(In)Finitude

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 Oh, I'll spend my whole life
Missing a part of me, part of me

(Eu vou passar toda minha vida sentindo falta de uma parte de mim)

Chelsea Cutler ft. Noah Kahan - Crazier Things


Dizem que nem a maior das experiências é eterna

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Dizem que nem a maior das experiências é eterna.

Porém, talvez, pelas memórias que fazemos, somos eternos. Nas palavras que dizemos, nos conselhos, nas risadas que ecoam pelo mundo. Somos ainda mais eternos nas pequenas dosagens de sal que depositamos no mar quando deixamos lágrimas lavarem nosso rosto.

Somos eternos nos sentimentos, porque não fomos os primeiros e nem seremos os últimos a experienciar um nó na garganta ou uma risada que ilumine o coração. Não seremos os últimos a gritar para o mundo, ainda seremos lembrados pelo vento.

Por isso ainda gosto de pensar que aquelas estrelas que se apagaram ainda continuam a existir pelo brilho que deixaram, que atravessam milhares de anos luz para se encontrar aqui, registradas em nossas retinas.

No entanto, isso não é sobre o início e o fim do sopro que nos mantém de pé. Não é sobre como nossos fôlegos são equivalentes ao suspiro do universo.

Não é sobre como nossas essências vão acabar daqui alguns anos. Isso é sobre o nosso agora, sobre o caminho que lapidamos com cada piscada.

E nessa jornada que me percebi finita. Percebi a finitude de momentos compartilhados, que quando nos damos conta já são memórias pertencentes ao vento, que serão infinitas enquanto forem lembradas, mas frágeis perante minha responsabilidade de carregá-las.

Somos como livros, eternamente registrados em papel, mas só podendo sentir uma única vez a euforia de desconhecer completamente cada página que virá a seguir. Afinal, não lemos um livro para saber de seu início e fim sem maiores explicações, mas sim pela história, por cada momento único e simbólico.

Com o livro que tenho em mãos, percebo que a finitude está em todos os segundos que não irão retornar mais, a cada batida de coração que decidimos viver ou não por aquilo que acreditamos. No entanto, a infinitude eu percebi estar nos sentimentos que marcam nossa pequena existência, tornando-se contornos na alma que talvez não se desfaçam.

A infinitude está nos entalhes de amor que circundam o coração e o contornam em uma moldura, como um quadro único exposto em um museu, que será apreciado enquanto o ser humano se expressar por arte. Ao mesmo tempo, em um pequeno deslize, essa obra prima se desprega da parede e pode se perder, podendo ser recomposta, mas nunca permanecendo inteiramente igual.

E talvez falte um pedaço ao tentarem juntar os fragmentos. E a finitude se mostrou para mim nessa exata ausência que senti consumir meu peito. E a infinitude acompanhou ao substituir o vazio causado pela distância por carinho irremediável.

Infinito ou finito, eu só tenho a certeza de que existimos. E, enquanto eu puder criar momentos nessa balança de existência e dissipação, imagino que estarei deixando minha marca na alma de outras pessoas.

Da mesma forma como você marcou a minha. 

E esse foi o texto de hoje, para comemorar as mil visualizações de Procurando Atmosferas! O que acharam?

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E esse foi o texto de hoje, para comemorar as mil visualizações de Procurando Atmosferas! O que acharam?

Esse texto está há um tempo rondando minha mente, e confesso que não achei que seria ele a ser usado como "especial de mil visualizações", mas quando a ideia veio, nunca fez tanto sentido. E eu diria que não há horário melhor para postá-lo do que tarde da noite, porque todos esses pensamentos que compuseram as metáforas aqui presentes me invadiram durante a madrugada.

Eu espero que tenham gostado, e gostaria de agradecer por acompanharem minhas histórias! Que sejamos infinitos naquilo que criamos ♾

Até o próximo capítulo! 💕

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