Controle

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Burning everything I know

Desperate for a change 

(Queimando tudo que conheço, desesperada por uma mudança)

Fractures - Illenium ft. Nevve

 Nevve

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Em meio ao caos, percebi que meu maior incômodo é não ter nada para segurar em minhas mãos e moldá-lo a bel prazer. Em meio ao caos, não tenho aquilo que mais desejo.

Em meio ao caos, não tenho controle.

Não possuo rédea de meus sentimentos, não consigo lidar com tudo que passa e flui, porque eu não queria que fluísse na velocidade que está indo, queria conseguir controlar o acelerador de tudo isso. Então, estico meus dedos e tento dedilhar nas cordas do tear da vida, mas apenas sinto o roçar da ponta de meus dedos com os fios emaranhados.

Vejo-me completamente cercada de uma confusão que desconheço, e vozes vêm de todos os lados, chamando o foco de minha atenção para todos os ângulos. Sinto-me uma marionete, sendo controlada por aquilo que um dia tentei controlar, e me questiono se em algum momento voltarei a ter ação sobre minhas pernas para definir um caminho próprio.

Meu coração acelera, e os fios que tentei tocar me repuxam. Sou recoberta por eles, em meio à bagunça de diferentes cores, encontro um fio vermelho ao fundo. Percebo a familiaridade, agora com a percepção que o novelo de lã que um dia chamei de existência foi revirado quando aquele fio em específico se enroscou ao redor de meu pulso, ligando-se e enraizando-se.

Minha perda de controle começou ali. Agora, me restou apenas ser sufocada por tudo aquilo que tentei moldar. As vozes ficaram mais agitadas.

Começo a ser engolida por todos os fios ligados a meu corpo, um lilás cobre minha boca e um verde me obrigada a fechar os olhos. Repenso em tudo que me recusei a ceder, na teimosia de tudo dominar.

Se eu pudesse simplesmente deixar ir, desembaraçar tudo e me ver livre, pensei, sentindo o frio inicial da escuridão ao afogar naquela confusão. De repente, escuto o silêncio, determinando que as vozes pararam.

Sinto tudo se desenrolar e eu despenco, percebendo que não tenho nenhum fio mais amarrado a mim. Agora, caio no infinito, e isso me assusta por saber que em algum momento atingirei o chão e...

Em um segundo, noto que não estou caindo, não sinto a gravidade me sugando. Então, vejo que estou voando.

Sem controle e sem as amarras de fios embaraçados, sei que agora sigo a direção que minhas próprias pernas determinam. Não existe mais peso em meus ombros. Não existe mais confusão.

Meus pulsos estão livres. Eu estou livre.

Não quero moldar nada além daquilo que esteja ao alcance das mãos.

Esse texto foi mais curtinho que o anterior, mas na minha concepção foi bem mais agitado também

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Esse texto foi mais curtinho que o anterior, mas na minha concepção foi bem mais agitado também. Foi meio proposital que a narrativa fosse uma coisa atrás da outra, no intuito de demonstrar sufoco, porque foi exatamente assim que a música Fractures me deixou.

Bom, mas o que vocês acharam? Quais interpretações tiveram? Vou adorar saber! 

Enfim, é isso por hoje, até o próximo capítulo! ^.^

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