"Procurando Atmosferas" é uma coletânea em que minhas inspirações e sentimentos correm pelas palavras escritas, refletindo os novos ares que busquei e decidi explorar. A cada capítulo, uma nova reflexão e, consequentemente, uma nova atmosfera.
#8 na...
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Quando a liberdade segurou minha mão e me perguntou se eu gostaria de viver, eu não sabia que me sentir livre não se resumia a momentos de correr contra o vento a gargalhadas. A liberdade me embalava em momentos de soluço que cortavam a tranquilidade da noite, em abraços nos quais me permitia sumir e sorrisos nos quais aprendi a me perder.
A liberdade trouxe à tona as camadas de cada universo com que me esbarrava, as atmosferas presentes em cada sentimento que eu lidava, fossem meus ou de outra pessoa. Cada dia, cada novo desconhecido, uma atmosfera diferente se apresentava.
Quais perguntas eu iria respirar caso entrasse ali?, eu me questionava. Valeriam a pena?
De todas as atmosferas que explorei, desde as mais raivosas até as mais tranquilas, desde as mais imaturas até as mais maduras, fui capaz de retirar alguma observação que refleti em meus próprios ares. Invariavelmente, conhecer outras perspectivas significa acabar conhecendo a si mesmo.
E quando eu era capaz de parar um segundo para perpetuar por meus próprios níveis de existência, percebi que a liberdade interna se encontrava no deixar sentir. Por mais que eu explorasse diferentes ambientes, eu não era só uma mera observadora, eu era parte integrante dos territórios que também seriam explorados.
Ao tentar entender e melhorar o que eu tinha a oferecer a mim mesma, eu comecei a me conhecer, e a escrever minhas próprias histórias. Compreender o até então desconhecido me fez notar como era possível não ser apenas as definições curtas que eu acreditava me encaixar.
Quando minha zona de conforto é testada, essas definições são reviradas de cabeça para baixo, desprendendo-se de suas linhas idealizadas e sendo embaralhadas no verdadeiro caos e ordem que deveriam seguir. De novas experiências, novos caminhos se desdobram e questionamentos surgem para desestabilizar a ilusão de uma certeza.
Talvez essa seja a graça que encontrei, que ao explorar livremente minha instabilidade estável, percebo-me explorando as atmosferas de diferentes planetas que formam minha galáxia. Meu próprio universo em expansão.
Nesse ciclo que se fecha e nessa viagem que se encerra, é inevitável me perguntar com quais novos ares irei esbarrar na jornada que logo se inicia, e quais eu conhecerei tão bem a ponto de chamar de casa. Independentemente do que se siga, o que ecoa em meu âmago é a certeza de ser livre para viver o que me compõe e desbravar o não familiar.
Afinal, eu sempre estarei procurando atmosferas.
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Depois de basicamente um ano e meio de textos, emoções e poesias, Procurando Atmosferas chegou ao seu fim. Como havia citado nas notas de "Dualidade", eu já me encontro nostálgica com a despedida dessa coletânea, foi uma montanha russa de palavras que por muitas vezes refletiam aprendizados meus e pensamentos sobre o que eu queria ou não queria ser, e saber que esses textos em algum momento podem ter sido uma distração positiva ou um ponto de compreensão a quem leu, me deixa extremamente feliz.
Obrigada do fundo do coração por terem acompanhado minha busca por esses diferentes ares e análises de diferentes reflexões internas. Ter vocês aqui tornou tudo mais leve! Também agradeço especialmente aos vínculos que essas palavras me permitiram formar e aprofundar, há um pedacinho dessas pessoas em cada texto que aqui coloquei, então, obrigada ❤
Eu decidi colocar "Free Spirit" como música nesse epílogo porque acho que sintetiza a ideia de a liberdade de viver está de certa forma nas emoções que sentimos, em a vida não ser um mar de rosas, mas também tem seus momentos marcantes e boas conexões. Espero que tenham gostado de tudo até aqui!
