Senti uma pontada em minhas costas assim que me sentei na cama, o cheiro que invadiu meu olfato faz meu estômago roncar na mesma hora, me deixando até envergonhado - Bom dia amor - não que eu conseguisse esquecer, mas no momento que ouvi a voz de Miguel, todas as lembranças de ontem voltaram a minha memória, e foi inevitável corar, eu me sentia fresco e meu corpo está coberto com uma camisa larga de mangas, o cheiro inconfundível, não deixa dúvidas de a quem ela pertencia, é por falar nele, seu dono está sentado no chão, com os braços na cama e com a cabeça repousada entre eles, ao lado, uma mesinha, com uma delicada bandeja onde tinha um café que infestava o quarto com seu aroma, pequenas torradinhas com algum tipo de geleia, um potinho com um iogurte com suculentos pedaços de morango, sorri vendo aquela, seus olhos estavam sonolentos mas aquele sorriso bobo me dava um frio delicioso no estômago
— Bo... Bom dia – apesar de todos os atos libidinosos que praticamos ontem, ainda me sentia envergonhado de estar em sua cama, de ter recebido sua declaração e seu amor ontem de forma tão intensa e despida, agora estar diante de seus olhos por algum motivo me deixa muito nervoso, não posso evitar minha atitude infantil quando deito novamente na cama me cobrindo com o edredom.Era estranho, quando entrei naquela casa, minha intenção era viver uma vida tranquila, quase como um bichinho de estimação de Arthur, sexo em troca de um lugar pra morar e um prato de comida, e eu estava bem com isso, até que Miguel apareceu em cena, no primeiro momento em que o vi um sentimento estranho me tomou, mas logo suas palavras rudes também chegaram até mim, por conta delas, entendi aquele sentimento como repúdio, seu olhar de desgosto, me atingiu fundo, mas agora vendo seu olhar apaixonado, me faz pensar que desde o primeiro momento meus sentimentos foram de atração, mas e onde fica Arth nisso tudo!? Eu ainda me cobrava muito sobre essa relação.
— Eii, já vi tudo que tinha pra ver ontem, por que se esconder? Aliás gostei muito do que vi – sussurrava Miguel através da coberta, meu corpo arrepiou e aqueceu no mesmo instante, tive que me segurar pra não rir — Vem comer, o café vai esfriar – fiz um pouquinho de charme demorando pra sair dali de baixo, mas assim que o fiz um batida soou na porta e eu voltei pra baixo das cobertas — Não entra – a voz dele foi alta pra que a pessoa do outro lado pudesse ouvir - Sou eu pequeno, chegou uma encomenda pra você, mas precisam da sua assinatura - a voz de Susu era como sempre doce e sei que ela gostava de mim, mas não sei qual seria sua reação se me visse ali - Tudo bem Su já estou indo - ela concordou e ainda que leves, os passos dela podiam ser ouvidos pelo corredor, só agora me dei conta que estava prendendo a respiração - Tudo bem ela já foi, vou pá pra baixo distrair ela, você toma café e desce - logo ele puxou a coberta pra me olhar nos olhos — Lembra da sua promessa – e nem se eu quiser eu podia fugir daquilo, seu lábios tocaram o meu tão delicadamente que não pude evitar o sentimento de vazio, então enrolei meu braço envolta de seu pescoço e o puxei mais pra perto, iniciando um beijo de verdade, sentindo o calor da sua boca e a experiência da língua, como podia, algo tão básico como um beijo me colocar em fogo como ele conseguia fazer - Humm, acho melhor ir agora - dizia ele com a respiração irregular, eu nem conseguia falar, apenas balancei a cabeça concordando e tentando acalmar meu coração e meu corpo.
Depois de arrumar as roupas, tentando esconder a ereção que se formava ali, e que me deixou ainda mais vermelho, ele sai quarto a fora, indo receber a tal encomenda, ainda com as bochechas quentes, me acomodo melhor na cama e puxo a bandeija, me deliciando com o café quentinho e as torradas crocantes. De barriga cheia, troquei de roupa e saí escondido do quarto, pensei em levar a bandeja até a cozinha mas fiquei com medo de deixar muito na cara — Bom dia – cumprimento Susu, e mais duas meninas que estavam na cozinha, mas antes que receba sua resposta um rapaz chama por mim a porta da cozinha — Hum, senhor Kayke, ah alguém que pede para vê-lo – minhas sobrancelhas são franzida na mesma hora, não teria como alguém estar ali pra me ver, não tinha amigos e ninguém que eu conhecia sabia que morava ali, estáva confuso, mas logo o confusão sumiu quando a desbundante surpresa toma conta da minha cara, o homem parado agora na porta da cozinha abre um perfeito, cafajeste e lindo sorriso ao me cumprimentar — Oi delícia, finalmente te achei, senti saudades.
