22. Influências externas

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Sugestões de música:
Para o começo e andamento:
Come Home - OneRepublic
New Soul - Yael Naim
This Will Be - Natalie Cole
Closing Time - Semisonic
Para o final:
This Side of Paradise - Coyote Theory
Almost is Never Enough - Ariana Grande
This is How You Fall in Love - Jeremy Zucker, Chelsea Cutler
Lvr Boy - awfultune

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(Harry)

Sou grande fã de animações. Desde sempre.

Considero que sempre houve uma específica densidade nessas frases de efeito, bobas e promocionais, para as crianças que absorvem por sobre a tela de cinema e que, na maioria das vezes, não entende do que se trata. Aos meus olhos, sempre houve certa reflexão no significado de continue a nadar em Procurando Nemo, do felizes para sempre em Shrek e o que é verdadeiramente deixar o passado para trás, ou o Hakuna Matata, em o Rei Leão. Por mais que pareça clichê, piegas ou besteira.

Sempre houve sentido para mim.

É besteira e entra em méritos infantis demais, eu sei. Apesar disso, tenho em mente que o grande problema de certas densidades é a falta de atenção por entre certos ângulos.

Nem tudo é sobre crianças entenderem uma lição sobre educação, gentileza ou sonhos que querem alcançar. Algumas vezes, apenas há um genuíno e acidental intuito onde adultos frágeis e assustados com o peso da vida acabam acidentalmente encontrando conforto no que não conseguem achar dentro de si mesmos. Exatamente nessas frases que carregam clichês e efeitos sem graça aos olhos de frios. Existem esses fragmentos que tocam, cutucam, ferem e curam. Mas que ensinam à corações curiosos e olhos atentos.

Eles já me ensinaram. Um, em específico, inquietou-me durante alguns anos. Foi minha ferida acariciada e a cegueira que eu provoquei em meus sentidos.

Quando ouvi pela primeira vez que "Quando o mundo vira as costas para você, você deve virar as costas para o mundo.", seguido de que deveria esquecer os problemas, não entendi o que significava, assim como tantas outras referências que acabei resgatando em uma vivência de vinte e tantos anos. Mas apliquei em algumas áreas. O problema, no entanto, foi ter usado até demais o lema seguir em frente, esquecer os problemas e nunca olhar para trás.

Não o toquei durante anos. O fiz adormecer durante anos.

O passado é cercado de acontecimentos imutáveis e que marcam um terreno onde pés não tocam mais. Erros que perseguem. Feridas que cicatrizam superficialmente, mas ainda estão lá. Sempre ouvi gente se vangloriando de passados de alegria, nostalgia e cor. Passado de pessoas que tiveram o mundo nas mãos e ofereciam sorrisos brilhantes como moeda de troca. Porque existia juventude e luz. Porque, sim, a vida era colorida e engraçada.

Sempre desejei isso, de toda a alma. Meus pés tropeçam entre curvas estreitas e um solo quente. Quente até demais. O passado arde minha pele e atira pedras em meus ossos. Então imagino que tenha sido fácil me agarrar ao lema esqueça o passado e me convencer que eu era forte o suficiente para encarar estradas antigas.

Não sou bom o bastante.

E ainda sim procuro outras estradas. Procuro uma nostalgia colorida como antes em vez de encarar o doloroso preto e branco onde tudo tocou.

Learning to Fall in Love | l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora