Capítulo Quarenta & Dois

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Último capítulo + Epílogo

Nathan

Sabe aquela vontade enlouquecedora que surge quando você está ansioso e com raiva de alguém? Então, estou querendo matar o piloto desse avião.
Um vôo tão curto como esse, não poderia demorar todo esse tempo para durar. Ainda mais quando você está com pressa ou quando sua mulher está dando a luz.

Estou totalmente me entregando a raiva.

- Com licença. - chamei a aeromoça, que aproximou-se de mim - Quanto tempo falta para nos chegarmos?

Ela sorriu amigavelmente para mim e olhou em seu relógio.

- Exatamente 15 minutos senhor.

- Obrigado. - resgatei o meu celular dentro do casaco e respirei fundo, vendo se havia alguma mensagem da Charlie ou da Sophie.

NADA!!

Absolutamente nada.

Guardei o aparelho de volta onde estava e olhei para a janela, vendo a pequena brecha de luz que ainda estava ali, resistindo a escuridão que se aproximava. Fechei os olhos e fiquei pensando se minha filha já havia nascido, ou se alguma coisa tinha dado errado. Mas eu me alegrei assim que o piloto disse:

- Senhores passageiros, apertem os cintos pois vamos pousar.

Fiz o que ele mandou e esperei que o avião pousasse e parasse de se locomover. Levantei com cuidado, peguei minha bolsa que estava no bagageiro e sai literalmente correndo daquele lugar.

Charlie

- Você só pode estar brincando né? - perguntei, vendo aquele mar de pessoas passarem pra lá e pra cá, arrumando tudo o que era necessário para o meu parto.

- Infelizmente não, minha querida. - ela sorriu, colocando a roupa azul para proteger seu uniforme e cobrindo-me com um lençol

Eu fechei os olhos por causa da intensidade da dor. Logo eu a terei em meus braços, mas sem o seu pai do meu lado.

Sophie se posicionou com a câmera e começou a gravar minha reação, sorrindo quando mostrei o dedo para ela.

- Vamos lá? - a médica disse - Pode empurrar.

Respirei o mais fundo que podia e segurei nas hastes da cama, fazendo força.

- Isso. - ela disse, quando parei para respirar - Mais um pouco.

Fiz a mesma coisa novamente, mas nem sinal da gracinha.

- Vamos Charlie, de novo.

Empurrei mais uma vez, mas nada de choro.

- Estou vendo a cabeça dela. - a médica olhou para mim - Vamos querida, você consegue.

- Eu não consigo. - comecei a chorar - Eu não sou forte o suficiente para isso.

- Você é sim. - a voz de Nathan surgiu, assim como ele na porta - Você é a mulher mais forte que eu já conheci, então trate de demonstrar isso. - colocou-se ao meu lado e pegou uma de minhas mãos. - Vamos lá.

Dupla Identidade (Readaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora