Maldito Número 13

875 86 34
                                    

Você alguma vez já teve ou tem um melhor amigo?

 Olá, meu nome é Jeong-in, que significa; calmo, sereno ou virtuoso... Nasci no dia 08 de fevereiro de 2001... que por sinal 8+2+2+ 1= 13. Treze é o número de vezes que mudei de cidade, também é o número de vezes em que mudei de colégio, número de vezes em que meus pais brigaram por coisas tolas e outras mais sérias (até infelizmente se separarem). Resumindo o número treze me perseguia de uma maneira estranha e obsessiva. Morava com a minha mãe em PyeongChang, um condado sul-coreano; fica na província de Gangwon, nordeste do país. É um lugar muito frio por conta das suas enormes montanhas e por nevar. Mamãe adorava o frio então foi o lugar ideal para morarmos e que pudéssemos viver nossas vidas em paz. Foi oque pensamos, porém meu pai entrou com um pedido de guarda; o mesmo queria a minha custódia definitiva. Sua alegação perante ao juiz foi: “ Ela levou o meu filho para longe de mim. Não consigo viver sem ele e minha mãe sente saudades dele, pois Jeongin é seu único neto e herdeiro.” Que deplorável! Ele nunca se importou comigo, para ele sempre fui um estorvo. Tentei me aproximar dele várias e várias vezes até que um dia simplesmente desisti da ideia de ter um pai. Mamãe tentou me arrumar um pai substituto, porém não tinha boas recordações de seus exes namorados. E o último no qual ela havia tentado se envolver foi Go Hang Lee; um homem de meia idade, divorciado e dono de uma lojinha de esquina. Lembro-me ano passado quando acabará de completar mais uma primavera . Foi o dia mais traumático de toda a minha vida. Mamãe estava no trabalho, pois havia pegado um plantão extra no hospital (ela é enfermeira). Resultado: GoHang resolveu aparecer dizendo que minha mãe havia pedido para que o mesmo me fizesse companhia. Não queria deixá-lo entrar, pois estava fedendo a álcool e parecia não estar bem intencionado. Mesmo sendo repreendido ele empurrou a porta de forma bruta e me obrigou a preparar o jantar enquanto ele me fitava com desejo. Não consegui conter minhas lágrimas quando ouvi o mesmo soltar um gracejo.  

– Você é um garoto muito bonito! Venha, senta aqui no meu colo. –Agarrei a barra do moletom no qual estava vestindo e comecei a reza, pedindo...., Implorando para que alguém chegasse ali e me tirasse daquele lugar. Talvez fosse uma pessoa má ou Deus estava ocupado demais para me ajudar. Ele me puxou pelo braço de forma bruta e me fez sentar em seu colo, enquanto acariciava a minha coxa, tentando subir até minha genitália. Ele estava ficando excitado com o toque em meu corpo, porém apenas senti nojo, repulsa e medo. Em meio as lágrimas tento me levantar, mas ele aperta minha cintura me forçando a ficar ali; sendo tocado e sem poder fazer nada. E foi no meu aniversário que começou o assédio. E depois de treze tentativas..., Go Hang Lee conseguiu oque queria.

 Fui estuprado pelo então esposo da minha mãe. Tentei contar a ela, porém ela não acreditou e me espancou. Tentei me matar doze vezes, mas todas as minhas tentativas foram falhas. Porém hoje estava confiante, hoje seria o dia que encontraria a tão desejada paz.

 Porém hoje estava confiante, hoje seria o dia que encontraria a tão desejada paz

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Suspiro fundo fitando a enorme ponte a minha frente. Deixo uma lagrima cair e me aproximando da mesma. Embaixo da ponte havia um lago, porém congelado, pois era inverno e nessa época do ano era comum acontecer aquilo. Fechei meus olhos e apenas soltei meu corpo. Sinto braços envolvendo minha cintura e sendo abraçado por trás. Teria Deus finalmente ouvindo minhas preces? Porém novamente ele estava ocupado com problemas maiores, mas mandou seu anjo e ele me deu um abraço tão apertado que pela primeira vez durante anos, me senti completo e não pela metade. Porém por conta dos traumas que o estupro me causou, começo a me debater enquanto choro, pois estava apavorado.

– Te peguei coelhinho! //Sou afastado da ponte, por um completo desconhecido. Ele me vira, fazendo com que eu fiquei de frente si. Meu suposto anjo da guarda era mais alto que eu, seu cabelo era castanho escuro e tinha uma franja linda. – Por que estava tentando se matar? Não viajei de Busan até aqui para ver alguém morrer. //Apenas abaixei minha cabeça e fitei o chão, não sabia oque responder. Na verdade senti vergonha de contar para um estranho oque estava enfrentado. Afinal se nem mesmo minha mãe, a mulher que me deu a vida acreditou em mim, quem poderia acreditar?

– Na-não é nada... –De forma carinhosa ele leva sua mão no meu queixo e levantando meu rosto, me fazendo olhar para ele. Com um belo sorriso ele acaricia meu queixo.

– Você é bem calado! Você me lembra meu irmão caçula... Na verdade ele seria igual você se não tivesse sido morto em um assalto. //Meus olhos se enchem de lágrimas ao escutar oque o maior acabará de falar. – Posso te dar um abraço? //Senti um frio na barriga, pois depois de ter sido estuprado, tinha ataque de pânico, crise de choro e medo de ser tocado por homens.

– Não, não gosto que me toquem.

– Tudo bem coelhinho assustado, não precisa. Meu irmão também não gostava de abraços. Onde você mora?

– Por que quer saber? //Ele dá um sorriso debochando enquanto passa sua destra em seu cabelo e bagunçado seus fios, fazendo charme.

– Você é muito arisco, parece um coelho selvagem. Na verdade nem sei porquê estou perguntando isso, não conheço essa cidade. Enfim... Meu nome e Hyunjin, Hwang Hyun Jin! //Ele estende sua mão em minha direção, fito a mesma e em seguida o dono dela. Hyunjin era muito bonito, era tão bonito que não parecia ser humano. Aposto que se eu tivesse um terço de sua beleza, as pessoas me tratariam melhor no colégio.

– Gin, achei você! //Ao escutar aquela voz, corri para trás de Hyunjin e me escondendo. Aquilo despertou sua atenção, mas não liguei. Apenas queria me esconder daquele porco nojento. – Hey, estou falando com você seu imprestável. //Agarrei a manga do moletom que Hyunjin vestia e o apertando com as pontas dos meus dedos, meu coração pulsava acelerado. Não queria ir para aquela maldita casa, não com a volta daquele homem.

– Quem é você?

– Eu é quem deveria perguntar isso, garoto. Jeongin, vamos para a casa.

– Não!

– O que foi que você disse?

– NÃO, NÃO e NÃO... Estou cansado de ser estuprado e espancado! Era para estar morto... Por que você teve que me salvar? –Solto a manga do seu moletom e correndo na direção oposta dos dois. Corri como se minha vida dependesse disso, na verdade dependia. Depois de tanto correr, chego até a delegacia. Contei que era espancado pelo meu padrasto e minha mãe fazia o mesmo. Então supliquei para ligarem para o meu verdadeiro pai. Entre ser ignorado e espancado, não foi difícil escolher.

– Alô, pai... Vem me buscar!?

Meu Querido Colega de Quarto - HyuninOnde histórias criam vida. Descubra agora