John já estava acordado a mais de quarenta minutos, mas não conseguia sair da cama. Era o primeiro ano escolar que ele não queria estar em Hogwarts, não queria ser um bruxo, nem queria saber de magia. Desde que voltara para a escola, as aulas deixaram de ser divertidas ou interessantes.
Sentou-se, como se fazer isso exigisse muito esforço, e encarou o seu uniforme de treinamento de quadribol dobrado em cima do malão. Esperava que os treinos nos finais de semana fossem melhorar seu ânimo, então decidiu se levantar.
Alguns minutos depois, estava no campo com o resto do time. A nova capitã era uma setimanista negra, alta e atlética, chamada Angelina Johnson.
– Atrasado, John, e ainda é o primeiro dia – falava ela impaciente – Você e a Clara passaram a noite juntos? Porque ela também não tá aqui.
– Que isso, Angelina? – Witty ria sem jeito – Eles são cunhados, esqueceu?
– Foi só forma de falar.
Como se tivesse sido invocada, Clara apareceu correndo pelo campo de quadribol com a vassoura por cima do ombro. Parou perto do time esbaforida e apoiou uma das mãos no joelho para tomar fôlego.
– Desculpe... eu perdi... a hora...
– Você não tem despertador? – Questionou a capitã.
– Minha namorada pisou em cima dele ontem, depois de tombar com o meu malão.
Angelina se limitou a balançar a cabeça antes de anunciar o treino.
Ela repassou manobras arriscadas no quadro negro para o apanhador, todas extraindo uma careta de Clara, e, depois, desenhou uma formação tão complicada quanto as que Olívio Wood traçava. Por fim, ordenou que os integrantes subissem nas vassouras para começarem a ensaiar as jogadas.
Quase entrou em desespero quando viu o desempenho de sua apanhadora e de seu artilheiro.
John estava péssimo. Não havia adjetivo que o descrevesse melhor. Sally tinha razão, ele não só perdera muito peso como estava muito fora de forma. Três horas e meia de lances e não conseguiu fazer um único gol. Faltava foco, faltava fôlego, faltava forças.
Mas o desempenho de Clara estava pior do que o do Watson, o que era muito chocante. A apanhadora fazia manobras destrambelhadas com a vassoura, deixava o pomo passar por entre os dedos e não conseguia desviar dos balaços. Um verdadeiro fiasco.
O time tentava compensar a inexplicável falta de habilidade com o tempo de treinamento, então acabaram saindo de campo só quando a chuva caiu torrencialmente, tornando o voo quase impossível. No final da tarde, John subiu encharcado e a passos arrastados as escadas para o salão comunal, deixou a vassoura de lado, se jogou na poltrona perto da lareira e ficou encarando o teto por um bom tempo. Harry estava numa mesa, mexendo em alguma coisa dentro da pasta escolar, mas fechou-a bruscamente assim que viu o irmão.
– Treino difícil? – Ela perguntou pendurando a pasta no ombro e sentando-se no sofá perto da poltrona.
– Faz tempo que eu não jogo.
– Então você ta ruim.
– Por aí.
– Sabe, isso não é desculpa. Não pra você. Tinha onze anos quando pegou minha vassoura e, mesmo assim, aprendeu a voar nela rápido.
Ele ficou pensativo por alguns segundos. Era estranho dialogar com Harry sóbria depois de tanto tempo. Mais estranho ainda era eles estarem se falando sem discutir.
– Nunca lhe agradeci por ter me dado a vassoura – murmurou o rapaz. – Obrigado, mana.
Harry fez uma careta:
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Potterlock - A Ordem da Fênix
FanfictionO relacionamento entre John e Sherlock encontra-se mais conturbado do que nunca. Para piorar, Voldemort retornou e mesmo a Ordem da Fênix se reunindo para combatê-lo, o Ministério da Magia nomeou Umbridge para por um fim aos boatos sobre a volta do...