23. Sob um milhão de estrelas

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Sugestões de música:
Para o começo e andamento:
Baby I'm Yours - Arctic Monkeys
I Hear a Symphony - Cody Fry
All Too Well - Taylor Swift
Para o final:
Saturn - Sleep at Last
Rewrite the Stars - Zac Efron ft. Zendaya
Remember us This Way - Lady Gaga
Again - Doris Day

...

(Louis)

— Por que não? Eu já disse que vai ser foda! Faz anos que não saímos juntos. Só os caras. E Sarah... Mas tudo bem. Ela é quase um cara também. Vamos lá. Desbravar o mundo. Gritar em montanhas. Comer comida enlatada. Arrotar sem ter ninguém para reclamar. O que te impede, hein?

— O fato de eu não querer ir, eu acho?

— Besteira. Não me convence. Já até disse que você pode levar aquele cara do Pub para se distrair e arrancar um pedacinho. Vai dizer que tem compromisso?

— Já que tocou no assunto, na verdade, estou um pouco atolado de novos pro-

Um tapa fora desferido em meu braço.

Rudemente.

— Ai!

— Besteeeeeeeeira. Não seja chato. Vamos lá.

— Já disse mil vezes que não sou chato, caralho.

— E eu já disse mil vezes que não acredito nisso.

Bufei, revirando os olhos. Niall sabia como bater o pé até conseguir o que queria. A bola da vez era algo que, definitivamente, estava fora de questão.

— Não vou para um acampamento com você e os caras, Irlanda. Esqueça essa ideia maluca. Sem. Chance.

— Você ama acampar, cabeção. Não lembra das outras vezes?

Eu já havia acampado em outras ocasiões.

Poucas.

Na primeira vez, eu ainda exibia meus dez anos, aproximadamente. Coincidentemente, também fora a primeira vez que eu havia beijado alguém.

Beijado pela primeira vez um garoto.

Debaixo de uma alta copa, as folhas ainda eram bronzeadas pelo final de outono. O acampamento de férias era um dos maiores classicismos da infância de alguém. O beijo, clássico como fora, doce e molhado.

Eu tremia como o inferno, apertava tanto os polegares de encontro à palma da mão que sentia a região formigar. As unhas cutucavam minha pele. O rapaz, dois anos mais velho que eu, oferecia risadas despreocupadas e segurou-me o rosto no momento apropriado. Apenas um roçar de lábios distraídos e inconstantes como um afago. Mas que, vergonhosamente, fizera meu estômago revirar.

Eu nunca havia beijado um rapaz antes e os pequenos e curtos fios ainda em crescimento em seu rosto rasparam minhas bochechas.

Pensava que havia magia nesses momentos.

Descobrimento. Experimentar borboletas e na maneira como a ansiedade vinha acompanhada do medo. No carrossel que tudo formava ao mesmo tempo.

Learning to Fall in Love | l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora