Chama

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Shadows of the past keep on chasing me

But the more I try to escape and struggle, the more it follows

(Sombras do passado continuam me perseguindo

Mas quanto mais eu tento escapas e lutar, mais me perseguem)

Your eyes tell - BTS (letra do inglês traduzida do japonês)

A textura da tela em branco contra minha pele me fazia sentir como se a ponta dos meus dedos queimasse

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A textura da tela em branco contra minha pele me fazia sentir como se a ponta dos meus dedos queimasse. Fechei os olhos por um instante, absorvendo os sentimentos que me cercavam e buscando pela inspiração certa.

De repente, soube o que deveria pintar.

Distanciei-me da tela, já buscando por um pincel mais grosso e trazendo para perto o balde da tinta que queria. Afundei as cerdas no vermelho infinito e, ao tirá-las de lá, jurei que se assemelhavam a uma faca banhada em sangue.

Deslizei o pincel por sobre a tela, criando um fundo completamente vermelho. Meu coração retumbou e senti que meu próprio DNA deslizava junto à tinta escarlate.

Mais alguns ajustes e depois veio o laranja, do qual tirei dos meus próprios pensamentos para mesclar as cores, e acho que alguns diriam que eu estava criando o inferno.

Em inspiradas entrecortadas, coloquei um pouco de amarelo, incendiando a pintura com um formato de fogueira. Era uma chama no centro, crepitante e intensa.

Deixei o pincel deslizar pelos meus dedos e atingir o chão, sujando os jornais que eu colocava para proteger a madeira. Encarei aquela fogueira como se fosse um espelho, ela direcionada para o centro do meu peito, consumindo-me.

Com outro pincel, capturei um pouco de tinta preta, depositando-a em ziguezague ao longo do todo. As linhas negras contornaram a chama, apontando-se para o alto, como uma grande espiral que incentivava o fogo a crescer.

E ele cresceria, até ficar como uma grande queimada, e consumiria tudo ao seu redor.

Era um momento fugaz. Efêmero. Rápido demais para que se tivesse controle algum de suas ações, e aquela sensação simplesmente tomaria controle de tudo.

A grande questão não era o que causou o fogo, porque isso nem eu sabia, mas sim suas consequências. Eu já tinha ouvido da minha própria boca que o fogo poderia ser transformador, causar uma mudança tão radical que viria para o bem, e não para destruir.

O ponto principal era, esse fogo que crepitava, estaria ele objetivando me extinguir ou me transformar?

Aproximei-me da pintura, não esperando que secasse, e encostei minha mão bem em seu centro, sentindo um soluço rasgar minha garganta ao meio. Lágrimas grossas escorreram de meus olhos, e eu sabia que elas não seriam suficientes para apagar o incêndio.

Eu sobreviveria?

Se eu tivesse como fazer um único pedido, seria para renascer das cinzas. Experimentar o renascimento de uma fênix.

Com um suspiro trêmulo, percebi que a ideia não seria de todo má. Então, fechei os olhos, sentindo a tinta do fogaréu sujar minha palma enquanto a deslizava pela tela, largando-a ao lado de meu corpo.

Que venha o fogo. 

E esse é mais um texto meio metafórico! Acontece que eu o escrevi porque peguei três palavras de um site que sorteia palavras, e as que saíram foi: fugaz, espiral e pintar

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E esse é mais um texto meio metafórico! Acontece que eu o escrevi porque peguei três palavras de um site que sorteia palavras, e as que saíram foi: fugaz, espiral e pintar. Então, acabou dando nisso XD Espero que tenham gostado!

Eu estou planejando escrever alguns mini contos, assim como postar uma poesia a qual até tem um tema parecido com esse texto aqui (ainda estou criando coragem para postá-la, confesso). Mas torço para que gostem do que está por vir ^^

Até o próximo capítulo!

Procurando AtmosferasOnde histórias criam vida. Descubra agora