Capítulo 19

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— Estou esperando Miguel — eu estava bem sentado na poltrona do escritório...Agora de calças. Pedro como sempre sabia seu lugar, já Miguel ainda se fazia de macho alfa, mas por pouco tempo — Ta louco? Eu nunc — vejo Pedro segurar sua mão e balançando a cabeça lhe aconselhando, diretamente do chão — Cara não...Só faz o que ele tá pedindo, não queria ver a delícia bravo de verdade — Pedro se encontra de joelhos à minha frente, e mal me olhava nos olhos. Miguel não acreditava no que estava acontecendo, e eu pouco me importava. Naquele momento eram eles que me deviam. Sem me alterar em nada, encaro com prazer e um sorriso contido, ele se ajoelhar ao lado de Pedro — Muito bem... Quem começa ? — Pedro sabia que Miguel jamais tomaria a iniciativa, então foi ele a dar inicio — Sinto muito Kayke, fui burro e isso nunca mais vai se repetir — cruzo as mãos, ainda sentado na poltrona — Fraco Pedro...Bem fraco. Mas vou lhe dar pontos pela iniciativa — ele faz menção a me olhar, mas eu endureço o rosto, ele desvia o olhar novamente. Me viro um pouco, ficando mais voltado pra Miguel — E você Draco, tem alguma coisa pra falar? — obviamente não seguindo o conselho de Pedro, ele me encara claramente irritado — Você está sendo ridículo. Não é motivo pra tanto fiasco, ta sendo infantil — minha boca cai e um " iiiii" fugiu dos lábios de Pedro. Me levanto com fúria empurrando a cadeira pra trás — Infantil...Eu sou infantil? — meu tom de voz era irado ainda que estivesse baixo, o que chamou atenção de Miguel, que me encarou com olhos atentos — Quem foi o playboy mimado que me tratou como lixo quando cheguei aqui? Quem foi o menino birrento que brigou comigo por comida? Quem foi o loiro falsificado que me sufocou, tramou pelas minhas costas, só pra saciar a ânsia de ter o controle sobre tudo? — posso ver seus olhos surpresos piscarem, mas não me importava, sentia meu peito arder pela raiva — Você Miguel...Você é a criança imatura, e mimada que sempre teve tudo de mão beijada e não suporta ser deixado de lado nem por um segundo. Se o mundo não girar ao seu redor, você bate pé e da chilique. Você não sabe nada do mundo fora do seu castelo bonito e carros caros, então não venha me chamar de infantil, quando quem não quer sair da barra da saia de Susana é você! — me viro saindo rápido da sala, não só pra evitar falar coisas piores, mas porque as lágrimas já queriam se formar em meus olhos, e eu não faria esse papel de donzela frágil na sua frente depois de todo esse discurso, a única coisa que escuto são as palavras de Pedro direcionadas a Miguel — Errou feio campeão.

Escuto a batida na porta, mas não me mexo. A coberta com a qual eu me enrolava era macia e quentinha, de dando um pequeno casulo de proteção, pro que exatamente eu não sabia, mas era confortável ficar ali — Delicia posso entrar? — a voz de Pedro soa baixa e submissa, o que me irritava mais ainda — Já entrou... E não vem com papinho mole, to puto contigo — ouço um pequeno click da porta se fechando, e em seguida o peso dele sobre a cama — Puto tipo a vez que te esqueci na rodoviária, ou puto tipo a vez que dispensei aquela foda de uma noite? — sua intensão era apenas sondar meu humor, mas o tiro saiu pela culatra, já que a lembrança daquelas cagadas só piorou meus ânimos — A segunda — dou uma leve cotovelada em sua costela — Vixi, tô fudido então — depois de alguns segundos, sinto seus braços ao meu redor — Me desculpa K, eu só tava preocupado. Pela segunda vez não pude te proteger como prometi, eu só...Ahhh me perdoa — sinto sua testa bater contra minhas costas, e mesmo que não quisesse, me sinto amolecer. Me viro encarando seu rosto, e vendo o que já imaginava ali. O olhar de tristeza de dor. O problema de Pedro e que ele sentia como se tivesse culpa pelos males do mundo — Eu esperava algo assim vindo dele...Mas de você Pe...Você me conhece melhor que ninguém, sabe o quanto odeio que mintam e escondam coisas de mim...Doeu — se Miguel me visse agora, abriria um sorriso convencido, porque naquele momento eu era a criança manhosa e infantil que ele me acusou de ser. O bico que não consigo evitar em meus lábios, faz Pedro fechar os olhos e suspirar. Ao abri-los novamente, ele me faz um carinho contra bochecha, enquanto a outra mão me trás mais pra perto — Eu sei K, me perdoa eu só...Não posso suportar te ver machucado de novo. Não você delicia — eu sentia o peso de suas palavras, eu sabia daquele sentimento, ainda que nunca o tivesse levado a sério, e ainda não o conseguia fazer naquele momento, apenas me mantenho em silêncio, afundando o rosto em seu peito, e ficando ali, sentindo aquele perfume que sempre me trouxe paz e aconchego.

Passaram alguns dias, mas as coisas não melhoraram muito. Eu o tratava como invisível por conta da dor, e ele me ignorava por causa do orgulho. Arthur havia passado alguns dias fora ao que ele disse, por problemas na empresa ou algo do tipo. Me aproximo sentando ao seu lado no sofá, e escorei minha cabeça em seu ombro. Sinto seu corpo tremer levemente e de surpresa, ele se afasta, fazendo minha cabeça cair em seu colo, sou obrigado a rir. Um filme estrangeiro passava na tv, parecia francês ou qualquer outro idioma que precisasse fazer biquinho. Ele começa um cafuné em minha cabeça, e uma nostalgia me bate forte, não sei a quanto tempo fazia que não recebia esse tipo de carinho. Quando cheguei aqui me imaginei dando a noite inteira por todos os cantos da casa, e durante o dia seria uma poc safada e burguesa, que tomaria champanhe dentro de uma jacuzzi, porém tudo saiu conforme não foi programado. A doença de Arth, mudança de perspectiva sobre o concreto, o envolvimento com Miguel...Coisa que ainda nem tive coragem de falar com Arthur, ainda que já tivesse ficado claro que nosso acordo de babby x daddy não era como o da maioria, eu me sentia traindo ele, mas agora também, eu nem sabia que tinha o que lhe contar. Espio de canto de olho, e posso ver Miguel ao telefone. Me irrito por sentir meu peito acelerar só com a visão daquele demônio, mas assim que ele se vira em nossa direção, eu volto a olhar pra tv.

— Tio, estou saindo, a reunião foi antecipada. Josué disse algo sobre problemas na diretoria da JP Entertainment...— ele continuava falando algo, do qual eu não fazia ideia, e meus pensamentos se concentravam apenas no quão delicioso ele estava naquele terno cinza. Meu peito doía,, meus lábios formigarem desejando por serem esmagados e mordidos pela boca dele. E outra parte nada discreta do meu corpo também se manifesta em saudade. Daddy me pede licença e se levanta, buscando em seu escritório algum documento que Miguel precisava. Continuamos com aquele pequeno jogo do silêncio, meus olhos estão focados na tv, ainda que eu não esteja de fato prestando atenção. Porem um suspiro seguido de um palavrão saído de sua boca me deixa curioso — Porra Kayke, você... Você ainda vai fuder com a minha vida — sinto um calor me subir, já me preparava pra lhe encher de xingamentos, quando percebo seu rosto vermelho, e aquele olhar desejoso sob seus olhos, que estão fixos em meu corpo. Engulo seco, sentindo a pressão de sua presença, que começa a se aproximar, quando ele alcança uma manta sobre o sofá e joga sobre mim — Ta louco, quer me matar de calor, ou me asfixiar? Perde...— minhas palavras se calam, quando seus lábios ficam a centímetros dos meus — Vontade não me falta...Ainda mais quando você se apresenta nesse estado na frente de todos — ofego quando sua mão toca meu peito, apertando os mamilos duros que nem percebi se fazer presentes. Gemo baixinho e mordo os lábios, ainda mantendo contato visual — Não sabia que você era do tipo exibicionista Kayke — aquela aura de raiva misturada com tesão me deixava de pernas moles. Como se fossemos imas, nossos corpos começam a se aproximar, sua mão escorrega por minha cintura, tocando minha boca e me puxando pra perto, deixando minha recente ereção se prensar contra sua perna. Nossos lábios estão a centímetros de se tocar quando a voz de Arth soa no meio do corredor — Miguel, acho que teremos que ir até o escritório, teve algumas alterações no documento e — Arth continuava falando enquanto caminhava de volta até a sala. Mas eu só conseguia prestar atenção a Miguel e a força que ele fazia pra não me jogar no sofá e fuder ali mesmo. Apertando um pouco mais minha bunda ele soa rouco — Sobe...E me espere acordado, essa palhaçada acaba hoje. Pisco sem conseguir contra argumentar, me enrolo um pouco mais na manta, e praticamente corro em direção as escadas, subindo os degraus quase aos tropeços, ouvindo os resmungos de Miguel quando Arth lhe bate, ralhando logo em seguida — Por deus garoto, parece de implicar com Kayke ou te tiro a Ferrari...

Quase derrubo a porta do quarto, não conseguindo mais me conter. Me escoro atrás da porta, começando uma masturbação necessitada. O cheiro de seu perfume ainda estava marcado em minha pele, aquele olhar dominante que me deixa em fogo quando percorre meu corpo. Fecho os olhos mordendo os lábios e acelero os movimentos, minha mão aperta um dos mamilos, tentando reproduzir o que ele fez agora a pouco, eu ainda podia sentir o calor de sua mão em meu peito. Sinto minha espinha estremecer, meus pés se contorcem e o gozo espirra molhando minhas mãos e um pouco do carpete. Minha mente ainda estava em branco por causa do orgasmos, então tudo que consegui fazer foi soltar um gemido estridente quando, ao notar Pedro deitado na minha cama, com um óculos de leitura no rosto o livro caído ao seu lado e... uma grande ereção sob as calças, eu queria me enfiar em um grande, enorme, e profundo buraco, quando sua frase provocativa chega aos meus ouvidos — Uauu, então é isso que você faz todas as tarde? Gostei, posso participar?? 

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⏰ Última atualização: Apr 08 ⏰

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