— PEDRO !!!!!
...
Ainda estou meio paralisado, não acredito que Pedro está aqui, realmente esta aqui, e nesse momento tomando um banho, depois de ser acomodado em um dos quartos de hóspedes," serio, o que diabos tá acontecendo " eu não sabia a resposta mas antes que eu continuasse divagando sobre aquilo, a porta do banheiro se abre, e saindo de lá um moreno alto, com a malhação claramente em dia e apenas uma toalha enrolada na cintura enquanto outra é esfregada contra os cabelos escuros, aquele maldito sorriso se estampa em seu rosto ao notar minha inegável cara de admiração aos músculos de seu abdômen — Quer a toalha emprestas delicia? – fecho a boca tentando disfarçar, e jogo uma das 15 almofadas da cama em sua direção, recebendo apenas um risada quando sem dificuldade nenhuma ele pega a almofada no ar antes que chegue perto de seu rosto, e rapidamente joga de volta em minha direção, e mesmo que eu quisesse fazer o mesmo que ele, não teria chance, a almofado chegou tão rápido em meu rosto que me fez cair sobre a cama com a surpresa, solto uma reclamação, mas assim que tiro a almofada do rosto, me deparo com brilhantes olhos castanhos, que me encaram com malicia, não sei como não percebi, mas quando me dou conta ele está sobre mim, seu corpo ainda levemente úmido, espalha um delicioso cheiro de sabonete até meu olfato. Me sinto ainda mais paralisado, suas mãos estão posicionadas ao lado do meus rosto, e os perfeitos bíceps ao alcance dos meus olhos — Pe — mas mal digo duas palavras quando sou impedido por sua boca, que chegou ate a minha de surpresa, seus lábios estão levemente gelados pelo banho, a pressão é delicada, mas logo ele os movimenta envolvendo os meus, seus lábios puxam meu lábio inferior sugando e mordendo lentamente, não posso negar o frio na barriga que se fez presente, o beijo dele sempre foi perfeito, mas quando sinto sua língua pedindo passagem, no susto o afasto, piscando varias vezes antes de o encarar — Pedro o que houve ? – tinha alguma coisa errada, ele sempre foi impulsivo, mas tinha algo errado em sua atitude, soltando um suspiro, ele se deita ao meu lado, colocando uma perna por cima das minhas e envolvendo sua mão em meu ombro, afundando o rosto em meu pescoço, sua respiração me fazia cócegas.
—Carol terminou comigo.
— Como você esta?
— Frustrado – certo não era exatamente essa palavra que eu esperava ouvir.
— Hum, posso perguntar o por que?
— Ela nunca aceitou bem o fato de eu ser bi, quando eu propus um ménage ela surtou – eu não devia, eu sabia que não devia rir, mas foi mais forte que eu — É serio? Minha desgraça te diverte? Talvez eu deva te usar no lugar dela pra aliviar meu desejo, bora fazer um tbt ? – por um momento quando seus olhos me encaram, eu pude jurar que ele estava falando serio, mas em seguida ele riu, aquele maldito sorriso convencido e cafajeste, me distraindo do seu plano mirabolante, que foi posto em pratica logo em seguida. Minha barriga doía de tanto rir, seu ataque de cócegas já estava me fazendo perder o fôlego, e de fato eu perdi quando a porta se abriu e por ela entrou Miguel, que ficou estático na porta, ao encontrar Pedro montado sobre mim apenas de toalha, minha camisa erguida até o meio da barriga, suas mãos ao redor da minha cintura e a pele na altura do meu estômago vermelha e levemente babada por conta da boca de Pedro que até pouco bufava ali fazendo barulhos de peido.
— Que porra é essa !!!!
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Malditas Entre Linhas
RomanceSituações desesperadas, pedem medidas desesperadas, mas e quando essas medidas trazem consequências que serão pra toda vida !? Um sentimento confuso, que se mistura a traumas do coração e que ainda precisa superar a presenças de fantasmas que se t...