Meu Querido Colega de Quarto - Hyunin

Passarinho

“– Hyunjin posso falar algo sério com você?”

  Fala áspero enquanto me fita, esperando minha reação a aquela intimação que acabará de receber. Limpo as lágrimas com as costas da minha mão, e confirmo que sim com a cabeça. Antes que pudesse ouvir oque o mais velho queria conversar, Chan hyung entra na minha frente e repreendendo o homem grisalho a nossa frente.

– Meu irmão não está com cabeça para nada nesse momento, por favor respeite isso.

– Não tenho tempo para isso, meu único filho está entre a vida e a morte. O médico acabou de ligar o contador da vida dele. Você por acaso tem noção do que é perder alguém próximo a quem tanto ama?

– Sim, eu sei como é perder alguém próximo..., Nossa mãe faleceu quando o Hyunjin tinha apenas 15 anos. Ele sempre foi uma criança feliz, porém tudo se foi quando nossa mãe foi morta por conta de uma imprudência de nosso pai. Pensei que ele nunca mais fosse ser feliz novamente, mas quando ele conhecer o Jeongin, tudo mudou. Seu filho é tudo para o meu irmão mais novo, então seja lá oque você quer tratar com ele, ELE NÃO ESTA EM CONDIÇÕES! A única coisa que ele vai fazer agora é entrar no meu carro e voltar para a nossa casa. //As palavras dele perfuraram meu coração. Hyung sempre foi um irmão amoroso e protetor, nunca me deixou só. As lágrimas começam a rolar ainda mais então antes que o Sr Yang pudesse dizer algo, Chan me abraça de lado e me levando até o carro. Ele coloca o cinto de segurança em mim, podendo sair dali e então dirigindo em direção a nossa casa. Assim que chegamos a nossa casa, subi até meu quarto e em passos lentos caminho até o box do banheiro e ligando o chuveiro. A água quente caía sobre minhas roupas manchadas de sangue e ficando encharcadas. Encosto minhas costas na parede do box, deslizando pela mesma até sentar no chão e abraçando as minhas pernas enquanto choro ao lembrar do coelhinho. Apenas queria ver mais uma vez o seu lindo sorriso que ao sorrir formava covinhas nas suas bochechas. Adorava o modo como ele ficava envergonhado quando me declarava para ele, suas bochechas ficavam completamente coradas e eu achava aquilo tudo muito fofo. Estava com saudades do seu cheiro doce e embriagante, dos nossos corpos nus se amando sobre a cama e o cheirando do nosso sexo que ficava presente no quarto. Depois de levar longos minutos por ali, decido me levantar e tomar um banho decente. Sai do banho meia hora depois, vestido com um pijama de frio. Deitei sobre a cama e abraçado ao travesseiro começo a chorar. Chan hyung entra no quarto e nada disse, apenas deitou ao meu lado e me abraçando por trás, ficando de conchinha.

– Hyung... Não quero que o coelhinho morra..., eu o amo! //Ao ouvir aquilo ele me apertou mais em seu abraço e beijando minha cabeça. Chan sempre foi uma pessoa forte então quase não chorava, porém pela primeira vez escutei ele chorando e foi horrível. Ele realmente estava mal com tudo que estava acontecendo comigo.

– Ele te ama muito Hyun! E por culpa desse amor ele será incapaz de fazer o certo... Você lembra quando encontramos aquele pequeno pássaro caído ao chão e cuidamos dele por alguns dias? Você não queria devolver o pássaro para o ninho, pois havia se afeiçoado a ele. O pequenino estava morrendo, não sabia se alimentar direito e precisava de ajuda especial. E  mesmo amando aquele pequeno ser, você o devolveu a sua mãe... Hyunjin o Jeongin é aquele passarinho! Você precisa deixar ele ir, ele precisa de ajuda especializada ou vai morrer. //Ao ouvir aquela história um flashback em questão me veio a mente. Chorei tanto naquele dia que pensei, que nunca mais séria capaz de sorrir novamente. Depois de ouvir o maior, nada consegui falar a não ser chorar enquanto apertava o travesseiro e molhando a fronha com as minhas lágrimas. Chorei tanto que adormeci sem perceber, Chan por outro lado ficou acariciando gentilmente meus fios de cabelo.

  A luz do Sol adentra no meu quarto e me fazendo despertar. Passei a mão no meu rosto e me espreguiçando logo em seguida. Chan hyung estava dormindo profundamente então optei em me arrumar em silêncio. A conversa que tivemos ontem foi realmente necessária, para que pudesse tomar a decisão certa. Tomei meu banho, fiz minha higiene pessoal e fui até o hospital onde o coelhinho estava internado. Minha entrada em seu quarto havia sido permitida então apressado fui em sua direção, precisava vê-lo e saber se estava bem. Quando ia girar a maçaneta da porta, paro e escuto a conversa do mais novo com o seu pai.