Capítulo 3

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Como as coisas são estranhas né, aquilo aconteceu tão devagar mas ao mesmo tempo tão rápido. Em um momento só sentia dor e medo,  no outro me senti tão protegido que chegava a ser estranho. Nunca tive muitos amigos ou pessoas que se preocupasse comigo e de uma hora pra outra, a pessoa que mal conheço foi a que me salvou, duas vezes, primeiro da agressão, e depois da vida que que eu tinha. Sério quem carrega cinco mil reais na carreira hoje em dia? Sim, MEU Daddy.

...

Mal pude acreditar quando vi aquelas notas voando pelo corredor, se eu não estivesse tão quebrado teria me abaixado pra juntar algumas. Mas minhas costelas doem e meu rosto parece que foi raspado no asfalto. Não sei se pela dor ou pela loucura do que aconteceu, eu mal prestei atenção no caminho, mas agora que chegamos não tem como não notar.

Acabamos de estacionar a frente de uma casa, ou melhor uma fucking mansão, não sei se não é ilegal, mas posso dizer que é um puta de um cosplay da casa branca, é simplesmente perfeita, linda é muito, muito grande. Me sinto entrado no cg do filme MIB pela quantidade de homens de preto que avisto em cada cantinho desse lugar, passamos por um maravilhoso jardim e fomos em direção a parte de traz desse palácio.

— Estava tão quietinho que achei que estava dormindo – disse Arthur com uma leve risada e ao encarar aqueles olhos não pude evitar de sorrir de volta. Caralho ele era lindo, educado, atencioso e o bônus, riquíssimo. Ele me tirou do carro me guiando até dentro da casa, ainda tinha força em minhas pernas, mas andava curvado pela dor no estômago, sério alguma coisa deve ta quebrado, essa dor não é de Deus. Comprimento os empregados que vieram imediatamente perguntar se ele precisava de algo, entre eles um homem de ternos cinza muito bonito é elegante — Senhor o que aconteceu? – ele pediu licença e me tirou dos braços de Artur, pra me levar a um quarto onde dentro percebi ser quase uma clínica particular. Vários aparelhos, uma cama hospitalar das mais modernas. O moço que Artur chamou de João quando agradeceu, me coloca na maca
— Liguem pra Dr José, peça pra que ele venha com urgên... – o resto de sua frase se tornou completamente desconexa, pois meu corpo já mergulhava na escuridão, meus olho começaram a se fechar e logo já não via, nem ouvia mais nada.

...

Me sentia tão quentinho que dava até preguiça de acordar, meu corpo estava dolorido e eu sentia dificuldades pra respirar, comecei a entrar um pouco em pânico, mas logo recobrei a consciência dos eventos que aconteceram mais cedo naquele dia. Despertando por completo ao lembrar onde estava, abri os olhos, enchergando ainda meio embaçados, mas conseguindo ver quarto onde eu havia sido deixado, minha mão estava dormente, mas quando a mexi, senti uma leve ardência no braço, destapo a mão que estava coberta por um edredom cheiroso e fofinho, e encarei a agulha enfiada no mesmo, a qual levava o soro pendurado ao lado da cama diretamente até minhas veias, o soro já havia acabado. Procurando ao redor, achei uma bandeja igual aquelas de hospital com alguns frascos de remédio e suprimentos para curativos.

Catei um pedaço de algodão e tirei a agulha da mão fazendo uma leve pressão para estancar o sangue, eu era praticamente um enfermeiro, ainda que sem diploma, estava acostumado ao ambiente hospitalar por conta de dona Ana, uma senhorinha que vivia a dois apartamento de distância do meu, dona Ana era sozinha na vida pobrezinha, e com uma saúde bem delicada, por vezes a acompanhei a upa e já conhecia praticamente todos os enfermeiros e médico, sabia os horários de troca de plantão e pra quais sintomas alguns remédio eram usados, poderia ter tentado a carreira de cuidador de idosos mas isso necessitava de um curso e eu mal tinha dinheiro pros Miojos.

Coloquei um chinelo macio e peludinho que estava próximo a cama e me dirigi pra porta, sentido uma leve tontura ao me colocar de pé. Assim que abro a porta me deparo com dois corredores, um a minha frente e outro ao lado, que não faço ideia de pra onde levam, de um lado deles escadas pra cima do outro escadas pra baixo, e eu em um labirinto de pensamentos.

Malditas Entre LinhasOnde histórias criam vida. Descubra agora