Capítulo 25

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CHARLOTTE


Havia se passado mais de um mês sem nenhuma notícia do paradeiro de Reece e sua família. Com a ajuda de alguns investigadores e até mesmo da perícia, descobrimos algumas provas que acabaram esfriando quando não deram em nada. Joshua Morris era muito inteligente e conhecendo como eu o conheço, deixaria apenas evidências que ele queria que fossem descobertas. Tentamos as mais diversas formas de conexão e de rastreamento, mas nada disso adiantou. Ainda que levasse a algum lugar, nunca era suficiente. Eu não sabia se eles estavam vivos, se estavam bem ou se passavam alguma necessidade. Reece não é mais tão novinho, assim como sua esposa. Qualquer desidratação, a menor que for, pode acarretar a problemas de saúde ainda mais graves.

— Vejo que você está mais pensativa do que o normal hoje — Nathan falou, chamando minha atenção ao colocar um prato com pão, ovo e uma tira de bacon na minha frente.

— Não é nada de mais, fica tranquilo — dei um sorriso, olhando para a comida — Isso parece estar delicioso.

— O que acha de provar então? — sentou-se à minha frente e tomou um gole do seu suco de laranja — Aí você pode me falar o que realmente achou.

Arqueei a sobrancelha para ele, indicando que algo estava diferente essa manhã. Não que meu namorado não fosse romântico e prestativo, mas algo nele havia mudado e eu estava louca de curiosidade para saber o que era.

— Qual deles eu devo comer primeiro, chef? — questionei, abrindo um sorriso maroto.

— Que tal os três juntos?

Apenas assenti e cortei um pedaço de cada coisa, juntando todos e dando uma garfada só. Fechei meus olhos apreciando o café da manhã que ele me preparou e o meu sorriso de satisfação foi o suficiente para que ele ficasse com o ego inflado.

— Eu deveria ter falado que estava horrível, mas minha expressão iria me entregar — dei de ombro, tomando um gole do suco — Mas ainda acredito que algo esteja diferente em você hoje.

Nathan abriu um sorriso presunçoso e levantou o seu dedo indicador, indicando que ele queria pontuar algo.

— Realmente gostaria de discutir algo com você, mas eu preciso que você fique aqui rapidinho.

Ele levantou-se como um flash e desapareceu pelo corredor. Ouvi barulhos na escada, então deduzi que ele estava no andar de cima.

— Amor, eu realmente quero conversar com você, mas eu já estou atrasada. É muito importante? — falei um pouco mais alto, levando uma garfada até minha boca.

O silêncio permaneceu por alguns minutos, até um Nathan nervoso aparecer no meu campo de visão. Em questões de segundo, seu comportamento mudara drasticamente e isso fez com que eu ficasse preocupada. Eu não sou especialista em leitura corporal, mas todos os anos de experiência no FBI com os mais diversos tipos de interrogatórios me serviram de algo. Eu sabia quando alguém estava com os nervos à flor da pele e meu namorado era um deles nesse exato momento.

Antes que eu pudesse falar algo, sua mão tocou a minha delicadamente e como num passe de mágica, toda a tensão presente nele sumiu. Abri um sorriso, encorajando-o a começar a falar, mas então ele tirou a outra mão de trás das costas e nela havia uma caixinha aberta, com um lindo solitário de rubi. A minha única reação foi arregalar os olhos e me certificar de que estava firme na minha cadeira, pois minhas pernas pareciam gelatinas.

— Eu sei que parece precipitado demais, mas nesses poucos meses que estamos juntos, já passamos por diversas coisas que nunca imaginei passar na minha vida — ele segurou minha mão — Charlie, eu não tenho dúvidas do meu amor por você e também não sei como ou quando ele surgiu, mas eu agradeço todos os dias por ter você em minha vida. Você aceita ser minha esposa?

Dupla Identidade (Readaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora