Capítulo Trinta & Um

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Nos sentamos e esperamos ela começar a falar.

- Primeiro, eu gostaria de pedir perdão. - disse - Sei que não tenho o direito, mas se me perdoar, serei muito grata.

- Não tenho mágoas. - dei um sorriso - Minha vida pode nao ter sido, como posso dizer, uma das melhores, mas eu não mudaria nada. - olhei para Nathan - Posso ter passado por coisas difíceis depois do acidente, mas aquilo só me fez querer ser quem eu sou hoje. Tenho um emprego, amigos, um marido e logo terei uma família. Não pediria outra coisa.

Ela deu um sorriso e acenou, se levantando.

- Você deve estar ansiosa para encontrá-lo. - caminhou até a porta e a abriu - Segunda porta a esquerda.

- Você vem? - perguntei a Nathan

- Não. - sorriu - Vai você. Terei outra oportunidade de conhece-lo.

Soltei sua mão e passei pela minha avó e subi as escadas, parando em frente à porta indicada e batendo na mesma. Entrei ao ouvir um som e fitei a sala toda, até encontrar um homem de costas, mexendo em uma papelada.

- Clark? - falei receosa.

- Sim? - Se virou sorridente e me olhou, fazendo uma característica espanto. - Amélia?

- Não. Eu sou Charlotte, sua filha.

- Não, minha filha é uma criança. - falou

- Passou muito tempo. - me aproximei.

Ele se levantou e caminhou até mim, parando na minha frente e passando a mão no meu rosto.

- Charlie? - perguntou

- Oi pai. - pisquei, deixando uma lágrima cair.

Ele apenas deu outro sorriso e me puxou para um abraço.

Começamos a conversar sobre vários assuntos enquanto ele ficou fora e dizer que eu estava em lua de mel, fez ele se desabar em chorar, dizendo que se sentia culpado por não ter feito parte em um dos momentos mais importantes da minha vida.
Eu não o culpo, pelo contrário, acho até que ele não tem culpa por nada do que me aconteceu.

- Poderá fazer parte de um momento muito feliz da minha vida daqui oito meses pai. - segurei sua mão - Acho que é mais importante que meu casamento.

- Você está querendo dizer que...

- Que eu estou grávida? Sim. - dei um sorriso - Gostaria que estivesse lá quando chegasse a hora.

- Seria um prazer querida. - sorriu - Posso dizer que gostaria de conhecer seu marido.
- Ele está lá em baixo.

- Bem, antes de descermos, sei que tem muitas perguntas a fazer. - disse - Bom, pode começar.

- Eu gostaria de saber como conseguiu.

- Sobreviver?

- Sim.

- Bem, quando o acidente aconteceu, eu fiquei pasmo ao ver que sua mãe, Amélia, estava morta. Comecei a pensar em você e seu irmão e então, criei forças que não tinha e sai daquele carro, caminhando com um ferimento aberto no quadril até um posto da polícia, que me ajudou e me levou para o hospital. Não conseguia lembrar de nada sobre o meu passado, e muito menos sobre seus nomes, mas eu sabia que existiam. Eu tinha certeza de que todos da minha lembrança existiam. - sorriu - Estava tudo aqui - apontou para a própria cabeça - Tudo aqui e eu não podia fazer nada.

- Mas como você descobriu?

- Espere que chegarei lá. - sentou-se - Após me levarem para o hospital, fui interrogado por um detetive da cidade local e lhe contei tudo o que sabia. Desde o momento em que aquele carro entrou na nossa frente e tudo o que aconteceu de fato aconteceu, eu disse para aquele filha da mãe.

"Sabia que o idiota do policial era um impostor? Dois dias depois, um verdadeiro detetive veio me procurar e ali eu soube que tinha sido enganado. Como eu não lembrava de nada que fizesse sentido, começei a trabalhar em uma cafetaria local e juntei dinheiro o suficiente para alugar um apartamento e viver minha vida até o momento em que me lembrei da minha vida passada. Encontrei minha mãe e aqui estou eu.

- É uma história e tanto. - dei um sorriso e me sentei - Posso contar o que aconteceu comigo?

- Seria um prazer.

- Pois bem. - dei um sorriso - Após a notícia, os únicos parentes vivos que tínhamos era os nossos avós paternos, mas infelizmente ela nos rejeitou. Não tenho ódio por causa disso, mas eu não tinha culpa é pelo que sei, ela achava algo parecido com isso. Eu e Caleb fomos para um orfanato em Nova York e vivemos lá até nossa juventude, precisamente quando completamos dezoito anos. Durante esse tempo, conhecemos Alliene e Joshua Morris e moramos um tempo com eles. Certo dia, Joshua pegou Caleb e Alli juntos e para que algo de ruim não acontecesse com os dois, Caleb forjou a própria morte. Depois de acreditar que ele realmente havia partido dessa pra melhor, fugi daquele lugar e entrei para a polícia. Da polícia fui para o FBI e do FBI entrei para um grupo secreto chamado S.T.A.R.S e vivi minha vida, até entrar em uma missão é conhecer Nathan, meu marido. Caleb retornou para o meu mundo e conseguimos acabar de vez com Joshua Morris. Desde então vivo assim, até um certo dia que recebi uma carta dizendo que meu pai estava vivo.

- Isto é ótimo não?

- Claro que sim. - sorrio

- Estou afim de um copo de água. Vamos descer? Assim eu conheço seu marido.

Concordei. Descemos as escadas conversando animadamente, até ver três figuras sentadas separadamente nos dois sofás.
Eles nos olharam e sorriram, o senhor se levantando.

- Charlie, não sei se você lembra, mas é Joseph, meu pai e seu avô. - Clark disse, falando do senhor que estava na minha frente.

Eu abracei aquele homem e várias lembranças minhas e do meu avô quando criança vieram a tona, fazendo meu coração se apertar ainda mais.

- É bom ver que se tornou uma mulher Charlotte. - ele disse e sentou-se ao lado da mulher.

Apenas dei um sorriso e olhei parado meu pai.

- Pai este é Nathan, meu marido. - falei

- É um prazer conhece-lo senhor. - Nathan se levantou e estendeu a mão para o meu pai.

- O prazer é meu rapaz. - ele retribuiu o aperto de mão e uma batidinha no ombro.

Ambos sentaram-se e começamos a conversar.

- Sabe Charlie, uma vez eu prometi que quando eu a encontrasse de novo, iria te entregar algumas coisas que deixou aqui quando era criança. - meu avô falou e olhou para minha avó, que assentiu para ele. Ele se levantou e subiu a escada.

- Acho que vai gostar. - meu pai disse.

Segurei a mão de Nathan e apertei forte, fazendo ele me encarar constantemente e fazer uma careta.

- Desculpe. - falei mechendo só os lábios sem deixar sair o som da minha voz.

O senhor voltou com uma caixa que estava escrito meu nome, minha mochila de costas, que era da barbe. Ele me entregou e pediu para que eu abrisse só quando chegasse ao hotel e claro, respeitei seu pedido.
Depois de tomarmos um café, eu e Nathan fomos embora e prometemos manter contato e visita-los antes do natal.

Dupla Identidade (Readaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora