A porta se abriu novamente e um homem todo requintado sorriu, parando ao meu lado.

- Olá Nathan. - falou - Sou Derek McBee, seu médico, e estou aqui para fazer seu exame de rotina, já que você ficou apagado durante dois dias.

- Dois dias? - perguntei surpreso

- Os ferimentos de bala afetaram muito seu organismo. Ele tirou essa folga para se recompor.

- E minha mulher? Ela está aqui?

- Você está falando de Charlotte Davis? - perguntou - Ela e o bebê estão bem. - falou, ao concordar.

- Bebê?

- Depois de levarmos para a sala de cirurgia, tivemos que fazer todos os exames possíveis para ver se estava tudo bem e um desses exames, constou que ela está grávida.

- De quanto tempo?

- Seis semanas.

Aquela noite.

- Não se preocupe senhor Lewis. - sorriu - Sua mulher está esperando aí fora.

Concordei mais uma vez e fechei os olhos, tentando me lembrar de algumas coisas da noite passada. Senti algo ao meu lado, abri os olhos e lá estava ela, me observando com um enorme sorriso no rosto.

- Você parece bem. - disse

- Deve ser porque estou ótimo, apesar das dores. - segurei sua mão - É sério?

- O que você acha? - arqueou a sobrancelha

- Me dá um abraço? - pedi

Ela se aproximou e me envolveu em seus braços, não apertando muito por causa do seu ombro.

- Está tudo bem. - falou, como se tivesse lido os meus pensamentos - Nós estamos bem.

- Você já sabia? - perguntei

- Eu estava desconfiada. - falou - Mas quando fiz o teste de gravidez, deu negativo. Quando soube que o teste de sangue havia dado positivo, corri para a farmácia e fiz outro, desta vez dando também positivo. - sorriu - Você está feliz?

- Charlie, meu amor, você acha que eu estou triste por me dizer que eu serei papai? - dei um sorriso e acariciei seu rosto - Agora mesmo que tenho ainda mais certeza de que quero ter uma vida ao seu lado. - fiz ela deitar-se ao meu lado - Nós seremos uma família. - coloquei a mão em sua barriga - Não desejaria outra coisa.

Ela se virou, ficando de frente pra mim é beijou meu pescoço, sussurrando um "eu te amo" no meu ouvido.

Charlotte Davis

Como eu iria imaginar que durante todo esse tempo, eu estava grávida?
Imagino minha mãe ao meu lado, me abraçando e me enchendo de beijos, dizendo que essa criança será muito amada.
Ah mãe, como você faz falta.
Deitei a cabeça no ombro de Nathan e fechei os olhos, acariciando sua têmpora e dando beijos no seu rosto.

- Fiquei com tanto medo de você morrer. - falou

- Você vai ter que me aguentar por muitos anos ainda. - falei e sorri, dando um beijo em sua testa

- Nathan, você aceita ir comigo para a Inglaterra?

- Eu achei que você não iria pedir. - sorriu - Quando iremos?

- Quando você se recuperar. - falei

- Daqui duas semanas? - perguntou - Quero que case comigo primeiro. Você aceita?

- No civil? Do jeito que eu quero?

- Do jeito que você quer.

- Então, eu aceito.

- Em dentro de duas semanas, estaremos casados e seremos uma família feliz. - deu uma gargalhada gostosa - Certo?

- Certo.

Dupla Identidade (Readaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora