Descanse em paz

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Há certas coisas na vida que precisam ser enterradas por soarem como maldições que não devem ser tocadas de forma alguma, precisam ser esquecidas abaixo da superfície para que não causem mais estragos. Você me ensinou isso.

Eu finalmente percebi que não devo buscá-la em meu passado na expectativa de que seja quem um dia foi para mim. Me apeguei às boas lembranças que possuíamos juntas e por descuido não me recordei do motivo pelo qual a enterrei em meu passado. Você foi a minha maldição, logo você, a pessoa em quem tanto confiei, quem imaginei ser a minha salvação, mas que me afundou o máximo que pôde na primeira oportunidade que deteve. Sua lealdade sempre foi uma farsa, e jamais lamentarei essa perda novamente. Você era uma grande mentira que me foi muito bem contada e na qual acreditei firmemente, a maior decepção que já sofri.

Por Deus! O quão estúpida eu sou por sequer ter cogitado voltar atrás? Ouso dizer que essa pseudo amizade foi um dos piores acontecimentos de minha vida. Condeno a minha ingenuidade por tantos anos que desperdicei alimentando o que tanto me arruinava cuidadosamente, absurdamente calculado. Ter me livrado de suas malditas garras foi o alívio que a minha saúde mental necessitava. Agora, assino o seu atestado de óbito em meu mundo. É a minha vez de soterrá-la com as minhas próprias mãos, juntamente com todos os males que me causou.

E esta foi a escolha mais sábia que já fiz.

Lágrimas e Vidro Para o JantarOnde histórias criam vida. Descubra agora