Capítulo 5

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Depois do banho desço em direção a cozinha, Susana já saiu, esse fim de semana é sua folga, Miguel também está fora, não faço ideia de pra onde foi e mesmo que fizesse não poderia me importar menos. Por sorte Susu já havia deixado a janta praticamente pronta, apenas misturar alguns ingredientes e pronto, um banquete completo. Ta, na verdade era apenas a massa com molho de queijo e um mix de cogumelos, que diferente dos que eu conheço, esses eram apenas comestíveis, eu como um bom pobre, só conhecia o champignon, que quando pequenos tínhamos a honra degusta-lo uma vez no mês quando minha mãe fazia strogonoff.

O cheiro realmente está maravilhosos, fazendo minha boca salivar, mas ao ouvir o barulho da porta meu corpo é tomado por um arrepio. Meu Daddy está em casa! Tento controlar o nervosismo, desde que vim morar aqui nunca tivemos contato físico além de alguns toques quase infantis, me sinto estranho quando penso nisso, claro que tudo isso começou em um momento de desespero resultando, na minha inscrição no site de Baby, e se solidificou com minha assinatura impulsiva naquele contrato. Até agora tudo foi culpa do meu comportamento emocionado de mais, então talvez eu deva me deixar levar hoje também, e tomar a iniciativa já que os sonhos molhados que ando tendo já não são o suficiente pra satisfazer minha imaginação pervertida.

Como sempre quando Arth aparece, perco um pouco do fôlego, já vi muitos homens de terno, mas meu Daddy de longe é o mais perfeito. Assim que entra na cozinha me dando aquele sorriso maravilhoso e afrouxando a gravata azul marinho, que fica linda sobre a camisa branca, em harmonia com o terno cinza, que lhe da um ar de sofisticação, exatamente como os príncipes de conto de fadas.

— Kayke, está pegando fogo – grita vindo em minha direção, não sei como deve estar minha cara, mas ele com certeza acertou. Estou em chamas diante daquela pintura renascentista, que está bem em frente de meus olhos, meu corpo parece com febre e o calor está cada vez mais insuportável, mas só quando ele me empurra pro lado, e que percebo que o fogo ao qual ele se refere era o do pano de prato que deixei próximo a boca do fogão, e que já está praticamente consumido pelas chamas laranjas.

Solto um grito e ligo a torneira enquanto Arth faz uma pinça com os dedos e larga o pano diretamente dentro da pia, soltando um leve gemido de dor e balançando os dedos, enquanto a agua apaga o fogo deixando pra trás os resto do que um dia foi um pano de prato, "Susu vai me matar",  pego sua mão pra ver o machucado — Se queimou? – pergunto com a palma contra a minha e vendo o dedão levemente avermelhado — Não foi grandes coisa, está tudo bem. – sua voz parece tranquila pra quem está machucado, ainda que seja pouca coisa parece doer.

Ergo meus olhos em direção aos seus, ainda segurando sua mão entre as minhas, e quando encontro aqueles olhos, minha mente parece ficar em branco e mesmo que o fogo na cozinha já tenha se extinguido, o meu parece ficar cada vez mais aceso. Deixando me levar pela libido  mantenho contato de nossos olhos enquanto levo seu dedo em direção ao meus lábios, assim que seu dedo entra em contato com minha língua, um arrepio percorre meu corpo mas não consigo encerrar o contato com aqueles olhos que agora parecem refletir as chamas que sinto em meu interior. Movo meus lábios aos poucos envolvendo seu dedo cada vez mais para dentro de minha boca, minha língua roça levemente em seu dedo, mão quero lhe causar dor no local do ferimento, mas no mesmo momento o vejo fechando os olhos dando um leve gemido, o que me faz sorrir internamente. Quando ele volta abrir os olhos e me encara com uma expressão de predador, sinto meu membro pulsar entre as coxas, retiro lentamente seu dedo de minha boca, dando uma ultima chupada na ponta. Continuamos a nos encarar mas ambas as respirações agora estão meio irregulares — Deveríamos... comer agora – ainda que sua voz tenha saído normal, posso notar dificuldade em pronunciar essa frase.

— Eu adoraria – respondo mordendo levemente o lábio inferior – temos mais alguns segundos daquela encarada, que causa um cardume de borboletas em meu estomago, e foda-se se não faz sentido, não consigo pensar nas aulas de ciências nesse momento. Mas logo sinto imaginariamente um leve tapa na cara, e acordo quando percebo que Arth já esta percorrendo a cozinha enquanto coloca a travessa de massa sobre a mesa e se senta me esperando pra comermos.

"Jantar ? A massa ? Era essa comida que ele estava falando?"

Me sinto decepcionado, achei que estávamos na mesma sintonia
— Era a isso que você se referia ? – pergunto sem conseguir esconder a incredulidade — Sim, por que, não está com fome? – as engrenagem em minha cabeça pareciam correr mais que o Sonic, por que ele está agindo assim, eu vi o olhar de desejo em seu rosto, aquele gemido com certeza não foi de dor, será que eu não faço seu tipo? Não, espera, ELE me escolheu, com certeza eu lhe agrado. Talvez ele só tenha medo de que eu não queira, só pode ser isso. Então mais uma vez sou eu que devo tomar a iniciativa. Notando meu silêncio travado, ele volta a falar
— Vamos comer, ou você mudou de ideia? – e essa era minha deixa, eu não ia esperar mais.

— Eu não,  mas você vai – respondo já andando em sua direção e sem pedir permissão me sento em seu colo atacando seus lábios, em um primeiro momento seus olhos estão arregalados em total surpresa diante de minha atitude, mas logo fecho meus para aproveitar todas as sensações que percorrem meu corpo, Arth ainda parece chocado, mas aos poucos o sinto relaxar quando começo a suavemente chupar e morder seus lábios, pedindo passagem pra dentro de sua boca, depois de alguns segundo de insistência de minha parte, sinto seus lábios abrindo, sou surpreendido por sua língua que invade minha boca e suas mãos que agarram minha cintura me fazendo gemer em meio ao beijo, um beijo calmo mas profundo que faz meu corpo inteiro amolecer, sorte que estou muito bem acomodado em seu colo, aperto minhas coxas em volta de sua cintura, criando um pouco mais de contato entre nossos corpos, meu membro da cada vez mais sinais de contentamento e minhas mãos exploram seus cabelos com vontade, enquanto sinto seus lábios sugando e mordendo o meu. Não sei por quanto tempo estamos desfrutando dessa interação deliciosa mas queria muito que o tempo parasse agora, e por mais que meus sonhos tenham sido maravilhosos nada se compara ao que está acontecendo agora, não acredito muito em destino, mas se ele colocou Arth em meu caminho só posso agradecer de joelhos por essa delicia de homem.

Malditas Entre LinhasOnde histórias criam vida. Descubra agora