Capítulo Trinta & Três

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- Primas? Como assim?

- Olha, eu fui hoje a tarde na casa da minha avó, para rever meu pai. Ela me entregou coisas minhas que eu deixei quando era pequena. Na caixa, eu encontrei um diário da minha mãe e nele, ela falava que não se dava bem com a cunhada, que por acaso se chamava Catarina Morris. Entendeu?

- Isso é completamente estranho. Somos primos de primeiro grau? Isso só pode ser impossí...

- É isso mesmo? - Caleb falou

- Foi o que eu li aqui. Caleb, você sabia?

- Eu desconfiava. Uma vez, em uma das conversas com Joshua, ele havia comentado que teríamos parentescos, mas nunca cheguei a acreditar. Do jeito que ele era louco, quem acreditaria.

Olhei para a porta e vi Nathan entrando.

- Tudo bem. A gente se fala depois. Nathan acabou de chegar.

- Okay. Até mais. - e desligou.

Voltei para o quarto e dei um sorriso, me aproximando dele.

- O que tem eu? Você não está me traindo?

- Não Nathan, larga a mão de ser idiota. - dei um sorriso - Estava falando com o meu irmão.
- Seu irmão é? - passou a mão pela minha cintura e me puxou para mais perto.

- Uhum. - e o beijei.

Fizemos amor naquela noite.

- Eu tenho uma coisa pra te contar. - falei, me aconchegando nele, depois de ter tomado um banho.

- Meu Deus! Vamos ter gêmeos?
- Claro que não seu besta. Foi uma coisa que eu descobri lendo o diário da minha mãe.

- E o que é? - perguntou

- Lembra quando eu disse, que o acidente dos meus pais talvez fosse proposital? - olhei pra ele. - Então, no diário, ela dizia que se dava bem com todos, menos com uma cunhada dela, que se chamava Catarina. - fiz uma pausa - Catarina Morris.

- Então, você está querendo dizer que esta mulher, a Catarina, talvez tenha sido a responsável pelo acidente dos seus pais?

- Não foi isso o que eu falei. Eu disse que talvez, algo a mais tenha acontecido. Joshua e Alli são meus primos Nathan. Alguma coisa aconteceu durante esse caminho aí.

- Talvez seja só coincidência.

- Não, não é. - me sentei ereta - Caleb disse que nunca ligou para que ele dizia, mas teve uma vez, que Joshua falava que tínhamos parentesco.

- Tudo bem, se você acha isso. Não posso falar mais nada. - me puxou, fazendo eu ficar como eu estava antes.

- Você não acredita em mim né?

- Não é isso. - acariciou meu ombro - É que pode ser impossível.

- Quando voltarmos para Nova York, irei revisar o caso do acidente. - falei e peguei o telefone, discando para o serviço de quarto e pedindo o meu jantar.

Enquanto não chegava, peguei novamente o diário e voltei a ler.
" Junho de 1986

Ah diário, mais um sonho meu será realizado. A duas semanas, descobri que iria ser mãe e sinceramente, foi o dia mais feliz de minha vida. Clark diz que não está preparado para ter um menininho ou uma menininha correndo pela casa. Bem, eu também não, mas só de saber que poderei ter meus filhos, ficarei muito grata a Deus. Quando demos a notícia para a família, todos ficaram felizes e depois de uma semana, Catarina também apareceu grávida. Feliz coincidência não? Deus me perdoe pelo que irei falar, mas, ela não é uma pessoa boa. Pelo contrário, é mesquinha, medida é cruel. Não sei como Pablo, um homem tão bom, foi se meter com uma mulher dessas. Ele merecia mais, muito mais."

" Novembro de 1986

É um menino! Hoje tivemos a nossa consulta de rotina e felizmente, conseguimos fazer o sexo do bebê. Estou tão feliz e Clark também. Ainda não escolhemos o nome, mas acho que por ser menino, deixarei ele escolher. Estou extremamente feliz. Nunca estive tão feliz em toda a minha vida. Com certeza, este dia entrará para a minha lista de dias memoráveis."

Dei um sorriso, apenas imaginando a felicidade de minha mãe ao saber que o bebê que ela tanto esperava, era um menino.

" Fevereiro de 1987

Olhos azuis como o do pai, cabelos loiros como o da mãe. Ele se chamará Caleb. Sentir o seu toque pela primeira vez foi extremamente emocionante. Saber que aquele pequeno ser, saiu de dentro de mim, foi uma grande conquista. Não tenho palavras para demonstrar o meu sentimento por essa criança. A única coisa que poderei dizer é que ela será amada por mim e pelo pai, até os últimos dias de nossas vidas."

Ouvi um barulho na porta e me levantei, abrindo a mesma e pegando o carrinho com o meu jantar.

- O que você pediu? - Nathan perguntou, abaixando o livro que estava lendo.

- Bem, você não vai comer. - tirei a tampando cima da bandeja - Meu querido, seu filho tá com fome. - peguei o prato, os talheres e deitei ao lado dele.

- Lasanha? - arqueou a sobrancelha

- Você sabe que eu amo lasanha e eu estava com vontade. - dei uma garfada - Quer?

- Já que você ofereceu. - pegou o garfo da minha mão e tirou um pedaço da minha lasanha - Obrigado amor.

- Seu filho diz por nada. - peguei o garfo e comi mais um pedaço.

Ele deu um sorriso e se abaixou perto da minha barriga.

- Obrigado filho. - e deu um beijo.

Continuei a comer até eu raspar o prato. Coloquei ele no carrinho e o deixei de lado, voltando a ler o diário da minha mãe, enquanto Nathan, lia um livro sobre aviação.

" Maio de 1987

Caleb está com três meses e por Deus, não sei como contar ao Clark que provavelmente, estou grávida novamente. Eu não esperava por essa gravidez, mas se Deus realmente achou que estava na hora, depois de três meses, quem sou eu para contrariar? Estou ansiosa pela sua reação. Se bem que na de Caleb, ele reagiu muito bem por ser a primeira, mas em um curto espaço de tempo, com certeza ele ficará mais chocado do que eu. Só peço a Deus para que ele aceite."

- Amor? - chamei

- Sim?

- Ela está grávida de mim. - dei um sorriso - Acho que vou escrever um diário para o nosso bebê. Quem sabe no futuro, ele saiba de tudo o que aconteceu. Vou contar tudo pra ele.

- Tudo mesmo?

- Tudo. - dei um sorriso e voltei ao diário.

" Junho de 1987

Sim, eu estou grávida. Ainda não sabemos o sexo do bebê e acho que só irei querer saber no dia do nascimento. Clark concorda comigo e sinceramente, ainda estou ansiosa, pois não contamos ainda para a família. Acho que eles irão surtar."

Dupla Identidade (Readaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora