Think it's time that we said fuck it
Red light! Let's run it
(Acho que já é a hora de dizer foda-se. Sinal vermelho! Vamos furá-lo)
Run it – Midnight Kids, Annika Wells
Nós não tínhamos vivido por muito tempo.
Não sabíamos as respostas para as grandes questões humanas e nos sentíamos como crianças perdidas e teimosas, ao mesmo tempo que a chama que fluía por nossas veias e alimentava nossos corações nos dava a certeza sobre um dos maiores ensinamentos da vida: respirar e aproveitar o momento.
Corríamos um atrás do outro, os choros eram mais intensos assim como as gargalhadas mais reais. Nossas almas transbordavam luz, e por muitas vezes ficamos presos no escuro para então encontrarmos a saída em nós mesmos.
Nós éramos a definição de liberdade. Até alguém decidir colocar algemas em nossas mentes e correntes em nossos corações.
Na estrada sem limite de velocidade que acelerávamos em meio aos risos, alguém colocou um sinal vermelho. Sem antes ficar amarelo, sem antes avisar, ele se avermelhou e nunca aparentava ficar verde.
Questões sobre uma vida adulta que nem havíamos começado surgiram de todos os lados, exigindo serem resolvidas. Tivemos de nos moldar a tudo que diziam, a uma rotina que não escolhemos, e a incerteza mastigou nossas almas como chicletes.
O tempo corria e a normalidade de noites mal dormidas e pesos para carregarmos nos ombros se apossou de nós. Identidade começou a significar apenas um documento, e não a essência que nos sustentou durante toda a vida.
Com aquele sinal vermelho, todas as nossas preocupações se acumularam na estrada e causaram um engarrafamento. Quando estávamos prestes a nos afogar com os barulhos das buzinas, gritos de frustração deixaram nossas gargantas, fazendo-as vibrar e o silêncio reinar.
Olhamos um para o outro, percebendo o antigo carro que dirigíamos ainda ali, alheio a tudo. Entramos juntos, tomando a decisão no mesmo segundo. Quando um gritou acelera, o outro pisou fundo, guiando o veículo pela estrada e desviando de tudo que havíamos decidido abandonar.
Todos observaram estupefatos. Como ousaríamos realizar tal façanha e ir contra suas exigências?
Finalmente, chegamos ao sinal vermelho. Aquele que provocou toda a bagunça.
Tirando as algemas de nossas mentes e as correntes de nossos corações, indo contra a lei daqueles que tentaram moldar nossas vidas, furamos o sinal.
Sem pretensão de olhar para trás para conferir se alguém teria anotado a nossa placa para denunciar às autoridades, seguimos em direção a um novo horizonte.
E esse foi mais um texto! Admito que desde que descobri essa música semana passada, eu estou querendo usá-la de inspiração, e finalmente chegou esse momento.
Dessa vez, o texto foi bem baseado mesmo na música, mas eu adorei a mensagem que ela me passou e quis retratar isso sob minha ótica. Foi até uma metáfora mais clara que o texto passado, e eu quis expressar aquele momento na vida em que chutamos o balde escrito "pensamentos alheios" e decidimos viver da forma que preferimos.
Se você se identificou e imagina ter um sinal vermelho como esse em sua vida, espero que você possa furá-lo, e pisar fundo no acelerador.
Bom, eu espero que tenham gostado! Até o próximo capítulo! 😉
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Procurando Atmosferas
Random"Procurando Atmosferas" é uma coletânea em que minhas inspirações e sentimentos correm pelas palavras escritas, refletindo os novos ares que busquei e decidi explorar. A cada capítulo, uma nova reflexão e, consequentemente, uma nova atmosfera. #8 na...