Capítulo Quarenta & Um

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Penúltimo capítulo + Epílogo

CHARLIE

4 meses depois

- Não Nathan, eu estou muito bem, obrigada. - respirei fundo e revirei os olhos, sentando-me com dificuldade no sofá - Aliás, sua filha não vai nascer tão cedo. - mudei o celular de ouvido - Fica tranquilo, se ela nascer, você vai ficar sabendo.

- Ficar sabendo? - perguntou indignado - Eu tenho que estar aí quando ela quiser vir ao mundo.

- Ninguém mandou você ir viajar bem no final da gravidez. - levantei as pernas, esticando as mesmas

- Estou trabalhando Charlie e você sabe disso.

- É eu sei. - fechei os olhos por causa da dor assim que a campainha tocou - Entra! - gritei, afastando o celular do ouvido

- Quem está aí? - perguntou

- Sophie.

- E o que ela foi fazer aí?

- Nossa, até parece que eu estou te traindo papai. - falei sarcástica, levantando do sofá com sua ajuda e pegando minha bolsa - Ela veio me levar para o hospital.

- Hospital? Por que? - sua voz se alterou - Tem certeza de que está bem?

- Faz vinte minutos que minha bolsa estourou Nathan e a quase quinze minutos estou tentando te contar.

- O QUE? - gritou no telefone - E você só me diz isso agora? Vou pegar o primeiro vôo pra casa. - escutei barulho de algo caindo no chão - De quanto em quanto tempo você está tendo contrações?

- Amor, eu estou bem, não se preocupe. - tranquei a porta de casa - Agora eu preciso desligar.

- Eu prometo que vou estar aí.

- Acho bom, pq não vou deixá-la sair até você chegar. - escutei sua risada nervosa no fundo, o que me fez sorrir - Eu te amo.

- Eu também te amo, se cuida.

Continuei com o sorriso no rosto e desliguei o celular, a tempo de segurar na porta do carro e me debruçar.

- Você sabe como esconder suas dores muito bem. - Sophie disse, segurando minha mão

- Fui treinada para isso. - fechei os olhos.

A verdade?

Está doendo muito! Mas eu não pude falar isso pra ele, porque conhecendo o marido que eu tenho, ele iria ficar muito apavorado e com certeza desmaiaria de tanta ansiedade. Não sei como ele conseguiu ser agente do FBI, sinceramente.

Sophie me ajudou a entrar no carro e deu partida nele logo em seguida. Respirei profundamente novamente e fechei os olhos, apertando o banco de couro.

- Respira pelo nariz e solta pela boca. Respira pelo nariz e solta pela boca. - ela disse, repetindo a cada dois segundos.

- Como se você falando isso me ajudasse muito. - falei calmamente - Estou sem contrações agora, relaxe.
- Não sou eu que vai ter um bebê, não é mesmo? - riu, dando seta e virando para a direita, na rua do hospital - Já liguei para o seu médico no caminho e ele já está a sua espera.

Dupla Identidade (Readaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora