SHAZAM - A ESCOLHIDA

Cinzas

Depois de alguns minutos o táxi chegou e parou em frente a escola, eu me teletransportei para fora e entrei no mesmo pedindo para o motorista me levar até a estação de ônibus mais próxima, eu iria voltar a morar com meus avós, ficar escondida e nunca mais ver o Billy ou o Freddy de novo, parecia egoísmo simplesmente deixar eles nessa enrascada, mas acredite, se eu ficasse a única coisa que aconteceria seria uma tragédia pior que as gregas... me encolhi no banco de trás com minha mochila e fiquei observando as estrelas no céu enquanto o carro andava...
Depois de alguns minutos no táxi o telefone do taxista começou a tocar freneticamente, ainda estávamos longe da estação de ônibus mais próxima, então o mesmo pediu licença para atender o telefone, eu não ligava se sei lá, a namorada dele estaria doente ou algo do tipo, concordei pois seria o jeito mais rápido de chegar lá e assim paramos em um posto de gasolina e ele atendeu o telefone... assim que ele atendeu fez uma feição confusa e olhou para trás...

Motorista: é pra você... - ele fala me entregando o telefone -

Fiquei confusa, mas peguei o celular e atendi...

K.Z.: alô? - eu pergunto ao colocar o telefone próximo ao meu ouvido -

Sivana: Katherine! Querida! - ele fala e eu reconheço imediatamente -

K.Z.: o que você quer? - eu pergunto-

Sivana: nós da sociedade secreta ficamos sabendo da sua tentativa de fuga - ele ri - patético não é?

K.Z.: o que? - eu pergunto baixinho -

Sivana: você me ouviu, sabemos que está tentando voltar para a casa dos seus avós, mas deixa eu te falar... acho que eles não estão em casa...

Nesse momento eu pude sentir um arrepio na espinha que me fez arrepiar...

K.Z.: como assim? - eu pergunto com a respiração alterada -

Sivana: ah sabe... acho que ocorreu um desencontro - ele ri - falem com ela - ele fala longe do celular-

Avó: KATHERINE! KATHERINE NÃO VEM PRA CÁ! - ela grita euforicamente - NÃO VENHA!

Eu pude sentir cada centímetro do meu corpo esquentar, a mesma raiva que eu senti mais cedo agora estava mais forte que nunca... eles haviam sequestrado meus avós e isso não ficaria barato...

K.Z.: onde? - eu pergunto -

Sivana; sabe aquele campo perto da estrada que leva a cidade vizinha? onde você conseguiu seus poderes?

Eu nem pensei duas vezes, coloquei o celular no banco, peguei minha mochila e sai do carro, o motorista ficou preocupado me perguntando o que havia acontecido, mas eu o ignorei, apenas andei alguns metros do carro e me teletransportei para o campo sem nem ligar se o motorista ou os frentistas do posto estavam vendo...
Me teletransportei para o campo que estava um breu, olhei em volta e nada... até que ao longe vi um portal abrindo, dele saíram Black Adam, Sivana junto à Cérebro, Senhora X e meus avós acorrentados como animais...

Avó: não... KATHERINE FUJA! - ela grita ao longe -

Avô: CORRE AGORA! - ele insiste -

K.Z.: ENTÃO É ISSO? - eu grito para eles - SEQUESTRARAM MEUS AVÓS?... eu não os vejo a anos, estão perdendo tempo...

Adam: ah, minha cara... não queremos informações suas... queremos te ensinar uma lição...

Eu fiquei o encarando confusa...

Adam: primeira regra da sociedade secreta, ninguém sai... - ele fala sacudindo o cajado e ameaçando acertar meus avós -

K.Z.: droga... você quer matá-los... - eu falo baixo - por minha causa? - eu pergunto - eu já estou aqui! deixem eles irem!

Adam: acho que você não entendeu querida... nós - ele gira o cajado apontando para todos eles - vamos te ensinar uma lição... tirando que você ama... - ele sorri - são eles, ou você, e precisamos de você.

K.Z.: droga...

Adam: então? vai querer se despedir?

K.Z.: você não ousaria...

Ele apenas sorri e vai com tudo acertar os meus avós com aquele cajado reluzente... antes que ele conseguisse acertá-los eu criei uma barreira entre eles e o cajado, a barreira como os meus poderes eram da cor preta... ele sorriu e olhou na minha direção entregando o cajado ao Sivana...

Adam: quer lutar? - ele pergunta - então vamos lutar...

Ele dá um salto caindo alguns metros à minha frente em uma pose de super herói...
A luta iria começar... eu usei minha invisibilidade e me teletransportei para trás dele o acertando com uma bola de energia que o fez cair alguns metros a frente, olhei para os meus avós que me olhavam abismados... logo voltei meu olhar novamente para frente e pude com um reflexo pegar o punho do cara antes de ser acertada na cara... eu ainda não sabia que tinha super força, mas aquilo pareceu legal... me teletransportei para trás dele novamente e invoquei m raio que caiu em cima do mesmo e o deixou no chão por um tempo, logo ele rapidamente ficou de pé e voou em minha direção em alta velocidade me acertando e me fazendo cair alguns metros a frente, eu tentei levantar mas antes mesmo de conseguir ele veio para cima de mim me dando socos copiosamente, eu tentava me proteger com os braços mas não deu certo... eu podia ouvir meus avós gritando ao longe e a senhorita X tentando pedir para ele parar, uma coisa que estranhei foi mesmo ver Sivana desviando o olhar enquanto eu apanhava... depois que eu acabei ficando muito fraca ao ponto de não conseguir nem levantar meu braços ele parou de me golpear, se levantou e voltou até os outros... com muito esforço eu consegui me sentar e observar enquanto ele pegava o cajado e apontava para meus avós que estavam visivelmente apavorados...
Eu queria gritar... talvez correr e entrar na frente daquele cajado... mas eu mal conseguia me mexer... meu corpo doía e minha respiração era difícil, as lágrimas que escorriam dos meus olhos se misturavam com o sangue que saia dos cortes feitos em meus rosto e pingavam na terra abaixo de mim, as feridas ardiam com a brisa que vinha por entre as árvores, o tempo pareceu ficar em câmera lenta... eu me sentia fraca mesmo para me teletransportar... eles estavam ali, a alguns metros de mim prestes a serem executados, e eu não poderia fazer nada... depois de tantos anos me sentindo inútil, mesmo quando eu sofria bullying, ou quando brigava com meus avós, ou quando pensava que era um total fracasso... quando me sentia menor que todos, mais fraca... quando me sentia feia, horrorosa... quando pensava sobre a vida miserável que eu tinha... eu nunca me senti tão inútil quanto agora... a única coisa que consegui foi pronunciar um "não" baixinho enquanto Adam apenas encostou a ponta do cajado neles e eles se desfizeram em cinzas... assim que vi as cinzas caindo no chão vi que tudo estava perdido, eu era inútil, não tinha mais a única família que eu poderia recorrer, meu irmão nunca me perdoaria por ter ficado do lado dos vilões, talvez Freddy nunca mais voltasse a ser um herói, talvez eu simplesmente morresse ali... era o que eu queria, naquele momento eu desejava morrer no lugar deles... eu não tinha um propósito, não tinha uma família ou mesmo amigos... a única coisa que eu tinha era a dor... como Cérebro havia dito mais cedo, em mim só existia dor... uma dor misturada com ódio e raiva... eu me sentia fraca, não conseguia ficar de pé muito menos falar algo... eu observei sentada na terra enquanto eles abriram um portal e foram embora dali, me deixando no breu da noite, em um campo deserto com as cinzas dos meus próprios avós, que não importa quanto tempo eu não os visse, tentaram me proteger até o último segundo... mas eles morreram em vão... eu não valia a pena... apenas fui me arrastando até as cinzas dos dois a alguns metros de mim, ao chegar lá toquei as mesmas e me lembrei do quanto eu os amava... se eu ao menos tivesse ficado... se eu não fosse idiota o suficiente para sair em busca de pessoas que estavam melhores sem mim... se eu não tivesse saido de casa tudo estaria bem, Billy estaria feliz com a familia e namorada, Freddy ainda seria um herói, Os outros nunca teriam me conhecido, não sentiriam minha falta de qualquer forma, senhora X ainda seria apenas uma senhora mal humorada, Black Adam não estaria vivo... o que eu fiz? além de estragar a vida dos outros? de ser um peso morto?... absolutamente nada...
Ali mesmo, em frente as cinzas e com uma dor imensa, eu desmaiei, antes de apagar totalmente pude sentir gotas de água caindo em meu rosto, era a chuva... então ali mesmo, eu fiquei...