7. Meias espaciais

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...

O sábado amanheceu sem o clima nublado e gélido que era insistente em Manchester. Pelo contrário, na verdade estava fresco e limpo, emitindo tímidos raios de sol com um céu azul o acompanhando.

Um dia perfeito para aproveitá-lo livre de preocupações.

Então fiz o que minha consciência sugeria e nem me dei ao trabalho de atender as ligações insistentes de meu celular, que não abandonavam minha tela de bloqueio.

Nada de estresse hoje, não.

Sem estresse e sem celular.

Levantei preguiçosamente dando passos curtos até o banheiro para tomar meu banho e dar um jeito em meus cabelos que pareciam um verdadeiro ninho. E após terminar e aparar minha barba, coloquei uma calça apertada e uma blusa branca simples, calçando meu tênis da adidas e alcançando um boné azul da mesma marca, que era sustentado pela cabeceira da cama.

Uma típica roupa para um típico sábado.

Sábado...

E acabei me lembrando.

— Papai? — Amélia surgiu coçando os olhos preguiçosamente enquanto segurava um coelhinho de pelúcia, encostando na porta de meu quarto. — Hoje tem a minha aula de ballet. — informou entre um bocejo e outro.

Sorri pequeno e me aproximei dela, a pegando no colo e tirando os fios bagunçados de seus olhos, ao que ela retribuiu se aninhando em meus braços e envolvendo meu pescoço com suas pequenas mãos.

— Desculpa amor, o papai acabou acordando mais tarde. Mas ainda dá tempo, yeah? Só precisamos ser rápidos. — falei e acariciei seus cabelos, não recebendo uma resposta. — Filha? Dormiu? — dei risada cutucando sua barriguinha com meu indicador.

— O despertador me acordou. Tô com sono. — ela disse baixinho contra meu pescoço, e eu tive de conter um sorriso por seu jeitinho.

Era incrível como Amélia conseguia ser dez vezes mais dengosa quando estava comigo. Ela sempre estava me olhando com aqueles olhos de avelã, enrolando os fios de meus cabelos, deitando em meu peito ou somente sentada em meu colo. E isso multiplicava quando estava com sono.

Olhei as horas em meu relógio de pulso. A aula seria daqui a uma hora, aproximadamente.

— Vamos pro banho e tomar um café reforçado, huh? Assim o sono passa. — falei e recebi um aceno fraco de cabeça, com minha pequena enrolando - como eu já esperava - alguns fios de cabelo de minha nuca.

— Tá bom.

...

— Você vai ficar para me ver na aula, papai? — Amélia perguntou pulando por cima de uma raiz de árvore no chão enquanto caminhávamos em direção ao pequeno estúdio de dança a algumas quadras de nosso apartamento.

Achei que seria uma boa ideia ter um lugar calmo para poder revisar os papéis da separação de bens, já que aquele provavelmente seria o último proposto para chegarmos a um equilíbrio. Além do que, eu precisaria analisar os dois novos casos que recebi do trabalho.

Learning to Fall in Love | l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora