"Procurando Atmosferas" é uma coletânea em que minhas inspirações e sentimentos correm pelas palavras escritas, refletindo os novos ares que busquei e decidi explorar. A cada capítulo, uma nova reflexão e, consequentemente, uma nova atmosfera.
#8 na...
Porque eu pego emprestado seu corpo para clarear minha mente)
Mills - Hollow
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Durante a queda de meus sustentos internos, com minha mente sendo abalada por terremotos e meu coração se afogando em seu mar de sangue, eu preferiria esquecer.
Por isso, espero que deixem com que me perca em linhas e contornos. Sejam essas linhas resultados de rabiscos meus no papel para desenhar um horizonte imaginário onde nada disso me alcance, ou o contorno representado pela lombada de um livro, para que as palavras externas abafem as vozes ecoando em minha cabeça.
Porém, a verdade é que ainda procuro o toque quente e humano entre esses nuances da existência, não para experimentar algo que floresça, mas para me esquecer do que não floresceu e do que ameaçou me soterrar. Para esquecer da minha verdadeira essência que se perde na própria identidade.
Se essas linhas montarem sua silhueta em minha frente, espero conseguir senti-la de olhos fechados, memorizá-la com movimentos calmos, para não perder nenhum detalhe. E que eu não a confunda com os escombros de um passado que ainda pode ruir ao meu redor.
Ao segurar sua mão, espero formar novos contornos entre meus dedos, para que esqueça o toque gélido do medo que não solta minha palma.
Sufoque-me com perdas de ar que representem suspiros e não façam meus pulmões queimarem, que eu me perca no embaraço que se tornariam seus braços ao me segurarem. Porque, já aqui digo, não seria capaz de caminhar com minhas próprias pernas, porque elas foram a primeira base a se entregar.
Consuma as lacunas vazias que ficaram como caminhos de um monstro furioso em minha alma, um labirinto que me insiste em lembrar como seria melhor me consumir entre essas linhas e contornos a encarar a dura matéria da realidade.
Assim, crie novos traços em meu mapa para que eu saiba encontrar um caminho de volta a esta casa temporária, porque eu já não possuo lembranças de um santuário em minhas próprias linhas e contornos.
Longe de quem realmente sou, percebo-me implorando por uma distração. Enquanto a queda do precipício não se finda, ainda perco noção de minha estadia no mundo.
Enquanto não chegar o momento de me desfazer com o impacto ou de perceber que tenho asas de liberdade para decidir voar, deixe-me esquecer. Deixe com que os ecos de vida cheguem ao vazio que carrega meu ser.
Até lá, conte-me sobre as linhas e contornos que lhe marcaram, para que, quando os meus entornos pararem de se formar e de se transformar diante de meus olhos, eu possa mostrá-los a você.
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E esse foi mais um texto! O que acharam?
Confesso que esse aqui me marcou de um jeito específico por representar, talvez, uma certa superação da ressaca de escrita em que havia me metido nos últimos meses, sem saber como escrever o que de fato queria e não ficando satisfeita com as palavras.
Agora me resta torcer para que tenha passado de vez XD